Notícia
Irão avisa que atacará bases dos EUA na região usadas para "apoiar" Israel
Após o ataque de sábado do Irão a Israel multiplicam-se as reações. A instabilidade tomou de assalto o Médio Oriente e inquieta o mundo. O Negócios faz o acompanhamento ao minuto da situação.
Líderes do G7 condenam unanimemente "ataque sem precedentes" do Irão
Os líderes do G7, o grupo dos países mais ricos do mundo, "condenaram unanimemente o ataque sem precedentes do Irão a Israel", afirmou hoje o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, no final da reunião.
A reunião decorreu hoje, por videoconferência, e foi na rede social X (antigo Twitter) que o presidente do Conselho Europeu defendeu que "todas as partes devem mostrar contenção".
"Juntamente com os líderes do G7, condenámos unanimemente o ataque sem precedentes do Irão a Israel. Todas as partes devem dar provas de contenção", disse Charles Michel.
O G7 é o grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, no qual a União Europeia também está representada.
O representante europeu disse que continuarão a ser feitos "todos os esforços para desanuviar a situação", nomeadamente "acabar com a crise em Gaza o mais rapidamente possível, em particular através de um cessar-fogo imediato".
Acrescentou que a situação no Médio Oriente será discutida na cimeira da UE agendada para quarta e quinta-feira.
Biden diz a Netanyahu que EUA nao vão participar em retaliação contra o Irão
O Presidente dos Estados Unidos informou o primeiro-ministro israelita que o país não vai participar numa contra-ofensiva contra o Irão, caso Israel decida retaliar, em resposta ao ataque com drones e mísseis no sábado.
Segundo a Reuters, a informação sobre este alerta veio de um dirigente da Casa Branca, com vários meios de comunicação norte-americanos a dizerem que a mensagem foi transmitida num telefonema entre os dois líderes durante a noite.
O porta-voz de segurança nacional da Casa Branca, John Kirby, disse ao programa "This Week", na ABC, hoje, que os EUA vão continuar a ajudar Israel a defender-se mas não querem entrar numa guerra.
Portugal tem "tudo preparado se for preciso evacuação"
O Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas garantiu este domingo que "está tudo preparado se for preciso" retirar portugueses expatriados de Israel, revelando ainda que há 47 portugueses a tentar sair do Irão.
Em declarações à agência Lusa a propósito do ataque iraniano a Israel, no sábado, José Cesário referiu que em Israel "há uma comunidade de cerca de 30 mil cidadãos com nacionalidade portuguesa" e "alguns portugueses expatriados em turismo ou a trabalhar", estando neste último caso referenciadas 13 pessoas.
Segundo José Cesário, o Governo português está "atento à evolução da situação", estando "tudo preparado se for preciso uma evacuação", havendo os meios para o efeito.
Sublinhou ainda que esse acompanhamento da situação será feito em "articulação com os parceiros da União Europeia".
Quanto aos portugueses que estejam em Israel e precisem de apoio, o mesmo responsável lembrou que devem recorrer ao Gabinete de Emergência Consular em Lisboa, por via telefónica, podendo ainda entrar em contacto com a Embaixada de Portugal em Israel.
De momento, aconselhou ainda, os cidadãos portugueses devem abster-se de viajar para a região em conflito e "quem lá estiver deve cumprir as orientações das autoridades locais em matéria de segurança".
Quanto aos portugueses que tentam sair do Irão não foram adiantados mais pormenores.
O espaço aéreo israelita, encerrado no sábado à noite pouco antes do ataque iraniano a Israel, reabriu às 07:30 locais (05:30 em Lisboa), anunciou a autoridade aeroportuária.
O portal na Internet do aeroporto dá conta de atrasos significativos, tanto nas partidas como nas chegadas.
O Irão lançou no sábado à noite um ataque com 'drones' contra Israel "a partir do seu território", confirmou o porta-voz do exército israelita num discurso transmitido pela televisão.
Numa mensagem na rede social X, a missão iraniana junto da ONU alegou que, "de acordo com o artigo 51.º da Carta das Nações Unidas sobre a legítima defesa, a ação militar do Irão foi uma resposta à agressão do regime sionista" contra as instalações diplomáticas iranianas em Damasco.
As tensões entre os dois países subiram nas últimas semanas, depois do bombardeamento do consulado iraniano em Damasco, a 01 de abril, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.
Comunidade Israelita diz que Portugal deve manter e até reforçar o apoio a Israel
A Comunidade Israelita de Lisboa saudou hoje a condenação pelo Governo do ataque do Irão a Israel e apelou ao Parlamento para a acompanhar, considerando que Portugal deve manter e até reforçar o apoio a Israel.
"A direção da Comunidade Israelita de Lisboa saúda a posição ontem expressamente assumida pelo primeiro-ministro de Portugal de condenar veementemente o ataque do Irão a Israel e de apelar à contenção, em ordem a evitar uma escalada da violência", lê-se no comunicado hoje divulgado, que "exorta o Parlamento português a adotar a mesma posição".
Para a Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) "estar ao lado de Israel num momento como este é um imperativo das nações democráticas".
Para a CIL, "Portugal -- qualquer que se seja o prisma pelo qual se olhe -- está hoje diretamente envolvido num conflito regional e é uma vítima inquestionável de guerra por procuração", numa referência ao arresto pelo Irão de um navio de pavilhão português no Estreito de Ormuz.
E acrescenta que, perante estes atos de agressão, "Portugal saberá estar à altura das circunstâncias, mantendo e até reforçando o seu apoio a Israel".
A CIL considerou ainda que a captura do navio é um "grave ato de ataque", considerando que essa "flagrante violação do Direito Internacional deve merecer cuidada atenção do Estado e do Governo português" e que foram "as mesmas forças militares que atacaram e capturaram um navio de bandeira portuguesa", que atacaram Israel no sábado.
"Além de ostentar pavilhão nacional, este é um navio cuja propriedade é pertença de um cidadão israelita. Ou seja, para terroristas extremistas, sejam organizações (como o Hamas), sejam Estados (como o iraniano), os meios justificam plenamente os fins e os fins, como é sabido, contemplam a destruição de Israel e do seu povo. O que é, obviamente, inaceitável e inadmissível", refere a CIL.
O comunicado termina a afirmar que "a democracia e a paz devem prevalecer" e que as orações da comunidade israelita estão com Israel e o seu povo e com a tripulação do navio com pavilhão português.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, condenou hoje o ataque em curso do Irão a Israel, apelando à contenção nas hostilidades para "evitar uma escalada de violência".
