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Juncker apela a trégua em Alepo "pelo menos" até retirada de civis
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, apelou hoje, em Estrasburgo, ao fim das hostilidades em Alepo, "pelo menos" o tempo suficiente para permitir a evacuação de civis daquela "grande cidade em ruínas".
Dirigindo-se ao Parlamento Europeu, num debate sobre a cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia agendada para quinta-feira em Bruxelas, Juncker apontou que "o Conselho Europeu também vai discutir a guerra na Síria" e observou que "a situação em Alepo, apesar dos desenvolvimentos recentes, é grave".
"Há relatos de massacres, de crianças presas entre os escombros de edifícios colapsados. Apelo às partes em conflito a pararem as hostilidades, pelo menos durante um momento, pelo menos o tempo suficiente para lembrar a humanidade e permitir aos civis, às mulheres e às crianças, que deixem em segurança aquela grande cidade em ruínas", declarou o presidente do executivo comunitário.
Um acordo para a retirada de civis e de combatentes insurgentes da cidade de Alepo foi alcançado na terça-feira com o Governo de Damasco, anunciaram responsáveis rebeldes e o embaixador russo junto das Nações Unidas, Vitali Tchourkine.
Horas antes, o Conselho de Segurança das Nações Unidas anunciou que iria reunir-se de urgência em resposta à situação em Alepo, após relatos de que as forças pró-sírias executaram dezenas de civis naquela cidade devastada por combates. A reunião de urgência foi solicitada por Paris e Londres.
Após o anúncio do acordo, os combates na zona leste da cidade terminaram, anunciou o embaixador russo junto das Nações Unidas.
A retirada de civis e rebeldes da cidade deveria ter começado durante a madrugada mas está atrasada várias horas, noticiam as agências de notícias AFP e AP e meios de comunicação social locais.
A ONU informou na terça-feira que as forças que apoiam o regime sírio terão executado pelo menos 82 civis, incluindo 11 mulheres e 13 crianças, "provavelmente nas últimas 48 horas" em quatro bairros do leste de Alepo que recuperaram aos rebeldes.
As forças governamentais sírias, apoiadas pelas forças aliadas russas, lançaram há três semanas uma ofensiva para recuperar a zona leste de Alepo, um bastião rebelde desde 2012.
Dos 275.000 civis que se estimava viverem em Alepo (a segunda maior cidade síria) quando foi lançada a ofensiva, cerca de 70.000 fugiu nos últimos dias, na sua maioria para centros de deslocados montados pelo governo na parte oeste da cidade.