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António Costa: Objectivo de proteger civis na Síria não está a ser alcançado

O primeiro-ministro, António Costa, disse esta quinta-feira, em Bruxelas, que a evolução da situação na Síria está manifestamente longe da vontade da comunidade internacional de garantir a proteção dos civis e pôr fim ao drama humanitário em Aleppo.

Miguel Baltazar
15 de Dezembro de 2016 às 23:10
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"É manifesto que os resultados a que nós vamos assistindo em relação ao que acontece em Aleppo estão muito aquém daquilo que é a vontade que a comunidade internacional tem manifestado relativamente àquilo que todos ansiávamos, que era que fosse restabelecida a paz e segurança para todos aqueles, sobretudo populações civis, que estão a ser vitimadas por aqueles ataques", afirmou António Costa, no final de uma cimeira de chefes de Estado e de Governo da União Europeia, que voltaram a discutir o conflito na Síria.

 

O primeiro-ministro indicou que durante o Conselho Europeu "foram repetidas as palavras que têm sido ditas relativamente à condenação de todas as formas de agressão e foi mandatada a Alta Representante (Federica Mogherini) para prosseguir as melhores diligências para procurar assegurar aquilo que é prioritário, que é a evacuação de todos os civis, assegurar a protecção internacional a todos aqueles que estão a dar assistência aos civis, de forma a garantir o menor dano possível e salvar o maior número de vidas e evitar o drama humanitário que está a acontecer em Aleppo".

 

António Costa acrescentou que os líderes europeus sublinharam, mais uma vez, a necessidade de ser "assegurado um corredor humanitário que permitisse evacuar as populações, que permitisse a assistência humanitária e que fossem evitados mais dramas humanos".

 

Antes do início da cimeira de líderes da UE, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, recebeu o presidente da câmara de Alepo Leste, Brita Haj Hassan, que denunciou o assassínio de mais de meio milhão de pessoas na cidade síria, salientando que "a história não perdoará" a passividade da comunidade internacional.

 

"Já foram assassinadas mais de meio milhão de pessoas e mais de 12 milhões foram forçadas a emigrar. A história não perdoará, a história está a registar o que se passa, a registar este silêncio internacional perante os crimes contra a humanidade", disse.

 

A evacuação das posições rebeldes em Aleppo arrancou hoje sob a supervisão das Nações Unidas e faz parte de um acordo de cessar-fogo alcançado no início da semana, depois de uma intensa ofensiva aérea e terrestre, de várias semanas, das forças governamentais sírias, apoiadas pelos aliados russos, contra o último enclave rebelde na segunda maior cidade da Síria.

 

Até 100 mil civis poderão ser retirados de Aleppo, anteviu hoje o vice-primeiro-ministro turco, Veysi Kaynak, citado pelos media locais, afirmando que a Turquia poderá instalar um campo para acolher estas pessoas em território sírio. "Entre 80.000 a 100.000 civis poderão ser retirados", disse Veysi Kaynak, durante uma conferência de imprensa na fronteira entre a Turquia e a Síria, segundo a estação CNN Turk.

 

Os bairros da zona leste de Aleppo tinham cerca de 250 mil habitantes antes do início da ofensiva de Damasco há cerca de um mês, segundo estimativas divulgadas.

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