O Irão lançou sábado à noite um ataque com drones contra Israel "a partir do seu território", confirmou o porta-voz do exército israelita num discurso transmitido pela televisão.
As tensões entre Israel e Irão subiram nas últimas semanas, depois do bombardeamento do consulado iraniano em Damasco, a 01 de abril, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.
PCP condena ataque do Irão e defende que Portugal deve ser "construtor da Paz"
O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, condenou este domingo o ataque do Irão a Israel no sábado à noite e defendeu que o Estado português "está obrigado a ser um construtor da Paz" em respeito da Constituição da República.
"É em respeito da Constituição da República e da própria revolução [do 25 de Abril] que o Estado português está obrigado a ser um construtor da Paz, a ser um agente da Paz e não a ser um promotor e um incentivador da guerra", afirmou.
O líder comunista falava aos jornalistas depois de ter participado na deposição de cravos junto ao memorial do 25 de Abril na vila de Grândola, no distrito de Setúbal, ao som da música "Grândola, Vila Morena".
"Condenamos esta escalada que começou de forma mais expressiva com o bombardeamento de Israel ao Consulado do Irão, em Damasco, e que teve agora esta resposta militar por parte do Irão", acrescentou.
E defendeu que "é preciso acabar de uma vez por todas com o massacre e com o genocídio do povo palestiniano, reconhecer os seus direitos, reconhecer o seu Estado e o seu direito próprio ao seu próprio desenvolvimento".
"Estamos muito preocupados com esta escalada, estamos muito preocupados até onde nos vai levar esta escalada", realçou.
Em Grândola, onde vai participar num almoço-comício dos 50 anos do 25 de Abril e dos 103 anos do PCP, Paulo Raimundo reafirmou que "o Estado português tem, por respeito à Constituição e por respeito à Revolução que estamos hoje a assinalar, obrigação de ser um agente da Paz, agente do diálogo e um agente da resolução pacífica e não ser um instigador da guerra".
Questionado pelos jornalistas sobre a decisão do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de convocar o Conselho de Segurança para segunda-feira, Paulo Raimundo, insistiu no "cumprimento e respeito" pela constituição e pelo 25 de Abril.
"Para isso só há uma coisa a fazer que é o Estado português assumir todas as suas responsabilidades, todos os seus instrumentos, todos os seus meios diplomáticos para ser um dos principais instigadores da Paz e do diálogo e não o instigador da guerra", afirmou.
O Irão lançou no sábado à noite um ataque contra Israel, com cerca de 300 'drones' e mísseis, a maioria dos quais foi intercetada fora do espaço aéreo israelita. O ataque foi uma retaliação do bombardeamento do consulado iraniano na Síria, atribuído a Israel, que destruiu o edifício e provocou 13 mortos, incluindo dois generais da Guarda Revolucionária iraniana.
Portugal vai manter reserva sobre diligências em relação a navio apreendido pelo Irão
Portugal vai continuar a "desenvolver todas as diligências previstas e adequadas" relativamente ao navio com pavilhão português capturado pelas autoridades iranianas, mas, dada a sensibilidade da situação, irá "manter reserva", disse hoje fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.
O embaixador de Portugal em Teerão reuniu-se este domingo de manhã (10h30, hora de Lisboa) com o chefe da diplomacia do Irão, para obter esclarecimentos sobre a captura do navio com pavilhão português no Estreito de Ormuz.
Na sequência desse encontro, fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) disse à Lusa que "o Governo continua a desenvolver todas as diligências previstas e adequadas".
"Atendendo ao novo contexto e à sensibilidade da situação, é aconselhável manter reserva", acrescentou, não dando mais pormenores sobre o encontro.
Questionada sobre se o Governo português pondera ou não agravar as medidas diplomáticas face a este incidente, a mesma fonte disse que essa hipótese não está excluída, tendo em conta o "constante acompanhamento e evolução" da situação.
Disse também não saber responder sobre se o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, irá chamar o embaixador iraniano em Lisboa.
O navio com pavilhão português, um porta contentores, foi apreendido no sábado pelo Irão perto do Estreito de Ormuz, no Golfo Pérsico, com um total de 25 tripulantes a bordo.
Na altura, o Ministério dos Negócios Estrangeiros português confirmou tratar-se de um navio de carga, o MSC Aries, com pavilhão português (registo na Região Autónoma da Madeira), sendo a empresa proprietária a Zodiac Maritime Limited, com sede em Londres.
No comunicado era indicado que o acompanhamento da situação está a ser feito sob coordenação direta do gabinete do primeiro-ministro, envolvendo os ministérios dos Negócios Estrangeiros, da Presidência, da Defesa Nacional e da Economia.
O incidente ocorre numa altura de elevada tensão, criada pelo ataque israelita ao consulado do Irão em Damasco, a 01 deste mês, que deixou sete membros da Guarda Revolucionária mortos. O Irão prometeu retaliar, tendo os Estados Unidos alertado para a possibilidade de Teerão responder durante o fim de semana.
O navio porta-contentores capturado está ligado à empresa Zodiac Maritime, parte do Grupo Zodiac, com uma frota de mais de 180 navios e pertencente ao bilionário israelita Eyal Ofer.
O navio saiu de Khalifa, nos Emirados Árabes Unidos, com destino a Nhava Sheva, na Índia, e a última posição recebida foi sexta-feira, exatamente no mesmo local perto do Estreito de Ormuz onde foi apresado.
Desde 2019 que o Irão tem sido acusado de estar envolvido em vários assaltos e ataques a navios na zona do golfo de Omã, por onde passa cerca de um quinto de todo o petróleo comercializado no mundo.
As tensões, marcadas nos últimos seis meses pela guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, subiram recentemente com um bombardeamento a 01 de abril ao consulado iraniano em Damasco, na Síria, que matou altos funcionários militares iranianos, e que foi atribuído a Telavive.
França aconselha cidadãos a abandonarem o Irão
O Governo francês recomendou este domingo, 14 de abril, aos seus cidadãos que abandonem o Irão devido à escalada militar do conflito deste país com Israel, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
"Devido ao novo nível atingido durante a noite pelo Irão e ao risco de uma escalada militar, a Embaixada de França recomenda aos franceses residentes no Irão que têm a possibilidade, em função da retoma do tráfego aéreo internacional, que abandonem temporariamente o país", refere o ministério em comunicado.
Além disso, "pede-se-lhes que sejam extremamente prudentes nas suas deslocações, que evitem as multidões no país e que se mantenham informados sobre a situação", continua-se no texto.
