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Trump vai ser julgado por "traição de proporções históricas"

O ex-Presidente dos EUA Donald Trump é acusado de "traição de proporções históricas", na acusação hoje revelada pelos procuradores democratas para o julgamento político que se inicia no Senado na próxima semana.

Lusa_EPA/reuters
02 de Fevereiro de 2021 às 16:46
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A acusação no julgamento político de Donald Trump alega que o ex-Presidente colocou em risco a vida de todos os membros do Congresso, quando impeliu uma multidão de apoiantes, "como um canhão carregado", em direção ao Capitólio.

 

"O Presidente incitou uma multidão violenta para atacar o Capitólio dos Estados Unidos", dizem os procuradores, que consideram que o desejo de Trump de "permanecer no poder a qualquer custo é uma traição de proporções históricas, que requer uma condenação" no Senado.

 

Os democratas consideram que Trump deve ser condenado no julgamento político que se inicia no Senado, na próxima terça-feira, e impedido permanentemente de se recandidatar ao cargo de Presidente dos EUA.

 

A acusação vincula os esforços infundados de Trump para reverter os resultados das eleições presidenciais de 03 de novembro, que perdeu contra o democrata Joe Biden, ao tumulto de 06 de janeiro no Capitólio, que provocou cinco mortes, dizendo que o ex-Presidente carrega a culpa "inconfundível" por ações que ameaçaram diretamente os alicerces da democracia norte-americana.

 

Assim, os democratas argumentam que Trump deve ser considerado culpado, sob a acusação de "incitamento à insurreição".

 

"A sua conduta prejudicou a transição pacífica de poder e comprometeu a nossa segurança nacional", escreveram os democratas na sua acusação de ‘impeachment’ contra Donald Trump – o documento legal que apresenta os argumentos do processo de destituição aprovado na Câmara de Representantes.

 

Os republicanos já reagiram a este documento, respondendo que os democratas estão a usar o julgamento de ‘impeachment’ de Donald Trump como "arma política", para impedir o ex-Presidente de tentar uma recandidatura, num caso que consideram ser "antidemocrático" e inconstitucional.

 

"É a ação legislativa mais imprudente que vi na minha vida", disse David Schoen, um dos advogados que representará Trump no julgamento político no Senado, ao lado de Bruce Castor, um ex-procurador da Pensilvânia.

 

Numa recente entrevista ao jornal The Atlanta Journal-Constitution, Schoen disse que não tencionava argumentar que Trump perdeu as eleições por causa de uma fraude, como foi muitas vezes repetido pelo ex-Presidente, mas preferirá alegar que este julgamento é "inconstitucional".

 

Schoen também disse que argumentará que as palavras dirigidas por Trump aos seus apoiantes – no comício em frente à Casa Branca que antecedeu o ataque ao Capitólio – estão protegidas pela primeira emenda da Constituição (que protege a liberdade de expressão) e não podem ser consideradas um incitamento ao motim.

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