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Bolsonaro: Temer foi preso devido a acordos políticos em nome da governabilidade

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, afirmou esta quinta-feira que o seu antecessor na Presidência do Brasil Michel Temer foi preso devido a acordos políticos em nome da governabilidade, noticiou o jornal Estadão.

EPA
21 de Março de 2019 às 23:00
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Em viagem ao Chile, Jair Bolsonaro (na foto) comentou a prisão do ex-chefe de Estado, acrescentando "que a Justiça nasceu para todos e que cada um é responsável pelos seus atos", de acordo com a mesma fonte.

 

No entanto, o atual Presidente do Brasil frisou que a tarefa de governar faz-se através da nomeação de "pessoas sérias". "Governabilidade não se faz com esse tipo de acordos, no meu entender. Faz-se indicando pessoas sérias, competentes para integrar o seu Governo. Foi assim que fiz no meu Governo, sem acordo político, respeitando a Câmara e o Senado brasileiro", complementou.

 

Segundo o portal de notícias G1, também o vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, se manifestou acerca do caso, afirmando que "é muito mau para o país ter um ex-Presidente preso", acrescentando que "agora seguem as investigações".

 

O "número dois" de Jair Bolsonaro também afirmou que a prisão de Temer não deve atrapalhar as votações no Congresso que são de interesse do Governo atual.

 

Outro membro do atual executivo, o senador Major Olímpio, líder do governo Bolsonaro na câmara alta parlamentar, declarou no Twitter que "a Justiça será para todos". "O Brasil está a mudar, a Justiça será para todos! Grande expetativa para o povo brasileiro, estamos no caminho certo! O Brasil será passado a limpo, cadeia para todos aqueles que dilapidaram o património público brasileiro e envergonharam a política e o nosso povo", escreveu.

 

A Polícia Federal brasileira deteve hoje de manhã Michel Temer e tenta cumprir outros mandados contra aliados do antigo Presidente brasileiro, numa ação a pedido dos investigadores da Operação Lava Jato do Rio de Janeiro.

 

Michel Temer, o segundo ex-Presidente brasileiro a ser detido no espaço de um ano - o primeiro foi Lula da Silva, que cumpre pena de prisão -, está a ser investigado em vários casos ligados àquela que é considerada a maior operação de combate à corrupção na história do Brasil e que revelou um escândalo de grandes proporções de desvio de fundos da empresa petrolífera estatal Petrobras.

 

Em causa estão denúncias do empresário e dono da Engevix, José Antunes Sobrinho, que disse à Polícia Federal ter pagado um milhão de reais em subornos a pedido do coronel João Baptista Lima Filho (amigo de Temer), do ex-ministro Moreira Franco e com o conhecimento do Presidente Michel Temer.

 

Desde o seu lançamento, em março de 2014, a chamada investigação Lava Jato levou à prisão empresários e políticos, incluindo o ex-Presidente Lula da Silva.

 

Durante o mandato presidencial, o Ministério Público pediu por duas vezes ao Supremo Tribunal a abertura de processos por corrupção contra Temer, mas o Congresso brasileiro negou sempre autorizar os procedimentos necessários.

 

Todas as acusações ficaram, por isso, pendentes do fim da imunidade de Michel Temer, o que aconteceu quando deixou a Presidência da República do Brasil no final de 2018, após dois anos e meio de mandato.

 

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