Relativamente a possíveis viagens para o Irão, Paris recorda que "os cidadãos franceses são aconselhados a abster-se absolutamente de viajar para o Irão, Líbano, Israel e Territórios Palestinianos".
A França continuará a avaliar e a rever a situação numa base regular e "dada a proliferação de rumores, recomenda-se que se confie apenas nas informações oficialmente divulgadas pelas autoridades francesas".
O Irão lançou na noite de sábado um ataque contra Israel, com recurso a ‘drones’ (aeronaves não tripuladas), mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos, a grande maioria intercetados, segundo o Exército israelita.
As tensões entre Israel e Irão, já marcadas pela ofensiva de Telavive na Faixa de Gaza, agudizaram-se nas últimas semanas, depois de um bombardeamento, a 1 de abril, do consulado do Irão em Damasco, na Síria, que matou sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.
Irão avisa que atacará bases dos EUA na região usadas para "apoiar" Israel
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão avisou hoje os Estados Unidos de que Teerão atacará "inevitavelmente" as bases militares norte americanas no Médio Oriente se estas forem usadas para "defender e apoiar" Israel, avança a Efe.
Segundo aquela agência de notícias espanhola, que cita a congénere iraniana, a agência ISNA, Hosein Amir Abdolahian alertou que "se o espaço aéreo ou o território dos países referidos forem utilizados pelos EUA para defender e apoiar o regime de Telavive, a base americana nesse país será inevitavelmente atacada".
O chefe da diplomacia do Irão deu por concluída a resposta de Teerão ao ataque contra o consulado iraniano em Damasco, a 01 de abril, que o governo do seu país atribuiu a Israel, e que matou seis sírios e sete membros da Guarda Revolucionária Iraniana, incluindo dois generais.
Hosein Amir Abdolahjan referiu também que os países da região foram informados da operação 72 horas antes do seu início: "Informámos os nossos vizinhos e os países da região de que a resposta da República Islâmica do Irão no quadro da legítima defesa é certa", disse Abdolahian.
O objetivo da ofensiva, lançada na noite de sábado, foi, segundo Abdolajhan, "apenas e só para o regime israelita".
"O facto de nos limitarmos à legítima defesa e ao castigo do regime sionista significa que não definimos qualquer alvo civil na nossa resposta e que as nossas forças não visaram um local económico e populacional", afirmou.
O ministro salientou que, desde o início da guerra em Gaza, a 7 de outubro, o Irão sempre se opôs ao aumento da tensão na região, segundo a Efe.
Na noite de sábado, o Irão atacou Israel com cerca de 300 drones e mísseis, a grande maioria dos quais foi intercetada fora do espaço aéreo israelita, como resposta ao bombardeamento do consulado iraniano na Síria, atribuído a Israel, que destruiu o edifício e provocou 13 mortos, incluindo dois generais do grupo paramilitar iraniano.
O ataque sem precedentes do Irão a Israel, que provocou ferimentos graves numa pessoa e ligeiros noutras oito, suscitou fortes condenações em todo o mundo e apelos à contenção.
Zelensky pede resposta contra o "terror provocado pelo Irão e a Rússia
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apelou este domingo a uma resposta global "firme e unida" ao "terror" provocado pelo Irão e a Rússia, condenando o ataque de sábado à noite de Teerão a Israel.
"As ações do Irão ameaçam toda a região e o mundo, tal como as da Rússia ameaçam um conflito mais vasto. A colaboração óbvia entre os dois regimes para espalhar o terror deve ser enfrentada com uma resposta firme e unida do mundo", escreveu, apelando a que tudo seja feito para evitar uma escalada no Médio Oriente.
Segundo escreveu Zelensky na rede social X (antigo Twitter), a Ucrânia condena o ataque do Irão a Israel utilizando ‘drones’ [aeronaves não tripuladas] e mísseis ‘Shahed’.
"Na Ucrânia, conhecemos bem o horror de ataques semelhantes da Rússia, que utiliza os mesmos drones ‘Shahed’ e mísseis russos, as mesmas táticas de ataques aéreos maciços", acrescentou, referindo-se aos mísseis de fabrico iraniano.
Zelensky salientou ser "essencial" que o Congresso dos Estados Unidos tome as decisões necessárias "para reforçar os aliados da América neste momento crítico".
A Ucrânia está a pedir aos seus aliados mais ajuda militar para enfrentar a invasão russa, que começou há mais de dois anos, a 24 de fevereiro de 2022.
Mas as divisões políticas em Washington, que têm como pano de fundo as eleições presidenciais de novembro próximo, têm bloqueado o processo.
O Congresso norte-americano tem bloqueado um pacote de ajuda à Ucrânia no valor de 60.000 milhões de dólares (cerca de 56.300 milhões de euros), para grande descontentamento de Kiev.
O ataque, reivindicado pela Guarda Revolucionária Iraniana, foi realizado com cerca de 300 drones e mísseis, a grande maioria dos quais foi intercetada fora do espaço aéreo israelita, e surgiu como resposta ao bombardeamento do consulado iraniano na Síria, atribuído a Israel, que destruiu o edifício e provocou 13 mortos, incluindo dois generais do grupo paramilitar iraniano.
Este ataque sem precedentes, que provocou ferimentos graves numa pessoa e ligeiros noutras oito, suscitou fortes condenações em todo o mundo e apelos à contenção.
Papa lança apelo urgente para evitar "conflito ainda maior" no Médio Oriente
O Papa Francisco lançou esete domingo um "apelo urgente" para evitar "uma espiral de violência com o risco de arrastar o Médio Oriente para um conflito ainda maior".
Francisco apelou também à comunidade internacional para ajudar israelitas e palestinianos a viverem em "dois Estados vizinhos".
"Apelo urgentemente a que se ponha termo a todas as ações que possam alimentar uma espiral de violência com o risco de arrastar o Médio Oriente para um conflito ainda maior. Ninguém deve ameaçar a existência de outro", afirmou o líder da Igreja Católica, que disse seguir com "preocupação e também com dor" a evolução da situação após o ataque do Irão a Israel.
O Médio Oriente atravessa um período de tensão acrescida, agravada com o ataque do Irão a Israel, que na noite de sábado e na madrugada de hoje lançou mais de 300 'drones', mísseis e mísseis balísticos que não causaram vítimas mortais (um ferido grave e oito ligeiros), mas que marcaram o primeiro ataque deste tipo a partir de solo iraniano.
