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China promete responder a tarifas dos EUA e aumentar despesa pública
O ministro chinês das Finanças assegura que a China continuará a retaliar contra as "despropositadas" tarifas aplicadas pelos Estados Unidos e anuncia aumentos na despesa pública por forma a compensar o impacto da disputa comercial com Washington nos empregos chineses.
Apesar de para já serem ainda limitados os efeitos decorrentes da disputa comercial em curso entre a China e os Estados Unidos, o ministro chinês das Finanças, Liu Kun, mostra-se apreensivo quanto ao impacto da mesma nos empregos chineses, pelo que anuncia maior despesa pública para compensar.
Em entrevista concedida esta quinta-feira à Reuters, a primeira desde que em Março assumiu a pasta das Finanças chinesas, Liu Kun anunciou que Pequim vai incrementar a despesa de forma a apoiar trabalhadores e desempregados afectados pelo conflito comercial com Washington. Revelou ainda que os governos regionais vão emitir obrigações para financiar o investimento em infra-estruturas.
"A China não quer envolver-se numa guerra comercial, mas iremos responder resolutamente às medidas despropositadas adoptadas pelos Estados Unidos. Se os EUA persistirem com estas medidas, vamos responder proporcionalmente para proteger os nossos interesses", atirou o governante.
A disputa comercial Pequim-Washington conheceu ontem novos episódios. Entraram em vigor as novas tarifas aduaneiras reciprocamente impostas pela China e pelos EUA aplicadas às respectivas importações no valor de 16 mil milhões de dólares, elevando para cerca de 100 mil milhões de dólares o valor combinado das novas taxas alfandegárias.
Por outro lado, terminaram sem registo de avanços as conversações entre delegações dos dois países que tinham como objectivo tentar chegar a um acordo para equilibrar a relação comercial entre as duas maiores economias mundiais.