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Yellen pede mais estímulos à UE para apoiar a retoma

A secretária do Tesouro dos Estados Unidos está esta segunda-feira em Bruxelas para participar na reunião do Eurogrupo. Convenceu a Comissão a adiar a sua proposta para os impostos digitais e pediu mais estímulos para as economias europeias.

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Janet Yellen, secretária do Tesouro dos Estados Unidos, foi esta segunda-feira a Bruxelas para pedir mais esforços à União Europeia. Quer mais estímulos orçamentais ainda durante o próximo ano, mais despesa para enfrentar a incerteza criada pela pandemia e um adiamento da proposta da Comissão Europeia para os impostos digitais, avança a agência de notícias Reuters. A Comissão já aceitou o último pedido.

"Precisamos de fontes sustentáveis de receita que não se apoiem em cobrar mais impostos sobre os salários dos trabalhadores, nem no exacerbar das disparidades económicas que todos nos comprometemos a reduzir", terá dito Yellen, que desempenha um cargo equivalente ao de ministro das Finanças, segundo o discurso que trazia preparado para a reunião do Eurogrupo, a que a Reuters teve acesso.

Segundo a agência, a responsável norte-americana incentivou os países da União Europeia a manter estímulos orçamentais no terreno ainda durante o próximo ano e a gastar mais para enfrentar a incerteza gerada pela pandemia.

 

Uma nova vaga de covid-19, impulsionada pelas novas variantes do vírus, tem gerado mais dúvidas sobre a força da retoma na segunda metade do ano. Por enquanto, a perspetiva é que as regras orçamentais da União Europeia que obrigam os países a reduzir o seu endividamento estejam suspensas ainda no próximo ano, mas poderão regressar já em 2023, o que obriga os países a acautelarem a sua posição orçamental com alguma antecedência.

 

"Acho que todos concordamos que a incerteza continua elevada. Neste contexto, é importante que a política orçamental continue acomodatícia ao longo de 2022", terá defendido Yellen, citada pela Reuters. A agência dá conta de que a responsável dos EUA defendeu mesmo que os Estados-membros deveriam "considerar seriamente" medidas orçamentais adicionais para garantir uma recuperação doméstica e internacional robusta.

 

Imposto digital é para esperar

 

Mas Janet Yellen também pediu à Comissão que adie a sua proposta para os impostos digitais, para abrir espaço à concretização do acordo conseguido no G20 para introduzir uma taxa mínima de imposto sobre as multinacionais.

 

"Precisamos de pôr um fim à prática das empresas mudarem os seus rendimentos de capital para jurisdições com baixos impostos, e aos truques de contabilidade que permitem que evitem pagar a fatia justa [de impostos]", terá sublinhado ainda.


Yellen frisou que os países se comprometeram a desmantelar os mecanismos de taxação das empresas digitais, e a evitar a criação destes sistemas no futuro, por considerar que discriminam as empresas norte-americanas.

 

Este é um dos caminhos em que a UE tem vindo a trabalhar com vista a reforçar as suas receitas próprias para financiar o Fundo de Recuperação, criado para reformar a economia depois da covid-19. Mas os argumentos de Yellen foram convincentes. A Comissão já anunciou a suspensão dos trabalhos nesta proposta até ao outono.

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