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Donald Trump diz que tem "plenos poderes para perdoar"
Os tweets do presidente dos Estados Unidos fizerem crescer a especulação que Donald Trump irá passar por cima das conclusões das autoridades à interferência da Rússia nas eleições.
O presidente dos Estados Unidos voltou a recorrer ao Twitter para criticar as investigações às possíveis ligações entre a campanha de Donald Trump e a Rússia.
Mas mais do que criticar (o que já tinha feito recorrentemente no passado) Trump foi agora mais longe e avisou que enquanto presidente dos EUA tem "plenos poderes para perdoar".
Uma declaração que fez crescer a especulação que o presidente dos Estados Unidos está já a pensar nas conclusões das investigações e a avisar que as irá ignorar.
Esta possibilidade ganha força já que os media norte-americanos têm avançado que Trump tem nos últimos dias reunido com assessores legais para analisar os limites dos perdões presidenciais. Segundo o Washington Post, Trump quer saber se pode atribuir um perdão a assessores, membros da sua família e mesmo a si próprio.
O El Pais assinala que Trump recorrer ao perdão presidencial neste caso da investigação à interferência da Russia seria encarado como um grande escândalo e nada habitual em democracias onde há uma separação entre o poder político e judicial.
Para Donald Trump é natural usar o perdão presidencial. Na mesma mensagem que deixou no Twitter, diz que "todos concordam com isso", embora descarte a necessidade, já que "o único delito até agora são as fugas de informação sobre nós".
While all agree the U. S. President has the complete power to pardon, why think of that when only crime so far is LEAKS against us.FAKE NEWS
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 22 de julho de 2017
Noutros tweets, o presidente dos EUA ataca as investigações e questiona porque Hillary Clinton e o antigo presidente do FBI não estão também a ser alvo de investigações.
So many people are asking why isn't the A.G. or Special Council looking at the many Hillary Clinton or Comey crimes. 33,000 e-mails deleted?
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 22 de julho de 2017
...What about all of the Clinton ties to Russia, including Podesta Company, Uranium deal, Russian Reset, big dollar speeches etc.
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 22 de julho de 2017
My son Donald openly gave his e-mails to the media & authorities whereas Crooked Hillary Clinton deleted (& acid washed) her 33,000 e-mails!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 22 de julho de 2017
Robert Mueller, o conselheiro especial dos EUA que está a investigar as possíveis ligações entre a campanha de Donald Trump e a Rússia, nas eleições presidenciais do ano passado, alargou a sua investigação ao próprio presidente para analisar os seus negócios financeiros.
Com efeito, uma fonte próxima do processo disse à Bloomberg que Mueller está a investigar um vasto leque de transacções envolvendo as empresas de Trump, bem como as dos seus associados.
Os investigadores do FBI estão a analisar, nomeadamente, as compras de apartamentos, por parte de russos, nos edifícios Trump, bem como o potencial envolvimento do presidente num controverso projecto imobiliário no Soho, em Nova Iorque, com parceiros russos; a edição de 2013 do concurso de Miss Universo em Moscovo; e a venda, por parte de Trump, de uma mansão na Florida a um oligarca russo em 2008.