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China responde na mesma moeda a sanções dos Estados Unidos
Entre os sancionados estão os senadores Marco Rubio e Ted Cruz e o presidente da organização Freedom House, Michael Abramowitz.
As autoridades chinesas tinham prometido retaliar contra as sanções aplicadas pelos Estados Unidos a onze líderes de Hong Kong. A resposta na mesma moeda foi anunciada esta segunda-feira e incide sobre onze políticos e responsáveis dos Estados Unidos.
De acordo com o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, entre os sancionados estão os senadores Marco Rubio e Ted Cruz e o presidente da organização Freedom House, Michael Abramowitz. Na sexta-feira, a Casa Branca tinha imposto sanções sobre onze oficiais da China e a aliados em Hong Kong, numa lista onde se incluía Carrie Lam, a chefe do executivo de Hong Kong.
Ainda assim, como nota a Bloomberg, o governo chinês não avançou com sanções contra membros da administração norte-americana, o que pode ser visto com um sinal de menor confrontação com Donald Trump.
Em reação às sanções dos EUA, um alto funcionário de Hong Kong tinha já sublinhado que estas sanções "selvagens" e "irracionais" contra onze líderes teria consequências para as empresas norte-americanas.
Washington anunciou no sábado sanções contra 11 dirigentes de Hong Kong, incluindo a chefe do executivo, Carrie Lam, acusados de restringir a autonomia do território e a "liberdade de expressão e reunião" dos seus habitantes.
"Os Estados Unidos apoiam o povo de Hong Kong e utilizaremos todas as ferramentas e a nossa autoridade para atingir os que atentem contra a sua autonomia", declarou em comunicado o secretário do Tesouro norte-americano, Steven Mnuchin.
O responsável pela polícia de Hong Kong, o secretário da Segurança e o da Justiça encontram-se entre os responsáveis visados.
O anúncio das sanções, que preveem a confiscação, nos Estados Unidos, dos bens das pessoas abrangidas pela medida, surge num contexto de agravamento das tensões entre os Estados Unidos e a China, que optou por reforçar o seu controlo sobre a ex-colónia britânica, que deveria garantir uma larga autonomia até 2047 no âmbito do princípio "Um país, dois sistemas".
A lei sobre a segurança nacional, imposta no final de junho por Pequim a Hong Kong, "não apenas minou a autonomia de Hong Kong, mas igualmente violou os direitos dos habitantes de Hong Kong, permitindo aos serviços de segurança da China continental operar com toda a impunidade na região", segundo o Tesouro norte-americano.
Hong Kong regressou à China em 1997 sob um acordo que garantia ao território 50 anos de autonomia e liberdades desconhecidas no resto do país, ao abrigo do princípio "Um país, dois sistemas".
Tal como acontece com Macau desde 1999, para Hong Kong foi acordado um período de 50 anos com elevado grau de autonomia, a nível executivo, legislativo e judicial, com o governo central chinês a ser responsável pelas relações externas e defesa.