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Embaixador dos EUA na UE confirma que Trump deu ordem para pressionar a Ucrânia  

Durante a audição pública na comissão de inquérito para destituição de Trump, Gordon Sondland disse que houve uma relação de troca ("quid pro quo") entre a entrega de ajuda militar à Ucrânia e a investigação à família Biden e que transmitiu preocupação sobre esse facto ao vice-Presidente, Mike Pence.

Reuters
20 de Novembro de 2019 às 15:45
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O embaixador dos EUA na União Europeia, Gordon Sondland, disse hoje no Congresso que pressionou o Governo da Ucrânia a investigar as atividades da família de Joe Biden, rival político do Presidente norte-americano, por "instruções expressas" de Donald Trump.

 

Durante a audição pública na comissão de inquérito para destituição de Trump, Gordon Sondland disse ainda que houve uma relação de troca ("quid pro quo") entre a entrega de ajuda militar à Ucrânia e a investigação à família Biden e que transmitiu preocupação sobre esse facto ao vice-Presidente, Mike Pence.

 

Sondland disse ainda que ficou surpreendido por mais ninguém ter partilhado com ele a preocupação com a estratégia do Presidente para o caso ucraniano.

 

Na versão do embaixador, que foi um empenhado apoiante da candidatura presidencial de Donald Trump, a pressão sobre o Governo ucraniano para realizar a investigação à família Biden foi impelida por Rudolph Giuliani, advogado pessoal de Donald Trump.

 

"Giuliani exprimiu os desejos do Presidente dos Estados Unidos e sabíamos que essas investigações eram importantes para o Presidente", disse Sondland, perante a comissão de inquérito.

 

Gordon Sondland já tinha prestado depoimento no Congresso, em privado, mas pediu para atualizar e corrigir as suas declarações iniciais, tendo hoje confirmado a existência de uma pressão sobre o Governo ucraniano, para benefício político de Donald Trump.

 

Na declaração pública no Congresso, Sondland confirmou que agiu perante o Governo da Ucrânia sob "ordens do Presidente" e que elas pressupunham a pressão para investigação sobre Hunter Biden, filho de Joe Biden, e a sua atividade junto de uma empresa ucraniana, Barisma, suspeita de corrupção, em troca de ajuda militar e de uma reunião do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na Casa Branca.

 

"Ficou claro para todos" os que participaram no processo que uma reunião na Casa Branca para o Presidente da Ucrânia e um telefonema com Trump só aconteceriam se o presidente Volodymyr Zelensky concordasse em lançar uma investigação sobre as eleições nos EUA em 2016 e sobre o filho do ex-vice-Presidente Joe Biden, disse Sondland.

 

O embaixador disse que enviou um ‘e-mail’ para o Departamento de Estado, antes do telefonema entre Trump e Zelensky, no dia 25 de julho, revelando estas questões.

 

No início do depoimento de Sondland, o representante republicano Devin Nunes disse que lamentava que o embaixador fosse obrigado a comparecer no Congresso, "para este circo", e anunciou que o seu partido vai pedir a comparência no Congresso do funcionário da CIA que denunciou o caso, bem como de Hunter Biden.

 

Donald Trump, 73 anos, está sob investigação do Congresso num inquérito para a sua destituição (‘impeachment’), acusado de abuso de poder no exercício do cargo.

 

Trump é suspeito de ter pressionado o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, a investigar uma empresa ucraniana da qual foi administrador o filho do ex-vice-presidente Joe Biden, dado como favorito a concorrer pelos democratas nas eleições de 2020, em troca de uma ajuda militar dos EUA.

O 45.º Presidente norte-americano, em funções desde 20 de janeiro de 2017, qualificou a investigação como uma "caça às bruxas".

 

As audições públicas do inquérito arrancaram em 13 de novembro.

 

Se as conclusões do inquérito forem aprovadas por maioria simples na Câmara dos Representantes, o processo segue para o Senado, sendo necessária uma maioria de dois terços para a destituição do Presidente.

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