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China define meta ambiciosa de ter economia a crescer "cerca de 5%" este ano
Meta foi definida numa altura em que a recuperação económica chinesa pós-covid tem estado a perder força, com o aprofundar da crise do imobiliário e os crescentes riscos de deflação e de recuo da procura. Governo chinês promete "transformar" modelo económico e controlar deflação.
A meta foi definida no relatório anual sobre os planos e o desempenho do Governo chinês, apresentado esta terça-feira. Trata-se, no entanto, de uma meta considerada "demasiado ambiciosa" pelos analistas, tendo em conta que a recuperação económica pós-covid tem estado a perder força, com o aprofundar da crise do imobiliário e os crescentes riscos de deflação e de recuo da procura interna e externa.
Li Qiang adiantou ainda que o Governo chinês vai manter uma "política orçamental pró-ativa e uma política monetária prudente" para atingir um "desenvolvimento de alta qualidade".
Atingir uma meta de crescimento de 5% este ano "não será fácil", conforme admite o próprio Governo chinês. Isto porque a base comparativa do ano passado é mais elevada. Em 2023, o produto interno bruto (PIB) chinês cresceu 5,2%, em termos homólogos, mas tinha crescido 3% em 2022. Além disso, o forte crescimento do ano passado beneficiou da reabertura da economia chinesa após as pesadas restrições devido à covid-19.
Necessidade de "transformar" modelo económico
Com o consumo a abrandar desde o final do ano passado, Li Qiang sublinhou ainda que a China não deve descuidar "os piores cenários" e tem de "avançar na transformação do modelo de crescimento, fazendo ajustes estruturais e melhorando a sua qualidade e desempenho". Porém, o Governo chinês não avançou com quaisquer detalhes concretos sobre as mudanças estruturais com que quer avançar.
Li Qiang destacou também "a necessidade de aumentar o emprego e os rendimentos". A expectativa é de que possam ser criados mais de 12 milhões de empregos em áreas urbanas este ano, mantendo a taxa de desemprego em torno dos 5,5%. A China também estabeleceu uma meta de inflação de 3% este ano, depois de ter registado uma deflação em níveis nunca vistos desde a crise financeira global de 2008.