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Metade das empresas angolanas considera que situações de fraude aumentaram

Metade das empresas angolanas considerara que o número de situações fraudulentas aumentou no último ano e mais de metade (60%) "teve conhecimento de algum evento de fraude no meio empresarial", revela a primeira edição do "Fraud Survey Angola" da Deloitte hoje divulgado.

João Lourenço afastou Manuel Rabelais do GRECIMA em outubro de 2017.
João Lourenço, presidente de Angola. Ampe Rogério/Lusa
12 de Dezembro de 2020 às 15:38
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Metade das empresas angolanas considera que as situações de fraude aumentaram desde 2019 e 61% acredita que o número de ocorrências vai aumentar no futuro, revela a primeira edição do "Fraud Survey Angola" da Deloitte hoje divulgado.

 

O estudo, que avalia as perceções relativamente ao tema de fraude no mercado empresarial angolano, foi realizado entre 29 de junho e 17 de julho deste ano.

 

Quando inquiridos sobre a perceção e evolução da fraude no mercado angolano, 50% das empresas consideraram que o número de situações fraudulentas aumentou no último ano e mais de metade (60%) "teve conhecimento de algum evento de fraude no meio empresarial", lê-se no documento.

 

Além disso, 61% das empresas acreditam que o número de ocorrências vai aumentar no futuro.

 

Quase um terço (32%) dos inquiridos admitiram que a sua empresa enfrentou alguma situação de fraude no último ano, apontando "como principais custos associados a essas situações a perda de reputação (46%), o desvio de fundos (38%) e a realização de negócio (33%).

 

"Cerca de 65% dos inquiridos pertencentes ao segmento das grandes empresas referem ter conhecimento de empresas envolvidas em situações de fraude recentemente, comparando com os 57% das PME [pequenas e médias empresas]", conclui o estudo.

 

Por setor de atividade, "podemos concluir que os inquiridos do setor de serviços não financeiros são aqueles que menos conhecimento têm de empresas envolvidas em situações de fraude (58%)", lê-se no relatório da Deloitte.

 

Relativamente aos principais responsáveis e modalidades de fraude, mais de dois terços (69%) apontam "os quadros médios e superiores" das empresas.

 

A corrupção (59%), o desvio de fundos (53%) e o tráfico de influências (52%) são as principais formas de fraude identificadas pelas empresas angolanas inquiridas, de acordo com o estudo da Deloitte.

 

Todas as empresas do setor de bens de consumo "consideram a corrupção a forma de fraude mais comum nas empresas angolanas".

 

Por setores, os serviços financeiros são os que estão mais expostos, com mais de metade (57%) dos inquiridos a apontar esta área, seguida dos bens de consumo (16%) e de serviços não financeiros (15%).

 

Já as áreas comercial (43%), 'procurement' [aprovisionamento] (37%) e financiamento e atividades relacionadas (17%) "são considerdas as que apresentam um maior risco de fraude dentro de uma organização".

 

Como principais causas da fraude, as empresas inquiridas apontam a "a inexistência de um sistema de controlo eficiente (45%) e a falta de valores éticos (32%)".

No que respeita aos processos mais utilizados na identificação de situações de fraude, as empresas angolanas referem "os mecanismos de controlo interno (61%), a investigação interna (12 %%) e o canal de 'whistleblowing' [delação] (4%)".

 

Por dimensão empresarial, "há uma maior perceção de que as ocorrências de fraude aumentaram entre as grandes empresas (57%) em comparação com as PME (39%)", salienta o estudo, cujo inquérito obteve um total de 75 respostas.

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