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NATO: Entrada da coluna russa vai "aprofundar a crise"

O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, condenou esta sexta-feira a entrada da "auto-intitulada coluna humanitária" russa na Ucrânia, considerando que tal facto "só pode aprofundar a crise" naquela região.

Reuters
22 de Agosto de 2014 às 20:39
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A entrada da coluna sem autorização ucraniana, "nem qualquer envolvimento da Comissão Internacional da Cruz Vermelha", constitui "uma violação flagrante dos compromissos internacionais da Rússia", afirmou Rasmussen, citado em comunicado.

 

"Isso só pode aprofundar a crise na região", observou.

 

"O desprezo pelos princípios humanitários internacionais levanta novas dúvidas quanto a saber-se se o verdadeiro objectivo da coluna é ajudar os civis ou levar abastecimentos aos separatistas armados", acrescentou.

 

O comandante-chefe da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte), o general Philip Breedlove, condenou também "a incursão ilegal" da Rússia em território ucraniano, em comunicado.

 

"Uma ajuda humanitária legítima não deveria ser encaminhada pela força, como contrabando, atravessando fronteiras internacionais sem autorização e sem o envolvimento das agências internacionais de ajuda humanitária", sublinhou o general.

 

"É necessário tratar da situação humanitária no leste da Ucrânia, mas não por métodos que corram o risco de inflamar ainda mais o conflito", acrescentou.

 

"A travessia da fronteira à força e sem autorização (...) significa que a Rússia está mais interessada em reaprovisionar os separatistas do que em levar ajuda às populações locais", defendeu ainda o general Breedlove.

 

Segundo Rasmussen, a entrada da coluna "coincide com uma grande escalada do envolvimento russo no leste [separatista da Ucrânia] desde meados de agosto, incluindo a utilização de forças russas".

 

A Rússia desmente regularmente as acusações ocidentais de que está a enviar forças para território ucraniano.

 

A NATO deu conta, no início de agosto, de um aumento do número de militares russos ao longo da fronteira com a Ucrânia, que passou, segundo indicou, de 12.000, em meados de Julho, para 20.000, que encara como "uma situação perigosa".

 

A Aliança Atlântica também partilhou os seus receios de que a Rússia só utilizasse "o pretexto de uma missão humanitária ou de manutenção da paz para enviar soldados para o leste da Ucrânia".

 

Após uma semana de espera, a Rússia fez hoje de manhã entrar na Ucrânia os primeiros camiões da sua coluna transportando, segundo Moscovo, 1.800 toneladas de ajuda humanitária, argumentando que se tinham esgotado "todos os pretextos" avançados por Kiev para "atrasar a entrega" da sua ajuda humanitária às populações do leste ucraniano.

 

O chefe dos serviços de segurança ucranianos, Valentin Nalivaïtchenko, condenou a iniciativa russa, que classificou como uma "invasão indirecta".

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