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Japão aceita negociar acordo comercial com os Estados Unidos

Na noite passada, o primeiro-ministro japonês e o presidente dos EUA acordaram iniciar negociações com vista a um acordo comercial bilateral. Cedência de Shinzo Abe salvaguarda, pelo menos para já, exportações do sector automóvel nipónico.

Reuters
David Santiago dsantiago@negocios.pt 27 de Setembro de 2018 às 13:50

A inflexibilidade inicial deu lugar à vontade de negociar. Depois de se mostrar indisponível para conversações com Washington para um acordo de livre comércio bilateral, preferindo uma solução multilateral, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, aceitou agora encetar negociações com os Estados Unidos.

Esta quarta-feira, à margem da assembleia-geral das Nações Unidas, Shinzo Abe e o presidente dos EUA, Donald Trump, chegaram a acordo para iniciar negociações.

Esta cedência de Abe deverá proteger o Japão, pelo menos para já, da taxa aduaneira de 25% sobre as importações de bens nipónicos com que Trump ameaçou atacar Tóquio, sendo que salvaguarda sobretudo as exportações do sector automóvel japonês (veículos e componentes automóveis).

Em plena disputa comercial com a China e depois de já ter negociado um novo acordo de livre comércio com o México, Donald Trump volta-se agora para o Japão, país com o qual os EUA registam o terceiro maior défice comercial.

A economia nipónica é muito dependente do sector exportador e mantém um excedente da balança comercial com os EUA de cerca de 69 mil milhões de dólares, dois terços dos quais relativos à exportação do sector automóvel.

Antes ainda do início das conversações, um comunicado conjunto dos dois países afiança que as negociações "vão respeitar as posições governamentais mútuas". Para já ambos os lados saem a ganhar, Abe evita taxas alfandegárias adicionais sobre o sector automóvel e Trump consegue chegar à mesa de negociações onde tentará garantir uma melhor situação para as exportações agrícolas norte-americanas, tido como o principal objectivo de Washington.

"Isto é algo que, devido a diversas razões ao longo dos anos, o Japão estava indisponível e que agora se mostra disposto a fazer", afirmou Donald Trump, citado pela Reuters.

A confirmar o momento positivo na relação bilateral, Shinzo Abe anunciou ontem que o sector automóvel nipónico vai realizar novos investimentos nos EUA no valor de 20 mil milhões de dólares, existindo a perspectiva de que possam ser criados 37 mil novos postos de trabalho.

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