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EUA proíbem companhias comerciais de sobrevoarem território afegão

O secretário de Estado norte-americano Antony Blinken revelou que permanecem no Afeganistão menos de 200 norte-americanos que querem abandonar o país e que os EUA vão continuar a tentar retirá-los.

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31 de Agosto de 2021 às 07:21
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A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA, na sigla em inglês) proibiu na segunda-feira as companhias aéreas comerciais dos EUA de voarem "a qualquer altitude" sobre o território afegão. A agência norte-americana indicou ainda em comunicado que as companhias devem receber "autorização prévia", uma decisão tomada após os Estados Unidos terem terminado a guerra de duas décadas no Afeganistão.

A FAA explicou que tal se deve "à falta de serviços de tráfego aéreo e de uma autoridade civil funcional no Afeganistão, bem como às contínuas preocupações com a segurança". A mesma entidade recomendou que as companhias aéreas dos EUA utilizassem uma rota "a grande altitude perto da fronteira oriental" do país da Ásia Central.

"Qualquer operador de aeronaves civis dos EUA que deseje voar de/para o Afeganistão ou sobrevoar o Afeganistão deve receber autorização prévia da FAA", pode ler-se na nota. O chefe do Comando Central dos EUA (CENTCOM), o general Frank McKenzie, disse numa conferência de imprensa no Pentágono, que o último avião militar norte-americano descolou do Aeroporto Internacional Hamid Karzai de Cabul a meio da tarde, no qual viajaram o embaixador dos EUA no Afeganistão, Ross Wilson, e o major-general Chris Donahue, comandante da 82.ª Divisão Aérea do Exército dos EUA, o último soldado norte-americano a deixar aquele país.

Secretário de Estado dos EUA diz que ficaram menos de 200 norte-americanos

O secretário de Estado norte-americano Antony Blinken revelou que permanecem no Afeganistão menos de 200 norte-americanos que querem abandonar o país e que os EUA vão continuar a tentar retirá-los. Poucas horas depois do anúncio da conclusão da retirada das forças norte-americanas de Cabul, Blinken estimou mesmo que o número de norte-americanos restantes no país poderá estar mais próximo de uma centena e disse que os EUA estão a trabalhar com os países vizinhos do Afeganistão para assegurar a sua partida por via terrestre ou voo fretado, assim que reabra o aeroporto de Cabul.


Em declarações proferidas esta segunda-feira, logo após o Pentágono anunciar a conclusão da retirada militar dos EUA do Afeganistão, Blinken confirmou ainda que a embaixada norte-americana naquele país irá continuar encerrada e desocupada no futuro próximo. De acordo com o secretário de Estado, os diplomatas norte-americanos que trabalhavam na embaixada de Cabul, agora encerrada, passarão a estar sediados em Doha, no Catar.

Blinken disse ainda que os Estados Unidos "trabalharão" com os talibãs, mas apenas se os radicais islâmicos "cumprirem seus compromissos". "Cada passo que dermos não será baseado no que o governo dos talibãs disser, mas no que ele fizer para cumprir os seus compromissos", disse Blinken, enfatizando que a nova liderança afegã terá de fazer por "merecer" a legitimidade e apoio da comunidade internacional.


O Pentágono admitiu também hoje que alguns americanos que queriam deixar o Afeganistão não conseguiram chegar ao aeroporto de Cabul para embarcar nos voos de evacuação rumo aos EUA antes do final das operações. O general Kenneth McKenzie frisou que os esforços para retirar os norte-americanos que ficaram para trás vão, agora, centrar-se no campo diplomático.

Enquanto isso, os republicanos lançaram um duro ataque a Joe Biden, após o presidente norte-americano anunciar a saída dos últimos soldados do Afeganistão, o que classificam de uma "vergonha" que deixa os cidadãos norte-americanos "à mercê" dos talibãs. Segundo a presidente do Comité Nacional Republicano, Ronna McDaniel, Joe Biden "criou um desastre, dececionou os americanos" e os seus "interesses".

"Isto prova o que já sabíamos: Joe Biden é incapaz de servir como comandante-geral das forças armadas e os EUA e o mundo estão menos seguros por sua causa", criticou McDaniel. Por sua vez, também o líder da minoria republicana na Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, teceu duras críticas a Biden por deixar "os americanos à mercê de terroristas".

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