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Câmara dos Representantes aprova julgamento da destituição de Trump pelo Senado

A Câmara dos Representantes aprovou a subida do processo de "impeachment" do presidente norte-americano para o Senado. Este era o último passo antes de o julgamento de Donald Trump ser desencadeado pela câmara alta do Congresso dos Estados Unidos e que começa já na próxima terça-feira.

EPA
15 de Janeiro de 2020 às 18:54
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Donald Trump ainda festejava na Casa Branca a assinatura do aguardado acordo comercial parcial com a China e na Câmara dos Representantes já os congressistas democratas se preparavam para aprovar a passagem do processo de destituição do presidente norte-americano para o Senado. Este era o último passo antes de o julgamento formal de Trump por obstrução ao Congresso e abuso de poder poder ter início na câmara alta, o que acontecerá já na próxima terça-feira.

A maioria detida pelos democratas na câmara baixa votou - 228 a favor e 193 contra - favoravelmente a formalização de duas acusações contra o presidente dos Estados Unidos, aprovando assim a transferência dos artigos referentes ao abuso de poder e obstrução ao Congresso para o Senado. A votação foi, em grande medida, alinhada com a pertença partidária, já que o Partido Democrata conta com 232 congressistas na Câmara dos Representantes e o Partido Republicano com 197. 

O The New York Times recorda que a líder da maioria democrata na câmara baixa, Nancy Pelosi, atrasou a transferência das acusações para o Senado durante cerca de um mês numa tentativa de forçar os senadores republicanos a chamar novas testemunhas contra Donald Trump.

No Senado a história deverá ser outra, já que a maioria republicana deverá garantir a absolvição do inquilino da Casa Branca, remetendo este processo de "impeachment" para a mesma sorte dos anteriormente tentados na história americana. É que até ao momento nenhum dos 53 senadores do Partido Republicano admitiu a possibilidade de votar a favor da destituição de Trump. Para um processo de "impeachment" ter sucesso é necessária uma maioria qualificada de dois terços no Senado (100 assentos), algo que nunca se verificou.

Apesar da escassa margem de sucesso, os democratas optaram por seguir em frente com a tentativa de destituição do presidente, agora formalmente acusado de ter abusados dos poderes presidenciais ao fazer depender apoio financeiro e militar à aliada Ucrânia de uma investigação política ao potencial adversário democrata, Joe Biden, e de ter obstruído os trabalhos do Congresso ao travar testemunhos e documentos requeridos pelos congressistas democratas.


Seja como for, o Partido Democrata decidiu avançar com o "impeachment" a Trump na convicção de que o processo possa desgastar o atual presidente e prejudicar as possibilidades de reeleição nas presidenciais do próximo dia 3 de novembro. Havendo analistas que acreditam que o presidente dos EUA não será prejudicado pelo processo, considerando que o apoio da base eleitoral de Trump não é suscetível a este tipo de casos, há vários elementos, desde logo a própria eleitoral americana, que indiciam que o magnata nova-iorquino possa sair beliscado e perder apoiantes.

(Notícia atualizada às 19:20)
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