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Japão pode ter de despejar água radioativa de Fukushima no Pacífico
As autoridades nipónicas alertaram que a água contaminada armazenada desde o tsunami de 2011 pode ter que ser diluída no oceano. O espaço disponível de armazenamento vai acabar em 2022.
O operador da central nuclear japonesa de Fukushima pode ter de despejar e diluir cerca de um milhão de toneladas de água contaminada no oceano Pacífico, segundo o The Guardian. O ministro japonês do Ambiente, Yoshiaki Harada, disse mesmo que "a única opção vai ser drená-la para o mar e depois diluí-la".
Apesar de "o Governo estar ainda a discutir esta situação", de acordo com o ministro, esta solução parece mesmo estar a ganhar força.
A água contaminada tem sido armazenada dentro da central nuclear desde março de 2011, altura em que foi atingida por um terramoto de magnitude 8.7 na escala de Richter e consequente tsunami. Na altura, a catástrofe provocou uma falha na central e derreteu três dos seis reatores.
Esta opção – a ser posta em prática – poderia pôr em risco o oceano e, consequentemente, a vida de milhões de peixes. A atividade piscatória do país, que tem estado a tentar reerguer-se nos últimos oito anos, já mostrou a sua preocupação. Também a vizinha Coreia do Sul expressou o seu receio com o possível impacto que esta medida poderá ter no marisco.
A Tokyo Electric Power (Tepco), a empresa distribuidora de energia, tem tentado controlar a acumulação de água dentro da central já desativada, ao tentar remover os núcleos que estão a ficar rodeados de excesso de água, mas a tecnologia existente não permite retirar os átomos radioativos na mesma água.
Um estudo recente de Hiroshi Miyano, da sociedade de energia atómica do Japão e que dirige um grupo que estuda a central de Fukushima, disse que o processo de diluição da água no oceano para que os níveis máximos de radioatividade não sejam ultrapassados, pode levar 17 anos.
Há seis anos, durante a apresentação da candidatura do Japão para a realização dos Jogos Olímpicos, o presidente do país, Shinzo Abe, assegurou a comunidade internacional que a situação estava "controlada".