Notícia
Moody's avisa: factura da guerra comercial chega em 2019
No dia em que os EUA impuseram novas tarifas de 16 mil milhões de dólares sobre as importações chinesas, e que a China retaliou na mesma medida, a agência internacional estima a factura da guerra comercial no PIB.
A factura da guerra comercial vai chegar no próximo ano. A previsão é da Moody's Investors Service, que no Global Macroeconomic Outlook, publicado esta quinta-feira, 23 de Agosto, antecipa uma redução do ritmo de crescimento tanto da China, como dos Estados Unidos, por causa das novas tarifas nas importações.
"Esperamos ver mais restrições a aquisições chinesas de empresas nos Estados Unidos e na Europa, e o nosso cenário base neste momento assume que a administração dos Estados Unidos vai concretizar algumas das restrições propostas às importações da China", diz Elena Duggar, Presidente do Conselho de Macroeconomia da Moody's.
A realidade já está a dar razão à especialista da agência internacional: à meia-noite e um minuto (hora de Washignton) desta quinta-feira, entraram em vigor tarifas adicionais de 16 mil milhões de dólares sobre a importação de 279 tipos de produtos chineses, escolhidos pela administração Trump. Entre outros bens, fazem parte da lista semicondutores, químicos, plásticos, motociclos e scooters eléctricas.
A agência estatal chinesa, a Xinhua, reportou de imediato a reacção de Pequim: novas tarifas, avaliadas nos mesmos 16 mil milhões de dólares, sobre importações norte-americanas. Estão em causa combustíveis, produtos de de aço e equipamento automóvel e médico.
"A probabilidade de as tensões comerciais dos Estados Unidos com a China degradarem o crescimento este ano é maior e vão travar o crescimento global em 2019", avisa o comunicado da Moody's.
A agência estima que a disputa comercial tire entre 0,3 e 0,5 pontos percentuais ao crescimento real da China em 2019. Já nos Estados Unidos, o corte no ritmo de crescimento deverá rondar os 0,25 pontos percentuais.
O ambiente mais tenso a nível comercial deverá ser contrabalançado com uma política orçamental moderada na China e medidas para aumentar a liquidez, o que poderá limitar o impacto na economia da Pequim. Já nos EUA o momento económico "continua muito forte", diz a Moody's, assinalando a criação de mais de 200 mil empregos por dia, mesmo com a taxa de desemprego historicamente baixa de Julho, nos 3,9%. Mas a guerra comercial impedirá um crescimento ainda mais robusto, deixando a economia norte-americana com uma subida de 2,3% do PIB.
"A maior parte do impacto das restrições ao comércio no crescimento económico será sentida em 2019", garante Madhavi Bokil, vice-presidente da Moody's e o autor principal do relatório. "A magnitude do impacto vai depender do sentimento do mercado," adianta, notando, contudo, que o apertar das condições financeiras através dos preços dos activos e de ajustamentos cambiais, bem como um embate maior na confiança dos empresários e dos consumidores, são agora mais prováveis do que há uns meses "e têm o potencial de descarrilar a economia global".
Ainda assim, as previsões da Moody's para o crescimento das economias do G-20 são robustas (3,3% em 2018 e 3,1% em 2019). As economias avançadas deverão avançar 2,3% em 2018, recuando para 2% no próximo ano, enquanto as emergentes avançarão 5,1% tanto em 2018 como em 2019.
"Esperamos ver mais restrições a aquisições chinesas de empresas nos Estados Unidos e na Europa, e o nosso cenário base neste momento assume que a administração dos Estados Unidos vai concretizar algumas das restrições propostas às importações da China", diz Elena Duggar, Presidente do Conselho de Macroeconomia da Moody's.
A agência estatal chinesa, a Xinhua, reportou de imediato a reacção de Pequim: novas tarifas, avaliadas nos mesmos 16 mil milhões de dólares, sobre importações norte-americanas. Estão em causa combustíveis, produtos de de aço e equipamento automóvel e médico.
"A probabilidade de as tensões comerciais dos Estados Unidos com a China degradarem o crescimento este ano é maior e vão travar o crescimento global em 2019", avisa o comunicado da Moody's.
A agência estima que a disputa comercial tire entre 0,3 e 0,5 pontos percentuais ao crescimento real da China em 2019. Já nos Estados Unidos, o corte no ritmo de crescimento deverá rondar os 0,25 pontos percentuais.
O ambiente mais tenso a nível comercial deverá ser contrabalançado com uma política orçamental moderada na China e medidas para aumentar a liquidez, o que poderá limitar o impacto na economia da Pequim. Já nos EUA o momento económico "continua muito forte", diz a Moody's, assinalando a criação de mais de 200 mil empregos por dia, mesmo com a taxa de desemprego historicamente baixa de Julho, nos 3,9%. Mas a guerra comercial impedirá um crescimento ainda mais robusto, deixando a economia norte-americana com uma subida de 2,3% do PIB.
"A maior parte do impacto das restrições ao comércio no crescimento económico será sentida em 2019", garante Madhavi Bokil, vice-presidente da Moody's e o autor principal do relatório. "A magnitude do impacto vai depender do sentimento do mercado," adianta, notando, contudo, que o apertar das condições financeiras através dos preços dos activos e de ajustamentos cambiais, bem como um embate maior na confiança dos empresários e dos consumidores, são agora mais prováveis do que há uns meses "e têm o potencial de descarrilar a economia global".
Ainda assim, as previsões da Moody's para o crescimento das economias do G-20 são robustas (3,3% em 2018 e 3,1% em 2019). As economias avançadas deverão avançar 2,3% em 2018, recuando para 2% no próximo ano, enquanto as emergentes avançarão 5,1% tanto em 2018 como em 2019.