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Europa e Ásia juntam-se para encontrar resposta às políticas de Trump
Nos próximos dias 18 e 19 de Outubro, representantes de 51 países europeus e asiáticos vão encontrar-se na 12.ª Reunião Ásia-Europa tendo como principal ponto da agenda formular instrumentos de resposta às políticas comerciais e ambientais do presidente dos Estados Unidos.
A Europa e a Ásia vão tentar encontrar, em conjunto, políticas capazes de conter os efeitos decorrentes das políticas promovidas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, designadamente no que diz respeito ao comércio mundial e ao ambiente.
De acordo com um comunicado publicado pelo Conselho Europeu, nos próximos dias 18 e 19 de Outubro vai realizar-se a 12.ª Reunião Ásia-Europa, que contará com a presença de 51 chefes de Estado e de governo de países europeus e asiáticos, representantes da União Europeia e ainda do secretário-geral da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).
O presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, presidirá à cimeira e o líder da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, representará a UE.
O objectivo desta cimeira passa por reforçar os laços entre a Europa e a Ásia, mas a Reunião Ásia-Europa servirá sobretudo para estes países discutirem respostas possíveis aos principais desafios globais, nomeadamente as políticas dos Estados Unidos em matéria comercial e ambiental.
Assim, no cardápio da cimeira consta a discussão do comércio e investimento e da sustentabilidade ambiental, mas também o reforço da conectividade entre os dois continentes e os desafios ao nível securitário mais prementes tais como o terrorismo, as migrações ilegais, a não-proliferação de armamento nuclear e a segurança cibernética.
Este encontro coincide com uma cimeira europeia já agendada para 18 de Outubro e na qual será discutida a futura política comercial do bloco europeu.
Em 2017, Donald Trump anunciou a saída dos EUA do Acordo de Paris sobre Alterações Climáticas e, em 2018, o presidente norte-americano assinou já diversos decretos que resultaram no agravamento das taxas alfandegárias aplicadas à importação de bens oriundos de alguns dos principais parceiros comerciais dos Estados Unidos como a China e a UE. Bruxelas e Pequim já retaliaram e os EUA prometem alargar o conjunto de bens alvo de tarifas mais pesadas no que tem sido uma espiral de ameaças que ameaça o comércio global.
Juncker e Trump estiveram reunidos na semana passada para tentar alcançar um compromisso capaz de evitar novas medidas que penalizem as relações comerciais entre os dois países mas do encontro não saiu nenhuma garantia de que Washington não volte a adoptar medidas proteccionistas relativamente ao bloco europeu, com que os EUA mantêm um relevante défice comercial, assim como em relação à China.