Notícia
EUA: Juiz federal suspende aplicação de novo decreto anti-imigração
O juiz Derrick Watson suspendeu temporariamente a aplicação da nova ordem executiva que Trump visava que entrasse esta quinta-feira em vigor, já reformulada depois de a anterior ter sido chumbada.
Mais um revés para a pretensão do presidente norte-americano de proibir a entrada no país de pessoas provenientes de seis países de maioria muçulmana. A ordem executiva, já reformulada [retirando o Iraque da lista inicial de sete nações], devia entrar em vigor já esta quinta-feira, 16 de Março, mas um juiz federal bloqueou-a temporariamente.
No passado dia 9 de Março, o Havai tornou-se o primeiro dos 50 estados norte-americanos a avançar com um processo em tribunal para travar o chamado ‘decreto anti-imigração’ [travel ban] de Donald Trump. A audiência estava agendada para 15 de Março e o juiz Watson decidiu-se pela sua suspensão temporária.
Vários outros Estados norte-americanos estão também a tentar impedir que esta nova ordem executiva possa prosseguir.
O rumo dado a esta ordem executiva parece, numa primeira fase, um decalque da trajectória do anterior decreto. No passado dia 9 de Fevereiro, os três juízes do Tribunal de Recurso de São Francisco encarregues de dar a palavra final sobre a primeira tentativa de Trump recusaram reinstalar o bloqueio à entrada nos EUA de cidadãos de sete países de maioria muçulmana.
O decreto assinado por Trump a 27 de Janeiro para "proteger a nação do terrorismo" visava impedir a entrada nos Estados Unidos de cidadãos de sete países (Irão, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iémen) durante três meses e o acolhimento de refugiados durante quatro meses, mas os sírios eram alvo de uma proibição sem limite de duração.
A nova ordem, reformulada por Trump, traz várias alterações: o Iraque deixou de constar da lista, que encolheu assim de sete para seis países, além de que não incide sobre quem já é titular de residência permanente nos EUA. Além disso, proíbe a entrada de refugiados sírios durante 120 dias e não indefinidamente.
Mas os juízes deste tribunal federal decidiram, por unanimidade, não bloquear a decisão do juiz James Robart, do tribunal de Seattle, que tinha determinado a suspensão daquela ordem executiva de Trump – isto depois de os estados de Washington e Minnesota terem intentado uma acção contra a aplicação daquele decreto presidencial.
Parecia então praticamente certo o cenário de último recurso. Após esta derrota, esperava-se que a Casa Branca fizesse subir o caso ao Supremo Tribunal, sendo representada pelo Departamento de Justiça. Mas não foi o que aconteceu, tendo Trump decidido reformular o decreto – que foi agora também travado.
(notícia actualizada à 01:06)