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Rússia e China vetam resolução da ONU sobre cessar-fogo em Aleppo
A Rússia e a China vetaram a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidos que determina a um cessar-fogo de sete dias na cidade síria de Aleppo, que tem sido alvo de violentos conflitos.
O texto, apresentado por Espanha, pelo Egipto e pela Nova Zelândia, teve 11 votos a favor, uma abstenção (Angola) e três contra, incluindo o da Rússia e o da China, que têm poder de veto, o que trava a iniciativa.
Moscovo tentou até ao último momento adiar a votação, alegando problemas de procedimento e defendendo a necessidade de esperar pelo resultado das negociações entre a Rússia e os Estados Unidos sobre a retirada dos rebeldes da zona Leste de Aleppo.
O embaixador russo das Nações Unidas, Vitaly Churkin, considerou que submeter hoje esta resolução à votação "violou" as regras do Conselho de Segurança, considerando que não se cumpriram os prazos necessários, uma acusação que outras delegações rejeitaram.
Segundo Churkin, atrasar a decisão teria dado tempo para conhecer os resultados das negociações que estão agendadas para terça-feira, em Genebra, entre especialistas russos e norte-americanos.
O embaixador russo garantiu que este processo abre a possibilidade de "resolver de forma efectiva" a situação naquela cidade síria e acusou as potências ocidentais de pressionarem a votação desta resolução para o quanto antes.
A delegação norte-americana, por seu lado, considerou que os argumentos de Moscovo não são mais do que um "álibi inventado" e disse que as duas partes não estão próximas de alcançar um acordo em relação a Aleppo, apesar do que adianta a Rússia.
A resolução agora vetada foi negociada durante semanas e tinha como objectivo estabelecer uma interrupção imediata dos combates por um período inicial de sete dias, para permitir a entrada de ajuda humanitária nas zonas sitiadas pelas forças governamentais.
As forças do líder sírio, Bashar al-Assad, e aliados continuam a avançar sobre as zonas de Aleppo controladas pelos rebeldes, depois de terem recuperado o poder, até agora, em cerca de 60% da cidade, de acordo com a organização não-governamental Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que tem um rede alargada de informadores no terreno.
Desde o início, a 15 de Novembro, da última ofensiva do regime sírio na zona oriental de Alepo, pelo menos 311 civis foram mortos, indicou o OSDH, com sede em Londres. Ao mesmo tempo, os ataques rebeldes contra a zona ocidental da cidade, nas mãos do regime, causaram pelo menos 70 mortos.
A Rússia, aliada de Al-Assad, intervém na guerra desde Setembro de 2015 através de ataques aéreos.
A guerra na Síria, desencadeada em Março de 2001 devido à brutal repressão de manifestações a exigir reformas, causou mais de 300.000 mortos.