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Mariano Rajoy defende união "na dor e na resposta" contra ameaça terrorista
O Presidente do governo espanhol defendeu hoje, num artigo publicado nos jornais La Vanguardia e El Periódico que os espanhóis devem estar unidos "na dor e na resposta" à "ameaça terrorista" para "recuperar a liberdade".
"Tenhamos as ideias que tivermos, votemos em quem votarmos ou discordemos de quem discordarmos, os que acreditarmos na democracia e nas sociedades livres e abertas somos chamados a permanecer unidos na defesa do legado da civilização contra a barbárie do fanatismo, do ódio e do terror", disse Mariano Rajoy.
O grupo extremista Estado Islâmico reivindicou os atentados perpetrados na quinta-feira em Barcelona e na sexta-feira na estância balnear de Cambrils, que fizeram 14 mortos e 135 feridos, 17 dos quais estão entre a vida e a morte e 28 em estado grave.
O Presidente do Governo espanhol insistiu que "não existem nem segurança absoluta nem risco zero", como se comprovou naqueles dias, mas para se ser "verdadeiramente eficaz contra o terrorismo" é preciso união "não só na dor como também, tal como nestes dias, na resposta".
Rajoy disse estar "plenamente convencido de que as diferentes instituições e forças políticas" vão continuar a estar "à altura da responsabilidade" a que, sublinhou, estão obrigadas.
"Estou convencido de que veremos reforçados esses valores e essa unidade no fundamental durante a reunião do pacto antiterrorista que esta manhã se realiza em Madrid", acrescentou.
O Presidente do Governo espanhol considerou que "há, no entanto, incógnitas para eliminar e, antes de mais, criminosos para deter e colocar perante a justiça para que sobre eles recaia todo o peso da lei". "Sem dúvida vão pagar pelos seus crimes mais tarde ou mais cedo", acrescentou.
Mariano Rajoy reiterou o "mais forte apoio aos Mossos d'Esquadra, à Guardia Urbana, a todas as polícias locais, assim como à Guardia Civil e à Polícia Nacional" e reconheceu "o papel de todos os membros do sistema de saúde e de Protecção Civil no trabalho fundamental de assistência aos feridos".
"A luminosa Barcelona, a acolhedora, a vibrante, a protagonista de tantas histórias da nossa literatura, de tantas obras da nossa arte e de tantas páginas da nossa história, a cidade de Gaudí e dos melhores Jogos Olímpicos da história, 'a flor das belas cidades do mundo' hoje está dolorida mas inteira", referiu no início do artigo.
Rajoy observou ser "muito difícil encontrar palavras de consolo para a dor" sentida, e para "explicar a falta de humanidade que retractam os atentados de Barcelona e Cambrils".
"Perdemos muitas vidas inocentes com a crueldade que apenas pode incubar o fanatismo assassino e não é fácil encontrar algum alívio numa tragédia de semelhante magnitude", acrescentou.
Rajoy destacou ainda o "civismo exemplar e a viva solidariedade que desde o primeiro instante se viu surgir tanto em Barcelona como em Cambrils ou entre os moradores de Alcanar".
"Se o fanatismo e o terror escolheram Barcelona como objectivo da sua loucura irracional é porque o movimento das ruas e a sua alegria encarnam todos os valores, direitos e liberdades que o 'jihadismo' detesta", escreveu.