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China define meta ambiciosa de ter economia a crescer "cerca de 5%" este ano

Meta foi definida numa altura em que a recuperação económica chinesa pós-covid tem estado a perder força, com o aprofundar da crise do imobiliário e os crescentes riscos de deflação e de recuo da procura. Governo chinês promete "transformar" modelo económico e controlar deflação.

Reuters
05 de Março de 2024 às 11:36
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A China definiu esta terça-feira uma meta de crescimento de "cerca de 5%" este ano. O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang, que prometeu transformar o modelo de desenvolvimento do país, minimizando os riscos associados à crise imobiliária e aos elevados níveis de endividamento.

A meta foi definida no relatório anual sobre os planos e o desempenho do Governo chinês, apresentado esta terça-feira. Trata-se, no entanto, de uma meta considerada "demasiado ambiciosa" pelos analistas, tendo em conta que a recuperação económica pós-covid tem estado a perder força, com o aprofundar da crise do imobiliário e os crescentes riscos de deflação e de recuo da procura interna e externa. 

Para atingir essa meta, a China compromete-se a emitir, ainda este ano, um bilião de yuan (cerca de 128 mil milhões de euros) em "obrigações do tesouro especiais ultra longas". Essas obrigações vão permitir aumentar as despesas públicas e, com isso, impulsionar a procura e o crescimento que tem vindo a abrandar. O Governo chinês prometeu ainda emitir mais obrigações do tesouro especiais nos próximos anos.

Li Qiang adiantou ainda que o Governo chinês vai manter uma "política orçamental pró-ativa e uma política monetária prudente" para atingir um "desenvolvimento de alta qualidade".

Atingir uma meta de crescimento de 5% este ano "não será fácil", conforme admite o próprio Governo chinês. Isto porque a base comparativa do ano passado é mais elevada. Em 2023, o produto interno bruto (PIB) chinês cresceu 5,2%, em termos homólogos, mas tinha crescido 3% em 2022. Além disso, o forte crescimento do ano passado beneficiou da reabertura da economia chinesa após as pesadas restrições devido à covid-19. 

Necessidade de "transformar" modelo económico


Com o consumo a abrandar desde o final do ano passado, Li Qiang sublinhou ainda que a China não deve descuidar "os piores cenários" e tem de "avançar na transformação do modelo de crescimento, fazendo ajustes estruturais e melhorando a sua qualidade e desempenho". Porém, o Governo chinês não avançou com quaisquer detalhes concretos sobre as mudanças estruturais com que quer avançar. 


Li Qiang destacou também "a necessidade de aumentar o emprego e os rendimentos". A expectativa é de que possam ser criados mais de 12 milhões de empregos em áreas urbanas este ano, mantendo a taxa de desemprego em torno dos 5,5%A China também estabeleceu uma meta de inflação de 3% este ano, depois de ter registado uma deflação em níveis nunca vistos desde a crise financeira global de 2008.

Além disso, o Governo chinês sinalizou a necessidade de aumentar os gastos com defesa e retirou as referências anteriores à "reunificação pacífica" com Taiwan.

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