Notícia
Radovan Karadzic condenado a prisão perpétua por crimes de guerra
Os juízes consideraram que a pena inicial, de 40 anos, para os seus crimes era demasiado leve. Karadzic estava acusado de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
20 de Março de 2019 às 14:45
O tribunal internacional de Haia condenou o ex-chefe político dos sérvios da Bósnia-Herzegovina Radovan Karadzic a pena de prisão perpétua pelo crime de genocídio cometido durante a guerra civil (1992-1995) contra bósnios muçulmanos.
Karadzic estava acusado de genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra pela sua responsabilidade no cerco de Sarajevo e pelo massacre de Srebrenica, para além do deslocamento de populações sob critérios étnicos em diversas outras regiões da Bósnia e foi condenado a 40 anos de prisão. No entanto, o Karadzic recorreu e acabou por ser condenado a perpétua.
Os juízes consideraram que a pena inicial para os seus crimes era demasiado leve. A decisão do MPTI sobre o destino de Karadzic, 73 anos, será uma das últimas no âmbito das guerras que sucederam à desintegração da Jugoslávia em 1991, após as independências unilaterais da Eslovénia e Croácia.
Após a morte, no decurso do seu processo, do antigo presidente sérvio Slobodan Milosevic, o ex-líder político dos sérvios bósnios é o mais alto responsável em julgamento pelo conflito na ex-república jugoslava entre os exércitos muçulmano, sérvio e croata, com um balanço de mais de 100.000 mortos e 2,2 milhões de refugiados.
Karadzic, que denunciou um processo político e negou as principais acusações, recorreu da sentença inicial em primeira instância, que a acusação considerou demasiado clemente.
Na Bósnia, o governo da Republika Srpska (RS, uma das duas entidades semi-autónomas), anulou em 2018 um relatório de 2004 sobre as mortes e criou uma comissão para conduzir um novo inquérito sobre os crimes de guerra.
Em 2017, e numa das suas últimas deliberações, o TPIJ condenou a prisão perpétua por acusações semelhantes o ex-comandante militar dos sérvios bósnios, general Ratko Mladic, que também recorreu da sentença.
Na leitura do acórdão, os juízes confirmaram a decisão da primeira instância de que Radovan Karadzic teve como intenção cometer genocídio contra os bósnios muçulmanos durante a guerra. O massacre de Srebrenica ocorreu em 1995 e foi um dos incidentes mais trágicos da guerra que se seguiu à desintegração da Jugoslávia. Karadzic foi imputado como um dos responsáveis por este massacre.
Os juízes consideraram que a pena inicial para os seus crimes era demasiado leve. A decisão do MPTI sobre o destino de Karadzic, 73 anos, será uma das últimas no âmbito das guerras que sucederam à desintegração da Jugoslávia em 1991, após as independências unilaterais da Eslovénia e Croácia.
Após a morte, no decurso do seu processo, do antigo presidente sérvio Slobodan Milosevic, o ex-líder político dos sérvios bósnios é o mais alto responsável em julgamento pelo conflito na ex-república jugoslava entre os exércitos muçulmano, sérvio e croata, com um balanço de mais de 100.000 mortos e 2,2 milhões de refugiados.
Karadzic, que denunciou um processo político e negou as principais acusações, recorreu da sentença inicial em primeira instância, que a acusação considerou demasiado clemente.
Na Bósnia, o governo da Republika Srpska (RS, uma das duas entidades semi-autónomas), anulou em 2018 um relatório de 2004 sobre as mortes e criou uma comissão para conduzir um novo inquérito sobre os crimes de guerra.
Em 2017, e numa das suas últimas deliberações, o TPIJ condenou a prisão perpétua por acusações semelhantes o ex-comandante militar dos sérvios bósnios, general Ratko Mladic, que também recorreu da sentença.