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China impõe sanções a empresas norte-americanas devido a venda de armas a Taiwan

Citado pela imprensa oficial, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, disse que as sanções são uma retaliação pela "venda de armas".

Reuters
26 de Outubro de 2020 às 09:05
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A China anunciou hoje sanções contra várias empresas norte-americanas devido ao seu envolvimento num acordo preliminar para venda de armas a Taiwan, no valor de 1,8 mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros).

Citado pela imprensa oficial, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Zhao Lijian, disse que as sanções são uma retaliação pela "venda de armas".

As sanções vão punir as empresas Lockheed Martin, Boeing Defense e Raytheon, e "outros indivíduos e entidades", afirmou Zhao, sem avançar mais detalhes.

Zhao anunciou, na semana passada, que a China daria "uma resposta legítima", depois de o Departamento de Estado dos EUA ter anunciado a sua intenção de vender a Taiwan três lotes de armas, incluindo mísseis SLAM-ER e unidades HIMARS, um sistema leve lançador de múltiplos mísseis.

Para que a venda se materialize, tem de ser primeiro aprovada pelo Congresso dos Estados Unidos e pelo parlamento de Taiwan.

É a segunda vez que a China impõe sanções à empresa norte-americana de armamento Lockheed Martin.

A primeira foi em julho deste ano, quando a firma chegou a um acordo preliminar com Taiwan, no valor de 620 milhões de dólares, para reparar e refinar os mísseis PAC-3.

A Agência dos Estados Unidos para Cooperação e Segurança de Defesa notificou na semana passada o Congresso sobre o seu plano de venda, que tem a aprovação do Departamento de Estado, para "apoiar os esforços contínuos de Taiwan na modernização das suas Forças Armadas e em manter as suas capacidades defensivas".

O negócio visa ainda "ajudar a manter a estabilidade política e o equilíbrio militar na região", segundo um comunicado.

Citada pela CNA, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joanne Ou, disse que o seu departamento recebeu uma proposta formal sobre a venda de armas, a oitava desde que o Presidente norte-americano, Donald Trump, chegou ao poder.

A relação entre a China e os Estados Unidos deteriorou-se rapidamente nos últimos dois anos, com várias disputas simultâneas entre as duas maiores economias do mundo. Em Pequim e em Washington, referências a uma nova Guerra Fria são agora comuns.

Para Pequim, o princípio de 'uma só China' significa que a ilha de Taiwan faz parte da China.

Os dois territórios dividiram-se em 1949, quando os nacionalistas se radicaram em Taiwan, após perderem a guerra civil para os comunistas, que governam a República Popular da China desde então.

O Presidente chinês, Xi Jinping, exortou as forças armadas do país, na semana passada, a estarem "prontas para combater" e lembrou que "um país forte é definido por um exército forte e capaz de vencer".

O jornal de Hong Kong South China Morning Post assegurou recentemente que "Pequim está a avançar na militarização da sua costa sudeste para se preparar para uma possível invasão de Taiwan", de acordo com fontes do Exército de Libertação Popular, que terá implantado mísseis hipersónicos DF-17 ao longo da costa.

De acordo com o Global Times, esses mísseis podem desempenhar "um papel importante em deter forças estrangeiras dos Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul ou Austrália, case tentem interferir nos assuntos internos da China".



JPI // SB

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