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Morgan Stanley corta projeção para crescimento da economia global
Apesar da trégua acordada entre Trump e Xi que permite aos EUA e à China retomar negociações com vista a um acordo comercial, o banco norte-americano baixou as estimativas para o crescimento do conjunto da economia mundial tanto em 2019 como em 2020.
A economia global vai crescer menos do que era até aqui esperado e nem a trégua alcançada entre os Estados Unidos e a China será suficiente para inverter esta perspetiva.
É esta a conclusão da mais recente análise à evolução da economia mundial feita pelo banco norte-americano Morgan Stanley. Esta instituição cortou em duas décimas as projeções relativas à expansão do PIB mundial tanto para este ano como para 2020, que se fixam agora respetivamente em 3% e 3,2%.
Este corte nas estimativas do Morgan Stanley surge apesar de no sábado os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da China, Xi Jinping, terem decidido retomar as negociações para a obtenção de um acordo que permita equilibrar a relação comercial entre as duas maiores economias mundiais.
A equipa de análise liderada por Chetan Ahya sustenta que a trégua não é suficiente para retirar o grau de incerteza que persiste em torno das conversações entre Washington e Pequim.
Recorde-se que as negociações iniciadas há cerca de um ano conheceram já vários altos e baixos, com garantias de proximidade de um acordo a alternarem com ameaças de reforço de tarifas.
Para este banco, o essencial dos dossiers que continuam a travar um acordo final persistem em cima da mesa, conclusão que permite antecipar que num cenário de escalada protecionista com a adoção de novas taxas alfandegárias agravadas a economia global poderá ser arrastada para a recessão.
O Morgan Stanley considera ainda que nem mesmo as políticas monetárias expansionistas que os principais bancos centrais (com a Reserva Federal Americana e o Banco Central Europeu à cabeça) admitem retomar parecem suficientes para afastar as dúvidas quanto à capacidade da economia mundial resistir à incerteza.
Na mesma linha, uma análise feita por outro banco americano, o Citigroup, defende que os investidores, que reagiram positivamente à trégua anunciada por Trump e Xi à margem do encontro mantido, no sábado, em Osaka, Japão, à margem da cimeira do G20, não devem deixar de mostrar preocupação relativamente aos riscos associados à disputa comercial EUA-China em curso há quase um ano.
No domingo, o dia seguinte à trégua temporária alcançada no Japão, Donald Trump afirmou que os EUA "estão a ganhar" a guerra apesar de a Fed não estar a ajudar na tarefa da administração americana. Trump tem vindo a defender que o banco central americano devia baixar os juros por forma a reforçar a competitividade da economia americana.