"Todas as nações estão do lado da paz e ajudam os israelitas e os palestinianos a viver em dois Estados, lado a lado, em segurança, que é o seu desejo profundo e legítimo e o seu direito. Dois Estados vizinhos", disse após a recitação do Regina Coeli, que substitui o Angelus na Páscoa.
Da janela do Palácio Apostólico, perante os milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, Francisco apelou também a "um rápido cessar-fogo em Gaza" e a que "se prossiga o caminho da negociação", repetindo a última palavra: "negociação".
O Papa pediu também "determinação para ajudar a população precipitada numa catástrofe humanitária e para libertar rapidamente os reféns raptados há meses.
Irão ameaça Israel com resposta "ainda mais dura"
O presidente do Irão diz que o ataque lançado no sábado contra Israel foi "uma lição contra o inimigo sionista", avisando Telavive que qualquer "nova aventura" irá contar com uma resposta "ainda mais dura" de Teerão.
Ebrahim Raisi, classificou este adomingo, 14 de abril, o ataque lançado por Teerão contra Israel na noite de sábado e madrugada de hoje como uma "medida defensiva" e de "legítima defesa", numa resposta "às ações agressivas do regime sionista [Israel] contra os objetivos e interesses do Irão", nomeadamente o bombardeamento recente ao consulado de Irão em Damasco, na Síria.
Num comunicado publicado na sua página de internet, Ebrahim Raisi, realçou que o ataque foi "uma ação militar decisiva", apesar de o Exército israelita ter afirmado que a grande maioria dos `drones`, mísseis de cruzeiro e mísseis balísticos lançados por Teerão foram intercetados.
O presidente do Irão deixou ainda um recado a Israel, alertando que, caso Telavive ou os que apoiam aquele país "mostrem um comportamento imprudente, receberão uma resposta muito mais decisiva e violenta".
"Durante os últimos seis meses, e especialmente durante os últimos dez dias, o Irão usou todas as ferramentas regionais e internacionais para chamar a atenção da comunidade internacional sobre os perigos mortais face à inação do Conselho de Segurança das Nações Unidas [ONU], diante das contínuas violações do regime sionista", referiu.
Considerando que falta capacidade ao Conselho de Segurança da ONU para cumprir "as suas obrigações", o presidente iraniano argumentou que o Irão atuou "em defesa da sua integridade, soberania e interesses nacionais".
Dessa forma, Raisi considerou que o ataque de sábado foi uma forma de "castigar o agressor [Israel] e gerar estabilidade na região".
O Irão "considera a paz e a estabilidade na região como algo necessário para a sua segurança nacional" e, nesse sentido, "não poupa esforços para restaurá-la", referiu.
"Está totalmente claro para qualquer observador justo que as ações do regime sionista são de uma entidade ocupante, terrorista e racista, que considera que não está vinculada a deveres ou normas legais ou morais", criticou.
Para o presidente do Irão, Israel, com a sua ofensiva na Faixa de Gaza, levou a cabo "uma campanha genocida" contra os palestinianos, com "o apoio cúmplice" dos Estados Unidos.
No seu comunicado, Raisi aconselhou ainda aqueles que ajudam Israel a deixar de apoiar "cegamente" Telavive, considerando ser essa uma "das principais causas" para que aquele país intensifique "violações das leis internacionais".
Marcelo convoca Conselho de Defesa Nacional
Marcelo Rebelo de Sousa, em reação ao ataque do Irão a Israel, que faz aumentar o nível de instabilidade no Médio Oriente, decidiu convocar uma reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional para a próxima terça-feira.
"Tendo em conta a situação atual e possíveis desenvolvimentos, o Presidente da República decidiu convocar uma reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional para terça-feira, 16 de abril, pelas 18:00, no Palácio de Belém", lê-se numa nota publicada este domingo no site da presidência.
O Conselho Superior de Defesa Nacional é um órgão colegial específico de consulta do Presidente da República para os assuntos relativos à defesa nacional e à organização, funcionamento e disciplina das Forças Armadas.
Além dos chefes de Estado-Maior dos diversos ramos das Forças Armadas, este conselho integra também o primeiro-ministro, Luís Montenegro, o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, o ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, o ministro da Defesa Nacional,
Nuno Melo, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, o ministro da Economia, Pedro Reis e a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho.
O Irão lançou ‘drones’ e mísseis contra Israel no sábado à noite, em resposta a um ataque contra o consulado de Teerão em Damasco, Síria, a 01 de abril, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária Iraniana e seis cidadãos sírios.
Os países do G7 vão reunir-se este domingo por videoconferência para analisar a situação e a Rússia já pediu contenção a todas as partes envolvidas.
Este domingo, Israel também já bombardeou o vale de Bekaa, um reduto do grupo xiita Hezbollah no leste do Líbano.
Após o ataque do Irão a Israel, Rússia pede contenção
Contenção às partes envolvidas. Este é o apelo feito pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, em reação aos ataques iranianos de sábado à noite e madrugada de hoje contra Israel.
"Apelamos a todas as partes envolvidas para que tenham contenção e para evitar uma escalada perigosa. Contamos com os Estados da região para encontrar uma solução para os problemas existentes, através de meios políticos e diplomáticos", pede em comunicado o ministério tutelado por Serguei Lavrov.
O Governo russo destaca no entanto que, "de acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, o ataque [contra Israel] foi realizado no âmbito do seu direito à autodefesa nos termos do artigo 51 da Carta da ONU, em resposta a ataques contra alvos iranianos no região", nomeadamente o ataque ao consulado iraniano em Damasco, que Moscovo "condenou veementemente".
Moscovo manifestou também "grande preocupação" com os acontecimentos na região e sublinhou que tinha alertado para o aumento das tensões caso não fosse encontrada uma resolução para "as numerosas crises no Médio Oriente, principalmente na área do conflito israelo-palestiniano".
O ataque do Irão contra Israel, em que, segundo Telavive, foram utilizados mais de 300 'drones', mísseis balísticos e de cruzeiro, ocorreu duas semanas depois de um atentado bombista ao consulado iraniano em Damasco, no qual morreram vários membros da Guarda revolucionária iraniana, ataque que Teerão atribui a Israel.
Para o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia, a posição dos membros ocidentais do Conselho de Segurança da ONU "inviabilizou uma reação adequada ao ataque à missão consular iraniana".
Na quinta-feira, o Kremlin apelou à contenção do Irão e de Israel face à informação sobre uma resposta iminente de Teerão ao ataque ao seu consulado.
