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Coreia do Norte cerra ataque e chama a Trump "velho incauto e desnorteado"
Numa declaração divulgada por um alto responsável do regime, a Coreia do Norte critica os ataques de Trump e diz que deverá chegar o momento em que não poderão senão "chamá-lo de senil [‘dotard’] novamente".
A troca de ataques entre os Estados Unidos e a Coreia do Norte voltou a ganhar força nos últimos dias, e tornou-se mais pessoal esta segunda-feira, com Pyongyang a chamar a Donald Trump um velho "incauto e desnorteado".
Os insultos, incluídos numa declaração divulgada por Kim Yong Chol, alto responsável do regime, surgem em resposta aos comentários feitos no domingo pelo líder da Casa Branca que avisou o líder norte-coreano de que não deveria adotar uma postura hostil em relação aos Estados Unidos.
Ontem, depois de a Coreia do Norte ter anunciado a realização de um novo teste "muito importante" do seu programa nuclear, o presidente dos Estados Unidos escreveu no Twitter que Kim Jong-un se arrisca a "perder tudo" se decidir entrar em confronto com a maior economia mundial.
"Kim Jong-un é muito inteligente e tem muito a perder, tudo na verdade, se agir de forma hostil. Assinou um forte acordo de desnuclearização comigo em Singapura. Não quer comprometer o seu relacionamento especial com o Presidente dos Estados Unidos ou interferir nas eleições presidenciais dos EUA em novembro", escreveu o líder da Casa Branca.
Pyongyang não terá gostado do alerta de Trump e esta segunda-feira declarou que os comentários do presidente dos Estados Unidos fazem-no parecer "um velho incauto e desnorteado".
"Isto indica naturalmente que Trump é um velho desprovido de paciência", disse Kim Yong Chol, de acordo com a Agência Central de Notícias da Coreia. "Como ele é um velho tão incauto e desnorteado, pode chegar o momento em que não podemos senão chamá-lo de senil [‘dotard’] novamente".
Os insultos pessoais recordam os dias tensos de 2017, quando uma série de testes de mísseis norte-coreanos levou Trump a chamar "Rocket Man" a Kim, enquanto ameaçava destruir totalmente o país nas Nações Unidas.
Mais tarde, os dois líderes puseram de lado as suas animosidades públicas e iniciaram conversações sem precedentes que resultaram em três reuniões presenciais, mas que não deram origem a nenhum acordo formal de desnuclearização.
A declaração revelada esta segunda-feira diz ainda que a opinião de Kim Jong Un sobre Trump, de 73 anos, "pode mudar", se o líder dos EUA não alterar o rumo. "Se os EUA não têm disponibilidade e sabedoria, não poderão fazer nada a não ser observar com ansiedade a realidade em que a ameaça à sua segurança aumenta com o passar do tempo".
Pyongyang estabeleceu o final do ano como data limite para se alcançarem progressos nas conversações sobre o programa de desnuclearização, e já avisou que seguirá "um novo rumo" se os Estados Unidos não aliviarem as sanções e outras políticas que a Coreia do Norte vê como hostis.
Antes de ceder às exigências do regime coreano, Trump exige que Pyongyang abandone as suas armas nucleares, uma medida que a Coreia do Norte rejeita, encarando-a como um suicídio político.