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Venezuela: Angela Merkel admite imposição de sanções da UE ao país
A chanceler alemã, Angela Merkel, admitiu esta quarta-feira a possibilidade de sanções europeias à Venezuela, depois de receber em Berlim o presidente da Assembleia Nacional venezuelana, único órgão do Estado controlado pela oposição a Nicolas Maduro.
"A chanceler assegurou ao povo venezuelano e a todas as forças democráticas apoio na procura de uma solução pacífica e construtiva do conflito. Para tal, não descartou possíveis sanções da União Europeia", lê-se num comunicado do Governo alemão divulgado após a reunião.
Merkel recebeu em Berlim Julio Borges e Fredy Guevara, respectivamente presidente e vice-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, que realizam uma digressão europeia que já os levou a Paris, na segunda-feira, e Madrid, na terça, e prossegue na quinta-feira em Londres.
A conversa centrou-se, segundo o comunicado, na situação política na Venezuela, na "preocupante situação dos direitos
humanos" e nos "dramáticos problemas" de fornecimento de bens.
O Governo alemão pediu ao Presidente venezuelano, Nicolas Maduro, que regresse à mesa das negociações e cumpra a promessa de iniciar um diálogo nacional.
Nas últimas semanas, Berlim tem denunciado "a eliminação sistemática das normas fundamentais" da democracia e do Estado de Direito por parte de Nicolas Maduro, tendo nomeadamente considerado "não democrática" a eleição de uma Assembleia Constituinte, em Julho.
A Assembleia Constituinte, dominada por seguidores de Maduro e de Hugo Chávez, presidente entre 1999 e 2013, assumiu poderes legislativos da Assembleia Nacional, controlada pela oposição desde finais de 2015.
A repressão às manifestações contra Maduro provocou pelo menos 125 mortos desde Abril, segundo o Ministério Público venezuelano.