"Agora é muito importante que todos atuem com moderação para não desestabilizar completamente a situação na região, que já não é estável nem previsível", disse então o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov.
O secretário do Conselho de Segurança Russo, Nikolai Patrushev, tinha alertado dias antes que o ataque de Telavive ao consulado iraniano em Damasco poderia levar a uma "escalada incontrolável de tensões".
Israel bombardeia Líbano
A aviação israelita bombardeou este domingo, 14 de abril, o Vale de Bekaa, um reduto do grupo xiita Hezbollah no leste do Líbano, longe da fronteira comum, num contexto de crescente tensão regional depois do ataque do Irão contra o Estado judaico.
O bombardeamento por "combatentes inimigos" teve como alvo a aldeia de Nabi Chit, no distrito de Baalbek, uma zona que já tinha sido alvo de vários ataques durante os últimos dois meses de combates, informou o jornal online Al Ahed News, propriedade do Hezbollah.
De acordo com a Agência Nacional de Notícias (ANN) libanesa, os projéteis atingiram um edifício na localidade, que ficou destruído com o impacto, enquanto as forças de segurança isolaram a área, sem que tenham sido registadas vítimas até ao momento.
A ação ocorre depois de o Irão ter lançado um grande número de mísseis e drones contra Israel na noite passada, em resposta ao bombardeamento de há duas semanas que destruiu o consulado iraniano em Damasco e matou sete membros da Guarda Revolucionária, incluindo dois generais proeminentes.
O Líbano lidera a lista dos países com maior risco de serem arrastados para uma potencial escalada regional decorrente deste ataque sem precedentes, uma vez que o Hezbollah - um aliado próximo do Irão - tem estado envolvido em intensos confrontos com Israel há mais de meio ano.
Os confrontos, os piores desde a guerra travada entre a formação libanesa e o Estado judaico em 2006, concentraram-se sobretudo nas zonas fronteiriças, mas nos últimos dois meses Israel já tinha bombardeado o Vale de Bekaa em momentos de especial tensão.
EUA ajudaram Israel a abater "quase todos" os drones iranianos
O Presidente norte-americano, Joe Biden, declarou que as forças dos Estados Unidos ajudaram a abater "quase todos" os 'drones' e mísseis disparados pelo Irão contra Israel.
Em comunicado, Joe Biden afirmou ainda que vai convocar hoje os homólogos do G7, o grupo dos países mais industrializados, para coordenar uma "resposta diplomática unida" ao "ataque descarado" do Irão.
"O Irão e os seus representantes que operam a partir do Iémen, da Síria e do Iraque lançaram um ataque aéreo sem precedentes contra instalações militares em Israel. Condeno estes ataques da forma mais veemente possível", afirmou.
O Irão lançou ‘drones’ e mísseis contra Israel no sábado à noite, em resposta a um ataque contra o consulado de Teerão em Damasco, Síria, a 01 de abril, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária Iraniana e seis cidadãos sírios.
Trata-se do primeiro ataque direto da República Islâmica do Irão contra o território de Israel, inimigo declarado.
Biden disse ter falado entretanto ao telefone com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para reafirmar "o compromisso inabalável dos Estados Unidos com a segurança de Israel".
"Disse-lhe que Israel tinha demonstrado uma capacidade notável para se defender e impedir ataques sem precedentes, enviando uma mensagem clara aos seus inimigos de que não podem ameaçar eficazmente a segurança de Israel", acrescentou, de acordo com o comunicado.
Países do G7 debatem ataque iraniano a Israel
Os chefes de Estado e de Governo do G7 vão realizar este domingo, 14 de abril, uma videoconferência ao início da tarde "para debater o ataque iraniano contra Israel", anunciou o Governo italiano, que detém atualmente a presidência deste grupo de países industrializados.
"A presidência italiana do G7 convocou uma videoconferência a nível de líderes para o início da tarde de hoje", afirmou o Governo italiano num breve comunicado.
Esta cimeira de emergência surge depois de o Irão ter lançado mais de 200 drones e mísseis contra Israel durante a noite, em resposta a um ataque contra o consulado iraniano em Damasco.
No entanto, segundo o exército israelita, este ataque direto iraniano sem precedentes foi frustrado.
O Conselho de Segurança deverá realizar hoje também uma reunião de emergência, com o chefe da ONU, António Guterres, a condenar "uma grave escalada".
Ameaça mais imediata desapareceu. Mas há uma pergunta que se impõe
Depois de praticamente todos os drones e mísseis iranianos terem sido intercetados e falhado o alvo – segundo Israel, apenas alguns entraram no seu território, sem causarem grandes danos –, a população israelita parece poder dormir mais descansada. Mas há uma pergunta que paira no ar: será que Israel vai responder a este ataque?
Segundo a Sky News, um militar israelita de alta patente terá dito ao canal televisivo Keshet 12 que vai haver uma "resposta significativa" ao ataque do Irão, apesar dos apelos da ONU, Egito, Arábia Saudita e outros países para que haja contenção de modo a evitar uma escalada do conflito.
Harley Lipman, do comité americano-israelita de assuntos públicos, considera que há um elevado risco de Israel retaliar. "Atendendo a que Israel sofreu um ataque, deixa de haver linhas vermelhas e Israel pode atacar o Irão", declarou à Sky News.
Entretanto, o Gabinete de Segurança de Israel já autorizou os três membros do Gabinete de Guerra – o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, e o membro do parlamento israelita (knesset) Benny Gantz – a responderem ao ataque de Teerão.
E é esse um dos principais receios que está agora no ar. Segundo o jornal Israel Hayom, o presidente norte-americano, Joe Biden, terá já pedido a Tel Aviv para não responder ao ataque. Mas será que Israel se vai conter?
O ataque do Irão durou aproximadamente cinco horas, afirmaram dois responsáveis norte-americanos à CNN.
Já durante a madrugada deste domingo, e depois de contida, aparentemente, a ameaça iraniana, seguem-se relatos do lançamento de novos rockets do Líbano (por parte do Hezbollah) contra Israel, depois de na sexta-feira terem sido disparados 44.
A ofensiva de Israel em Gaza também levou os rebeldes houthis do Iémen a reagir, nos últimos meses, com ataques a embarcações que passam no Mar Vermelho.
Em Israel, recorde-se, a população tem saído às ruas a contestar o governo de Netanyahu, cuja ofensiva em Gaza – depois dos ataques do Hamas em território israelita a 7 de outubro – já provocou a morte de mais de 33.000 palestinianos.
