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Canadá junta-se ao México e EUA e NAFTA dá origem ao USMCA

O Canadá chegou a um entendimento com os Estados Unidos para a substituição do NAFTA, juntando-se assim ao México, que já havia fechado um acordo bilateral em Agosto. O NAFTA vai dar origem ao USMCA, que deverá ser assinado em Novembro.

EPA
01 de Outubro de 2018 às 11:24
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Depois de várias semanas de conversações, o Canadá e os Estados Unidos chegaram finalmente a um entendimento sobre o acordo que substituirá o NAFTA, e que abarcará, além destes dois países, o México, tal como no tratado original de livre comércio da América do Norte.

De acordo com as agências internacionais, os negociadores do Canadá e dos Estados Unidos trabalharam durante todo o fim-de-semana para cumprirem a data-limite fixada pelos Estados Unidos, a meia-noite de domingo (5 da manhã de segunda-feira, em Lisboa) e chegaram a um entendimento que permitirá aos líderes dos três países assinarem o novo acordo durante o mês de Novembro.

O Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (NAFTA), assinado em 1994, será assim substituído pelo Acordo EUA-México-Canadá (USMCA), que implica algumas revisões a um tratado que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem apelidado de "desastroso".  

O acordo coloca também um ponto final num período de incerteza para as empresas que dependem daquela zona livre de tarifas – e onde as trocas comerciais ascendem a um bilião de dólares anualmente – e de turbulência nas relações entre os Estados Unidos e o Canadá, tradicionalmente aliados no comércio e na segurança interna.

Apesar de o novo acordo tornar mais difícil, por exemplo, às fabricantes automóveis construírem carros a preços baixos no México, mantém praticamente intactos os princípios do tratado anterior. Por esse motivo, foi elogiado tanto pelos Estados Unidos como pelo Canadá.

"É um dia bom para o Canadá", assinalou o primeiro-ministro canadiano Justin Trudeau, em declarações aos jornalistas, depois de uma reunião do governo para debater o acordo.

Num comunicado conjunto, o Canadá e os Estados Unidos sublinharam que o USMCA "resultará em mercados mais livres, num comércio mais justo e num crescimento económico robusto na nossa região".

O entendimento entre os dois países implicou concessões de ambas as partes e foi fechado mesmo antes do prazo-limite. Os Estados Unidos e o México já haviam fechado um acordo bilateral em Agosto.

"É uma grande vitória para o presidente e uma validação da sua estratégia na área do comércio internacional", disse um alto funcionário do governo norte-americano aos jornalistas, citado pela Reuters.

Segundo fontes citadas pela agência noticiosa, os Estados Unidos pretendem assinar o acordo final no fim de Novembro, e depois submetê-lo ao Congresso para aprovação.

O que muda com o novo acordo?

 

No âmbito do novo acordo, o Canadá concordou em dar acesso aos produtores de leite dos Estados Unidos a cerca de 3,5% do seu mercado de lacticínios de aproximadamente 16 mil milhões de dólares anuais. Apesar de o governo canadiano ter prometido compensações ao sector, os produtores reagiram com desagrado à decisão.

 

"Não conseguimos perceber como é que este acordo pode ser bom para as 220 mil famílias do Canadá que dependem da produção de leite", referiu Pierre Lampron, presidente da Dairy Farmers of Canada, num comunicado citado pela Reuters.

 

O acordo também exige que uma proporção maior de peças de um automóvel seja fabricada em áreas da América do Norte, onde os trabalhadores têm de receber pelo menos 16 dólares por hora, uma regra que tem como objectivo transferir empregos do México para os Estados Unidos.

 

O Canadá e o México também concordaram com uma quota de 2,6 milhões de veículos exportados para os Estados Unidos, no caso de Trump impor uma tarifa global de 25% sobre a importação de carros por motivos de segurança nacional.

 
Esta quota permitiria um crescimento significativo das exportações automóveis livres de tarifas do Canadá para os Estados Unidos, que são actualmente de cerca de 2 milhões de unidades, salvaguardando as fábricas canadianas. Este patamar também está acima dos 1,8 milhões de automóveis que o México exportou para os Estados Unidos no ano passado.

 

No entanto, segundo a Reuters, o acordo não resolveu o problema das tarifas sobre o aço e o alumínio do Canadá.

 

A notícia do acordo foi bem recebida pelos mercados, com o peso mexicano a subir, nesta altura, 0,95% face ao dólar para o valor mais alto desde o início de Agosto e o dólar canadiano a valorizar 0,9% para máximos de Maio.

 

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