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Bilionário sócio do traficante El Chapo consolida império

Ismael "El Mayo" Zambada mantém a liderança do cartel de Sinaloa, com a sua fortuna avaliada em, pelo menos, três mil milhões de dólares.

El Chapo foi detido em Fevereiro de 2014 Bloomberg
10 de Novembro de 2018 às 18:00
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O antigo parceiro, Joaquín "El Chapo" Guzmán, está a ser julgado em Nova Iorque por suspeitas de tráfico de drogas. O filho, que se declarou culpado pelo contrabando de toneladas de cocaína e heroína para os EUA, deve conhecer a sua sentença em Chicago, em Dezembro.

 

Com isto, Ismael Zambada García, de 70 anos, um ex-funcionário de campos de papoulas mais conhecido como "El Mayo", acabará a lutar para manter o controlo sobre o maior cartel do tráfico de drogas do mundo e sobre uma fortuna estimada pelo Bloomberg Billionaires Index em pelo menos três mil milhões de dólares.

 

As autoridades americanas tentam confiscar 14 mil milhões de dólares de Chapo e a escolha do jurado começou na segunda-feira passada, 5 de Outubro, com um forte esquema de segurança.

 

Ao longo de várias décadas, El Mayo e o cartel de Sinaloa construíram um império baseado na cocaína, na heroína e no tráfico humano, alterando linhas de produtos em resposta à procura, dominando mercados nos EUA e expandindo as ligações de exportação até a Austrália. O cartel supostamente lavava dinheiro através de alguns dos maiores bancos do mundo, fazendo injecções em empresas domésticas e contas no exterior.

 

Eles colocaram dinheiro em quase 250 empresas e muitas delas continuam a operar, segundo a Agência de Combate às Drogas dos EUA (DEA, na sigla em inglês). A rede de negócios estende-se de Culiacán, capital de Sinaloa, ao Panamá, Honduras e Colômbia. Inclui um parque aquático e uma creche que será gerida pela filha de Zambada, María Teresa. O Departamento do Tesouro dos EUA designou-a como parte da organização do pai em 2007 pela propriedade de empresas de fachada para o cartel.

 

"Ele tem um portfólio bastante diversificado", afirmou Mike Vigil, ex-chefe de operações internacionais da DEA. "Apesar de ter feito talvez apenas a escola primária, foi ensinado ao nível de Harvard por alguns dos mais prolíficos, conhecedores e astutos traficantes que o México já teve."

 

O cartel recebeu em média 11 mil milhões de dólares por ano com as vendas do outro lado da fronteira norte do México, segundo análise da Bloomberg baseada em informações da DEA sobre apreensões e preços. É provável que o número seja conservador, porque exclui a receita obtida em outros mercados além dos EUA. O cálculo também supõe que metade de todas as drogas destinadas aos EUA são apreendidas.

 

A análise pressupõe que o alto comando do cartel embolsou pelo menos 5% da receita bruta, segundo estimativas de pessoas com conhecimento sobre o cartel que pediram para não ser identificadas. A este ritmo, Zambada terá reunido três mil milhões de dólares desde 2001.

 

Mas agora que Zambada está escondido nas montanhas do norte do México e que o Departamento de Estado dos EUA está a oferecer uma recompensa de até cinco milhões de dólares por informações que possam levar à sua prisão, o último chefe restante pode estar a perder o controlo do maior cartel de tráfico de droga do mundo. O índice de homicídios do México está a disparar porque antigos aliados de Chapo estão a perceber o vazio de poder e rivais regionais estão a ampliar as suas forças.

 

A imagem mais clara do império controlado por Zambada vem do Escritório de Controlo de Activos Estrangeiros dos EUA, uma divisão do Departamento do Tesouro que identifica pessoas e empresas ligadas ao cartel e que apontou múltiplas "designações de chefes" que retratam uma organização de alcance mundial.

 

As autoridades americanas "encerraram alguns negócios, não todos", afirmou Vigil. As "leis de confisco e apreensão de activos [do México] têm muitas brechas".

 

Representantes do procurador-geral do México não responderam aos pedidos de comentário.

 

(Texto original: Billionaire Partner of Imprisoned Chapo Consolidates Empire)

 

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