E é precisamente na Faixa de Gaza que ainda se encontram mais de 100 reféns israelitas. Dos 129 reféns que continuam no território – um cessar fogo em novembro permitiu a libertação de outros 105 reféns, em troca de 240 prisioneiros palestinianos –, as Forças de Defesa de Israel já confirmaram a morte de 34.
Irão diz à ONU que não pretende escalada
Numa carta enviada ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e à presidente do Conselho de Segurança da ONU, Vanessa Frazier, o Irão afiançou que este ataque a Israel foi um ato de auto-defesa legítimo e justificado contra as "agressões" israelitas.
A missão do Irão na ONU lamentou também o facto de o Conselho de Segurança não ter condenado o ataque aéreo israelita (que Tel Aviv nega) contra o seu consulado em Damasco, capital da Síria, a 1 de abril, do qual terá resultado a morte de dois militares da Guarda Revolucionária do Irão e de mais 9 pessoas.
O Irão diz ainda que não està à procura de uma escalada do conflito, mas adverte que defenderá o seu povo e os seus interesses contra quaisquer ameaças.
Iran’s invocation of Article 51 of the UN Charter occurred following a 13-day period marked by the Security Council’s inaction and silence, coupled with its failure to condemn the Israeli regime’s aggressions. Certain countries’ precipitous condemnation of Iran’s exercise of its… pic.twitter.com/knuJrzS4ji
— Permanent Mission of I.R.Iran to UN, NY (@Iran_UN) April 14, 2024
Conselho de Segurança da ONU pode reunir-se este domingo
O Conselho de Segurança das Nações Unidas pretende reunir-se já neste domingo, depois de Israel ter pedido à ONU que condene o ataque do Irão, diz a US News citando um diplomata.
Israel pretende também que a ONU declare como "organização terrorista" o Corpo da Guarda Revolucionária iraniana.
O representante permanente de Israel nas Nações Unidas, Gilad Erdan, pediu ao Conselho de Segurança que realize uma reunião de emergência, que poderá então ocorrer ainda este domingo.
Levantada ordem para população israelita estar perto de abrigos anti-bomba
O Comando da Frente Interna israelita cancelou a ordem para que a população do país ficasse perto de abrigos anti-bomba.
Segundo as Forças de Segurança de Israel, citadas pelo Times of Israel, o ataque do Irão está, pelo menos para já, terminado.
Biden e Netanyanhu já estão em contacto
O presidente norte-americano Joe Biden e o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, já falaram ao telefone, afirmou à CNN uma fonte próxima da Casa Branca, tendo o próprio gabinete do chefe de governo de Israel publicado depois na rede social X uma foto enquanto decorria a conversa.
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— ??? ????? ????? (@IsraeliPM_heb) April 14, 2024
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O ministro israelita da Defesa, Yoav Gallant, já falou com o chefe do Pentágono, Lloyd Austin, para o informar sobre as "operações defensivas perante o ataque do Irão" e agradecer o apoio, sublinhou o governo de Israel em comunicado.
Israel diz que caiu "um número limitado" de mísseis no seu território
A maioria dos mísseis lançados pelo Irão foi intercetada fora das fronteiras israelitas, com apenas um número limitado a cair no território do país, disse Avichay Adraee, porta-voz das Forças de Segurança de Israel.
"Os aviões de guerra de Israel intercetaram mais de 10 mísseis de cruzeiro fora das fronteiras do país, bem como dezenas de drones", afirmou, referindo ainda que o número total de "unidades aéreas" lançadas do Irão era de cerca de 200.
O mesmo responsável disse que havia a destacar, deste ataque iraniano, o ferimento de uma criança e danos sem relevo na infraestrutura de uma base das Forças de Defesa de Israel no sul do país.
Em relação à criança ferida, os relatos iniciais apontavam para um rapaz de 10 anos, mas é referido que se tratou de uma menina de 7 anos.
Trump diz que ataque iraniano não teria acontecido se ele fosse presidente
O ex-presidente norte-americano Donald Trump, que está na corrida às eleições marcadas para novembro deste ano, também já veio manifestar-se sobre o ataque do Irão, dizendo que nunca teria acontecido se ele fosse o atual presidente.
"Eles [Israel] estão sob ataque neste momento porque nós, os EUA, estamos a revelar uma grande fraqueza. Isto não teria acontecido se nós [republicanos] estivéssemos na Casa Branca. Vocês sabem isso, eles sabem isso, toda a gente sabe isso", afirmou, acrescentando que "a América reza por Israel".
Israel diz ter intercetado uma vasta maioria dos drones e mísseis
O porta-voz das Forças de Defesa israelitas, Daniel Hagari, afirmou que o seu país "intercetou uma vasta maioria" dos ataques do Irão.
Em resposta a uma pergunta colocada pela CNN, Hagari disse que as Forças de Defesa estimam que o Irão tenha lançado "mais de 200 tipos diferentes" de drones, incluindo os chamados drones assassinos, mísseis balísticos e mísseis de cruzeiro.
"Os nossos aviões estão ainda no ar, a intercetar, e estamos preparados para qualquer ameaça que se coloque a Israel", afirmou.
Portugal e Espanha condenam ataque
O primeiro-ministro português juntou-se ao coro de vozes que esta noite têm estado a condenar o ataque levado a cabo pelo Irão contra Israel.
Numa publicação na rede social X, Luís Montenegro diz que o seu governo "condena veementemente o ataque" e que "apela à contenção, em ordem a evitar uma escalada da violência", escreveu.
O Governo português condena veementemente o ataque do Irão a Israel. Apela à contenção, em ordem a evitar uma escalada da violência.
— Luís Montenegro (@LMontenegropm) April 13, 2024
The Portuguese Government vehemently condemns Iran’s attack to Israel. It calls for restraint, to avoid an escalation of violence.
Também o primeiro-ministro espanhol reagiu no antigo Twitter, manifestando "grande preocupação" com o ataque. "Tem de se evitar, a todo o custo, uma escalada regional", sublinhou.
Irão lançou 150 mísseis
A ABC News refere, citando uma alta patente norte-americana, que o Irão lançou um total de 150 mísseis contra Israel no ataque desta noite.
Guterres apela ao fim das hostilidades
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, condenou "fortemente" a "séria escalada [das tensões] representada pelo ataque em larga escala sobre Israel por parte da República Islâmica do Irão". Em comunicado, apelou a um "imediato cessar destas hostilidades".
