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Ministro estrela do Japão decide tirar licença de paternidade histórica

Filho de um primeiro-ministro, Koizumi atraiu intensa cobertura dos media desde que anunciou o casamento com uma conhecida apresentadora de televisão e foi nomeado ministro no ano passado. O governante criticou abertamente o estigma em torno da licença de paternidade.

Reuters
15 de Janeiro de 2020 às 16:00
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O ministro do Ambiente do Japão, Shinjiro Koizumi, favorito dos eleitores para suceder ao primeiro-ministro Shinzo Abe, deve ser o primeiro membro do executivo do país a tirar licença de paternidade, uma decisão aclamada pelo governo como progressista.

Koizumi, de 38 anos, disse em conferência de imprensa na quarta-feira que vai tirar duas semanas de licença de paternidade no prazo de três meses, para que não interfira nos seus deveres ministeriais. O filho do ministro deve nascer neste mês, segundo informações da imprensa local.

 

A decisão de um dos membros mais jovens na história do executivo do país poderia contribuir para a iniciativa do Japão de incentivar mais homens a tirar licença de paternidade e, assim, dividir as responsabilidades entre membros da família. A licença parental do Japão está entre as mais generosas do mundo desenvolvido, mas raramente é usada pelos homens. Em conferência de imprensa, o principal porta-voz do governo, Yoshihide Suga, disse que a sua expectativa é que a licença de Koizumi incentive outros homens a seguir o exemplo.

 

"A atmosfera precisa ser mudada, não apenas o sistema. Caso contrário, o número de funcionários públicos que tiram licença de paternidade não aumentará", afirmou Koizumi.

 

A decisão chamou a atenção no país: "Ministro Koizumi" e "licença para cuidar dos filhos" estavam entre os tópicos "trending" do Twitter no Japão esta quarta-feira de manhã. A ministra da Justiça, Masako Mori, uma das poucas mulheres no gabinete de Abe, aplaudiu a decisão, dizendo que Koizumi a havia consultado.

 

Filho de um primeiro-ministro, Koizumi atraiu intensa cobertura dos media desde que anunciou o casamento com uma conhecida apresentadora de televisão e foi nomeado ministro no ano passado. O governante criticou abertamente o estigma em torno da licença de paternidade, classificando o burburinho sobre a sua decisão como um sinal de que o Japão é "rígido e antiquado".

 

Os pais podem tirar até um ano de licença de paternidade, mas ficar longe por tanto tempo para cuidar dos filhos é visto como tabu. Apenas 6% dos pais tiram licença de paternidade e, entre os que o fazem, cerca de 60% estão de volta ao trabalho dentro de duas semanas, segundo o Ministério da Saúde. Por outro lado, mais de 80% das mulheres que trabalham e têm um filho pedem licença de maternidade, e a maioria delas regressa apenas entre 10 a 18 meses depois.

 

É um problema para um país que tenta evitar uma crise demográfica ao mesmo tempo que mantém mulheres na força de trabalho para compensar o envelhecimento da população. Pessoas com 65 ou mais anos de idade correspondem a mais de 28% da população. O peso deve subir para mais de 38% até 2065 e a população continuar a diminuir, segundo estimativas.

 
Texto Original: Japan cabinet star set to make history with paternity leave

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