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Pior momento para a economia mundial pode já ter ficado para trás

A economia mundial pode estar na fase de maior instabilidade desde a crise financeira, mas há motivos para acreditar que a desaceleração atual terá uma vida curta.

Bloomberg
18 de Março de 2019 às 10:20
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A Bloomberg Economics, o Deutsche Bank e o Morgan Stanley são algumas das instituições cujos economistas avaliam que a queda terminará neste trimestre ou no próximo, dando lugar a uma aceleração mais no fim do ano.

 

"Conjugando a pausa do Reserva Federal, a trégua comercial e os estímulos da China, esperamos bater no fundo no primeiro trimestre e acelerar moderadamente mais adiante", disse Tom Orlik, economista-chefe da Bloomberg Economics.

 

Bancos centrais resgatam

Liderados pela Fed, muitos bancos centrais pararam o aperto da política monetária ou introduziram novos estímulos, diminuindo o temor dos investidores sobre uma desaceleração. O presidente da Fed, Jerome Powell, diz que ele e os seus colegas terão paciência para elevar as taxas de juros novamente, enquanto o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, descartou fazê-lo neste ano e revelou um novo lote de empréstimos baratos para os bancos.

 

Noutros lugares, autoridades da Austrália, do Canadá e do Reino Unido estão entre os que adotaram a postura de esperar para ver o que acontecerá. A China, no seu Congresso Nacional, este mês, sinalizou a disponibilidade para flexibilizar as políticas monetárias e fiscais para respaldar a expansão.

 

Dinheiro fácil

Após o aperto do fim do ano passado, que ajudou a levar a Fed a repensar as perspetivas, as condições financeiras relaxaram. Depois de atingir o menor patamar em dois anos e meio em dezembro, o Bloomberg U.S. Financial Conditions Index - que mede o nível geral de stress financeiro nos mercados cambial, de títulos e de ações - tem recuperado.

 

Num reflexo da visão mais positiva do investidor, tem havido também uma recuperação das ações este ano. O S&P 500 subiu quase 20% desde o mínimo registado em dezembro, enquanto o Shanghai Composite avançou cerca de 22%.

 

A menor força do dólar em comparação com 2018 também deu um alívio aos mercados emergentes, tirando um pouco de pressão dos bancos centrais para que se protegessem contra fugas de capitais. Os números de crédito para China e Japão em fevereiro aumentaram fortemente em relação ao ano passado.

 

Novas perspetivas

O Fundo Monetário Internacional (FMI) ainda prevê um crescimento global de 3,5% em 2019, um ritmo muito bom para este estágio da expansão. Alan Ruskin, estratega do Deutsche Bank, argumenta também que há mais motivos para otimismo do que sugerem as manchetes. A economia da China, por exemplo, é cinco vezes maior que a de 2000, o que significa que uma taxa de crescimento de 6% de agora equivale a 30% de expansão daquela altura.

 

"Até mesmo ao fazer comparações de longo prazo, os níveis absolutos e as mudanças tornam-se ainda mais importantes do que a perspetiva limitada oferecida pelas mudanças percentuais", escreveu Alan Ruskin, numa nota aos clientes.

 

(Texto original: Why the Worst May Already Be Over for the Global)

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