"Estou profundamente alarmado com o perigo muito real de uma devastadora escalada [das hostilidades] em toda a região. Insto todas as partes a exercerem o máximo de contenção possível para evitarem qualquer ação que possa levar a sérios confrontos militares em múltiplas frentes no Médio Oriente", afirmou.
Criança israelita ferida por estilhaços
Uma criança de 10 anos ficou gravemente ferida por estilhaços de um míssel intercetor durante o ataque do Irão contra Israel, segundo os serviços de emergência israelitas.
O rapaz perdeu a consciência depois de ter sido atingido na cabeça, na região de Negev, no sul de Israel, por estilhaços de um míssel intercetor que foi lançado para eliminar um míssil iraniano, referiu a mesma fonte, acrescentando que, até ao momento, não há relatos de outros feridos.
Reunião de Biden com equipa de segurança nacional terminou
A reunião do presidente dos EUA, Joe Biden, com a sua equipa do Conselho de Segurança Nacional já terminou, avança a CNN, citando um responsável da Casa Branca.
O mesmo responsável disse ainda que a reunião poderá ser reativada mais tarde, se for caso disso.
I just met with my national security team for an update on Iran’s attacks against Israel. Our commitment to Israel’s security against threats from Iran and its proxies is ironclad. pic.twitter.com/kbywnsvmAx
— President Biden (@POTUS) April 13, 2024
Câmara dos Representantes dos EUA avalia legislação
A Câmara dos Representantes dos EUA vai proceder a alterações na sua agenda para avaliar legislação que apoie Israel e responsabilize o Irão, anunciou o líder da maioria republicana na "House", Steve Scalise, em comunicado citado pelo The Guardian.
Por seu lado, o líder democrata da Câmara dos Representantes declarou que o compromisso da América para com a segurança de Israel é férreo e inquebrantável.
Drones intercetados por Israel
Além de muitos dos 100 drones alegadamente lançados pelo Irão terem sido abatidos por forças dos EUA, Reino Unido, França e Jordânia, os que conseguiram contornar e seguiram para os seus alvos estão agora a ser intercetados pelos escudos israelitas.
Nos céus de Israel vê-se agora muita atividade. De acordo com vários canais internacionais, como a CNN e a Sky News, ouvem-se explosões e veem-se os rastos de luz dos drones, que vão sendo intercetados pelos referidos escudos.
Há poucos países tão bem preparados como Israel para este ataque aéreo do Irão, dado o seu arsenal e experiência com grupos rebeldes como o Hamas e o Hezbollah, sublinha a CNN. A mais conhecida das capacidades de defesa aérea de Isarel é o chamado Iron Dome – um sistema que já intercetou milhares de rockets e drones lançados por ambos os grupos nos últimos anos.
No início desta semana, Israel arrancou também com a versão marítima do Iron Dome: um sistema de defesa áereo chamado C-Dome, com vista a intercetar drones dos rebeldes houthis do Iémen – que têm atacado muitas embarcações que passam no Mar Vermelho como retaliação pela ofensiva de Israel em Gaza.
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— ??? ???? Nir Hasson ??? ???? (@nirhasson) April 13, 2024
Missão do Irão na ONU dá ataque por encerrado
O Irão diz que o ataque a Israel foi uma resposta à ofensiva de Tel Aviv a 1 de abril (não confirmada pelos israelitas) contra o consulado iraniano em Damasco [capital da Síria] e que "o assunto pode ser dado por concluído".
"A ação militar do Irão foi uma resposta à agressão do regime sionista contra as nossas instalações diplomáticas em Damasco", sublinhou a missão do Irão na ONU, num post na rede social X (antigo Twitter).
No entanto, adverte que "se o regime de Israel cometer outro erro, a resposta do Irão sera consideravelmente mais severa".
Conducted on the strength of Article 51 of the UN Charter pertaining to legitimate defense, Iran’s military action was in response to the Zionist regime’s aggression against our diplomatic premises in Damascus. The matter can be deemed concluded. However, should the Israeli…
— Permanent Mission of I.R.Iran to UN, NY (@Iran_UN) April 13, 2024
Israel pede à população que fique perto de "espaços protegidos". Abrigos abrem em Haifa
O exército israelita pediu à população de Montes Golã, Nevatim, Dimona e Eilat para se manterem próximos de "espaços protegidos".
"Após a ativação das sirenes, é necessário entrar num espaço protegido. Se não houver espaço protegido, é necessário encontrar a área mais protegida possível. Em qualquer caso, é necessário esperar dez minutos, e não menos", afirmaram, numa mensagem divulgada no Telegram.
Em Haifa, a terceira maior cidade israelita, no norte do país, os abrigos públicos abriram. Além dos abrigos oficiais, foram disponibilizados outros espaços que podem servir para esse fim. "Em caso de alarme, serão abertas as estações de comboios ligeiros Carmelit aprovadas como abrigos pelo Comando da Frente Interna", pode ler-se numa mensagem do governo de Haifa enviada aos residentes.
Egito apela à contenção
O Egito expressou grande preocupação perante este ataque do Irão contra Israel, num comunicado divulgado pelo Ministério egípcio dos Negócios Estrangeiros.
No comunicado, o país apela à "máxima contenção para poupar a região e a sua população a mais instabilidade e tensão".
Segunda-feira vai ser quente nos mercados
Os mercados monetários têm estado a a apostar em três cortes de juros este ano pela Reserva Federal (Fed) dos EUA, com o primeiro a ser apontado já para junho. Quando os mercados abrirem na segunda-feira, deverá haver um reajustamento de expectativas.
A principal preocupação prende-se com um disparo nos preços do petróleo que reacenda a inflação norte-americana.
No câmbio, a procura por refúgio poderá também impulsionar o dólar, enquanto o shekel de Israel e outras moedas de mercados emergentes na região deverão ficar sob pressão.
As Treasuries dos Estados Unidos e o ouro são tipicamente procurados como refúgio e nesta sexta-feira já foram muito beneficiados com a perspetiva deste ataque do Irão. O metal amarelo estabeleceu um novo máximo histórico, superando os 2.400 dólares por onça.
Em sentido contrário, as ações deverão ser penalizadas pelo agravamento da guerra. Os futuros de Wall Street já vão dar os primeiros sinais este domingo à noite. Nas criptomoedas - que negoceiam também ao sábado -, a bitcoin tombou já durante a tarde: desvalorizou 5,1% para cerca de 62 mil dólares.
Irão: qualquer país que ajude Israel terá resposta firme
O ministro iraniano da Defesa, Mohammad-Reza Ashtiani, deixou avisos a quem possa estar a pensar ajudar Israel.
