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México: as tarifas, os migrantes, o milho e os cortes da Moody’s e da Fitch
Representantes governamentais do México reuniram-se esta quarta-feira com as suas contrapartes, em Washington, para debaterem um possível acordo comercial.
O presidente norte-americano, Donald Trump, declarou hoje que está convicto de que o México quer chegar a acordo com os EUA relativamente à disputa sobre a entrada de imigrantes mexicanos nos Estados Unidos. Mas acrescentou que avançará com as anunciadas tarifas alfandegárias já na próxima segunda-feira se não houver um acordo que traga maior controlo à migração.
Foi na semana passada que o chefe da Casa Branca ameaçou reforçar as tarifas alfandegárias sobre os produtos oriundos do México. A mais recente medida de Trump, que se auto-intitula Tariff Man (O Homem das Tarifas), visa impor 5% de tarifas aduaneiras sobre todos os produtos oriundos México a partir de 10 de junho. E ameaçou elevá-las para 25% até outubro, a menos que aquele país consiga impedir que a "imigração ilegal" para os EUA.
Com esta ameça no horizonte, os representantes governamentais do México reuniram-se esta quarta-feira com as suas contrapartes, em Washington, para debaterem um possível acordo comercial. Mas ainda nada foi anunciado.
O que se sabe, através de fontes que vão dando informações à Reuters, à Bloomberg e a outros meios, é que numa possível lista retaliatória do México o milho norte-americano é poupado.
Os EUA continuam a pressionar o México para manter os requerentes de asilo do seu lado da fronteira. Já o México quer que os Estados Unidos redirecionem o seu financiamento destinado à segurança, aplicando-o no impulso do crescimento económico na região fronteiriça México-Guatemala para se tentar assim travar o fluxo de migrantes.
Enquanto as conversações duram, e sem qualquer indicação de que os EUA não avançarão com as tarifas aduaneiras na próxima segunda-feira, as agências de rating já começaram a posicionar-se.
A Moody’s anunciou uma revisão em baixa do "outlook" para a dívida soberana do México, ao passo que a Fitch se decidiu mesmo por um corte na notação financeira do país, de BBB+ para BBB, ficando assim no penúltimo nível da categoria de investimento de qualidade.