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Trump quer comprar a Gronelândia. Dinamarca responde que ideia é "ridícula"

O presidente dos EUA pediu a conselheiros que avaliassem a possibilidade de os EUA comprarem a Gronelândia, de acordo com o Wall Street Journal.

Reuters
16 de Agosto de 2019 às 08:30
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Donald Trump está de olho na Gronelândia, tendo pedido a conselheiros que analisassem a possibilidade de os EUA comprarem esta ilha – a maior do mundo – que pertence à Dinamarca. A notícia é avançada pelo Wall Street Journal, que adianta que a ideia foi repetida por diversas vezes pelo presidente dos EUA, com vários níveis de seriedade.

 

O jornal adianta que alguns dos consultores a quem Trump se dirigiu demonstraram interesse em discutir a ideia, devido aos recursos e importância geopolítica da ilha. Contudo, se houve alguns a apoiarem a ideia, houve outros que desvalorizaram, considerando ser apenas um "fascínio fugaz" que nunca se realizará.

 
A Reuters confirmou que o presidente dos EUA tem analisado com os seus assessores a possibilidade de comprar a ilha, de forma a expandir o território do país. A agência de notícias também diz que alguns assessores encararam a proposta como uma piada, enquanto outros estão a analisar a possibilidade de forma séria. 

Trump tem uma visita agendada à Dinamarca para o início de setembro. Outros meios de comunicação internacionais também estão validar as intenções de Trump. 

Em 1946, o então presidente americano, Harry Truman, também tentou comprar a Gronelândia, tendo proposto pagar 100 milhões de dólares em ouro. Uma proposta que a Dinamarca rejeitou.

 

Não seria a primeira vez que os EUA compravam um território de outro país. Em 1867, os EUA compraram o Alasca à Rússia, salienta a imprensa americana.

Ideia "ridícula" e "grotesca"

Da parte do Governo da Dinamarca ainda não há uma reação oficial, que deverá ser dada ainda hoje. Mas os políticos do país estão a ridicularizar a ideia.

A notícia está a ridicularizada e até encarada como uma mentira de dia 1 de abril. Lars Løkke Rasmussen, que foi primeiro-ministro até junho e agora liderada a oposição, recorreu ao twittter para desvalorizar a proposta. 
 

Outros políticos contatados pela Bloomberg classificam a ideia de "louca" e "sem sentido".

Com cerca de 80% do território de 2,2 milhões de quilómetros quadrados cobertos de gelo, a Gronelândia tem atraído atenções nos últimos tempos devido às alterações climáticas. A ilha é habitada por 56 mil pessoas, que vivem sobretudo nas zonas costeiras.

"Se [Donald Trump] está mesmo a contemplar isto, então é a prova final de que ficou mesmo louco", afirmou a uma televisão dinamarquesa a porta-voz do Partido Popular da Dinamarca. "A ideia de que a Dinamarca vai vender 50 mil cidadãos aos Estados Unidos é completamente ridícula", disse Soren Espersen.

 

Martin Lidegaard, deputado e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, disse à Reuters que a ideia de a Dinamarca vender a Gronelândia aos EUA representa uma "proposta grotesca", que "não tem qualquer base real". À Reuters  Lidegaard diss que "estamos a falar sobre pessoas reais e não podemos simplesmente vender a Gronelândia como uma antiga colónia". Por outro lado, "o que devemos tomar como sério é que o interesse dos EUA no ártico está a aumentar e eles querem uma influência cada vez maior".

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