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Registos da Casa Branca desviados por Trump continham informações classificadas
As 15 caixas com registos da Casa Branca, que estavam armazenadas na residência do ex-presidente Donald Trump, continham documentos marcados como informações de segurança nacional classificadas, revelaram na sexta-feira os Arquivos Nacionais dos Estados Unidos.
Numa resposta a uma comissão de supervisão e reforma da Câmara dos Representantes, enviada em 9 de fevereiro, os Arquivos Nacionais dos Estados Unidos confirmaram os relatos de que Trump tinha levado os registos do governo para o seu resort de golfe em Mar-a-Lago, na Florida, após deixar o cargo de Presidente em janeiro de 2021.
As 15 caixas com registos da Casa Branca, que estavam armazenadas na residência do ex-presidente Donald Trump, continham documentos marcados como informações de segurança nacional classificadas, revelaram na sexta-feira os Arquivos Nacionais do país.
Segundo a mesma fonte, o caso foi encaminhado para o Departamento de Justiça norte-americano, noticia a agência Associated Press (AP).
A Câmara dos Representantes abriu uma investigação e os Arquivos Nacionais pediram ao Departamento de Justiça para investigar o caso.
Mas até agora, o Departamento de Justiça e o FBI ainda não indicaram o que vão fazer em relação a este caso.
A resposta daquela agência também revelou que certos registos dos 'media' não foram preservados pela administração Trump e que esta apurou que os funcionários da Casa Branca conduziram frequentemente assuntos oficiais utilizando 'emails' não oficiais e telefones pessoais.
Estes funcionários também não copiaram ou encaminharam as informações das suas contas oficiais, tal como é exigido pelo Decreto dos Registos Presidenciais.
A carta revela ainda que, depois de Trump deixar a Casa Branca, os Arquivos Nacionais descobriram que registos adicionais em papel, que tinham sido rasgados pelo ex-presidente, foram transferidos para a agência.
"Embora a equipa da Casa Branca durante o governo Trump tenha recuperado e colado alguns dos registos rasgados, vários outros que foram transferidos nunca foram reconstruídos pela Casa Branca", prossegue a carta.
A democrata Carolyn Maloney, presidente da comissão de supervisão da Câmara dos Representantes, anunciou na semana passada, em comunicado, uma investigação a Trump devido à obrigação do republicano, por lei, em entregar os documentos aos Arquivos Nacionais antes de deixar o cargo.
Os Arquivos Nacionais já receberam uma ordem, pela comissão de supervisão, para detalhar os registos recuperados de Mar-a-Lago.
O Decreto dos Registos Presidenciais, que exige a preservação de documentos da Casa Branca, foi aprovado em 1978, após o escândalo de Watergate, quando um conjunto de gravações secretas desempenharam um papel fundamental. Ainda que o então presidente Richard Nixon tenha considerado destruí-las, as gravações acabaram por ser descobertas, revelando que Nixon tentou encobrir o assalto ao Comité Nacional Democrata, episódio que terminou com a sua resignação, para evitar a destituição do cargo.
Trump sugeriu numa declaração que não havia nada nefasto em relação às caixas que transferiu para o resort na Florida, dizendo que foi "uma grande honra" trabalhar com os Arquivos Nacionais "para ajudar formalmente a preservar o legado Trump".
Nunca antes um chefe de Estado americano foi castigado por violar o Decreto dos Registos Presidenciais.