"Qualquer país que abra o seu espaço aéreo ou território em terra para Israel atacar o Irão receberá uma resposta firme do Irão", declarou o ministro, citado pela agência semi-pública iraniana Mehr.
Rishi Sunak condena ataque "imprudente" do Irão
O primeiro-ministro britânico já condenou o ataque do Irão "nos mais fortes termos". Numa mensagem divulgada na rede social X, Rishi Sunak escreveu que o ataque com drones e mísseis foi "imprudente" e sublinhou que o Reino Unido vai continuar a "defender a segurança de Israel".
Numa mensagem também divulgada na página do Governo britânico, Sunak diz que os ataques contra Israel "arriscam-se a inflamar as tensões e a desestabilizar a região". "O Irão demonstrou mais uma vez que pretende semear o caos no seu próprio quintal", criticou.Read my statement on the Iranian regime’s reckless attack against Israel. pic.twitter.com/xeuR3cd3kG
— Rishi Sunak (@RishiSunak) April 13, 2024
O Reino Unido, garantiu o primeiro-ministro, "continuará a defender a segurança de Israel e a de todos os parceiros regionais, incluindo a Jordânia e o Iraque".
"Juntamente com os nossos aliados, estamos a trabalhar com urgência para estabilizar a situação e evitar uma nova escalada. Ninguém quer ver mais derramamento de sangue", afirmou.
Governo português está a "acompanhar" e reforça pedido de regresso
O Ministério dos Negócios Estrangeiros português garante que "está a acompanhar de muito de perto a situação, em articulação direta entre vários ministérios e em coordenação permanente com as embaixadas na região do Médio Oriente".
Em comunicado enviado às redações este sábado à noite, o gabinete de Paulo Rangel reforçou o apelo aos portugueses para que não viagem para Israel e, os que puderem, regressem. Contudo, no seguimento dos ataques com drones vindos do Irão, o espaço aéreo está fechado.
Em declarações citadas pela Lusa ao final da tarde, o ministro tinha já considerado que a captura do navio MSC Aries, com pavilhão português (registado na Região Autónoma da Madeira), sendo a empresa proprietária a Zodiac Maritime Limited, com sede em Londres, é um incidente "preocupante", porque ocorreu "num contexto de alta tensão no Médio Oriente", que envolve "em particular, Israel e o Irão".
Líbano e Iraque fecham espaços aéreos e Koweit desvia voos
O Ministério libanês das Obras Públicas e dos Transportes anunciou que, como medida de prevenção, o seu espaço aéreo estará temporariamente encerrado a quaisquer aeronaves que queiram entrar, sair ou transitar no país devido a estes desenvolvimentos.
Também o Iraque, país que faz fronteira com o Irão, anunciou o encerramento do seu espaço aéreo e a suspensão do tráfego aéreo.
Por seu lado, a Kuwait Airways desviou para "longe das áreas de tensão" todos os aviões que tinham entrada e saída prevista, refere o The Guardian.
Irão diz ter disparado mísseis balísticos
Além dos drones lançados contra Israel, a agência estatal iraniana IRNA diz que Teerão lançou uma primeira leva de mísseis balísticos contra Israel.
Jordânia declara estado de emergência
A Jordânia declarou estado de emergência devido ao ataque lançado pelo Irão contra Israel, avançou a Reuters.
As defesas aéreas do país estão preparadas para intercetar e abater quaisquer drones iranianos que entrem no seu espaço aéreo, disseram à agência duas fontes ligadas à segurança do país.
Irão confirma ataque com drones
Os media estatais do Irão confirmaram que estão em curso ataques de retaliação, com drones, contra alvos em Israel.
Segundo a Press TV, citada pela CNN, o corpo da Guarda Revolucionária iraniana "lançou extensos ataques com drones contra alvos em territórios ocupados" – um termo que o Irão usa para descrever Israel.
Entretanto, os media israelitas dizem que, além dos drones, o Irão também lançou mísseis de cruzeiro.
Joe Biden reúne-se com Conselho de Segurança Nacional
O presidente norte-americano, Joe Biden, vai a caminho da Casa Branca para se reunir com o Conselho de Segurança Nacional.
Biden irá reunir-se com os membros do Conselho de Segurança Nacional no gabinete de emergência da Cassa Branca assim que regresse de Rehoboth, no estado de Delaware.
Entre outros responsáveis que estarão presentes contam-se o secretário norte-americano da Defesa, Lloyd Austin, o secretário de Estado, Antony Blinken, e o presidente do Estado-Maior Conjunto, general Charles Q. Brown. A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, assistirá por vídeo.
Espaço israelita encerrado
O governo de Israel acabou de encerrar o seu espaço aéreo às 00:30 (domingo em Tel Aviv, 22h30 de sábado em Lisboa). O anúncio já tinha sido feito pelo Ministério israelita dos Transportes.
As companhias aéreas já estão a proceder em conformidade. A El Al Airlines, transportadora aérea de Israel, cancelou 15 voos para este fim-de semana.
Irão lança mais de 100 drones contra Israel
Tal como se esperava, o Irão deu início a uma ofensiva contra Israel. Tel-Aviv estima que Teerão tenha lançado mais de 100 drones contra o seu território neste sábado, 13 de abril, refere a CNN citando fonte militar israelita. Os drones deverão chegar ao espaço israelita nas próximas três horas.
Os EUA e Israel estavam já em alerta perante o potencial ataque do Irão, ou de representantes seus. O anúncio foi feito na sexta-feira, 12 de abril, pela Casa Branca – isto após o ataque israelita contra o complexo diplomático iraniano em Damasco (Síria) na semana passada.
Por cá, o Ministério dos Negócios Estrangeiros emitiu ontem uma nota sobre as viagens para Israel e outros países da região, advertindo para os perigos. "Considerando o estado de guerra desde 7 de outubro e as ameaças recentes a Israel, e tendo em conta os riscos de evolução do conflito, devem continuar a evitar-se todas as viagens não essenciais a Israel e países da região. Os cidadãos nacionais que se encontrem no país devem respeitar os alertas emitidos pelas autoridades israelitas e seguir todas as instruções de segurança que aquelas emitam", dizia.
"Há riscos de ataques terroristas, principalmente a instalações do governo, militares e de segurança, transportes públicos e locais com multidões, com armas de fogo, armas brancas ou veículos, pelo que se aconselham as maiores precauções em todas as deslocações", referia ainda a mesma nota.