Notícia
Amnistia Internacional pede a líderes do G20 para pressionarem Arábia Saudita
"Os líderes do G20 presentes na cimeira virtual deste fim de semana organizada pela Arábia Saudita devem responsabilizar as autoridades sauditas pela vergonhosa hipocrisia sobre os direitos das mulheres", escreve a organização de defesa e promoção dos direitos humanos.
19 de Novembro de 2020 às 00:34
A Amnistia Internacional (AI) apelou hoje aos líderes mundiais presentes na cimeira virtual do G20, que decorre por videoconferência no fim de semana, para responsabilizarem a Arábia Saudita pela "vergonhosa hipocrisia" sobre os direitos das mulheres.
Num comunicado, a AI refere que a cimeira, organizada pela Arábia Saudita, deve constituir uma oportunidade para se pressionar as autoridades de Riad a libertar presos políticos e ativistas dos direitos das mulheres "que estão a definhar na prisão ou a serem julgados" em tribunal.
"Os líderes do G20 presentes na cimeira virtual deste fim de semana organizada pela Arábia Saudita devem responsabilizar as autoridades sauditas pela vergonhosa hipocrisia sobre os direitos das mulheres", escreve no documento a organização de defesa e promoção dos direitos humanos, com sede em Londres.
"O empoderamento das mulheres tem destaque na agenda do G20 da Arábia Saudita, apesar do facto de que os ativistas que lideraram as campanhas pelos direitos das mulheres estão a definhar na prisão ou a serem julgados", acrescenta-se.
A pandemia de covid-19, a crise económica daí oriunda e as ajudas económicas aos 73 países mais pobres do mundo vão centrar, no fim de semana, os trabalhos da cimeira das 20 economias mais industrializadas do planeta (G20).
A cimeira vai abordar a questão das implicações da pandemia no contexto económico e sanitário mundial - a covid-19 já infetou 55 milhões de pessoas e matou cerca de 1,3 milhões - e eventuais medidas para relançar a economia no mundo.
Menos importante a nível global, o tema dos direitos humanos na Arábia Saudita não deixa de estar em foco, uma vez que as organizações não-governamentais (ONG) terão a oportunidade de interpelar a comunidade internacional sobre uma questão que gera grandes críticas à atuação das autoridades de Riad.
Parentes de ativistas presos chegaram mesmo a apelar aos líderes mundiais para boicotarem a cimeira ou para, pelo menos, pressionarem os líderes sauditas a libertar os presos políticos e a garantir o respeito pelos direitos humanos.
A repressão às vozes dissidentes manchou a imagem do príncipe herdeiro Mohamad bin Salmane, que está, simultaneamente, a operar reformas para aligeirar as leis muito conservadoras no reino muçulmano.
No comunicado, a Amnistia Internacional exige, por isso, a libertação imediata e incondicional de cinco ativistas dos direitos das mulheres - Loujain al-Hathloul, Nassima al-Sada, Samar Badawi, Nouf Abdulaziz e Maya'a al-Zahrani - que foram detidas em 2018 pelo trabalho desenvolvido em prol dos direitos humanos.
"Para as autoridades sauditas, a cimeira do G20 é crítica: é um momento para promoverem a sua agenda de reformas para o mundo e mostrarem que o país está aberto aos negócios. Enquanto isso, os verdadeiros reformadores da Arábia Saudita estão atrás das grades", criticou Lynn Maalouf, vice-diretora regional da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e Norte da África.
"Em vez de seguirem a narrativa criada pelo governo saudita, os líderes do G20 devem aproveitar a cimeira como uma oportunidade para defender os bravos ativistas cujo compromisso genuíno com o empoderamento das mulheres lhes custou a liberdade", acrescentou.
Para a AI, nos últimos anos, as autoridades sauditas "procuraram reformular a imagem por meio de campanhas caras de relações públicas", em "que apresentam o príncipe herdeiro, Mohammad bin Salman, como um reformador".
A organização lembra que, em 2018, as autoridades sauditas acabaram com a proibição de as mulheres conduzirem automóveis no país, "decisão amplamente divulgada e apresentada como uma prova de progresso".
"Ainda assim, nas semanas anteriores, muitos dos mais proeminentes defensores do direito das mulheres de dirigir na Arábia Saudita foram presos e detidos", acrescenta-se no comunicado, em que as cinco mulheres são consideradas como as "verdadeiras reformadoras" na Arábia Saudita.
Loujain al-Hathloul, uma das defensoras mais conhecidas do direito das mulheres à condução de automóveis, foi presa em maio de 2018 e detida durante 73 dias na sequência da repressão contra ativistas pelos direitos das mulheres.
Após ser libertada, a ativista continuou a fazer campanha contra a proibição de condução e contra o sistema de tutela masculina, antes de ser novamente presa, estando desde então na prisão.
Nassima al-Sada e Samar Badawi foram detidas em agosto de 2019 pelas mesmas razões, com a segunda envolvida também em protestos contra a detenção do marido, o advogado de direitos humanos Waleed Abu al-Khair, bem como o irmão, Raif Badawi.
Nouf Abdulaziz é uma jornalista e 'blogger' que está detida desde junho de 2018, depois de escrever uma série de artigos sobre os direitos humanos no país. Pouco depois da detenção, a colega e também ativista Maya'a al-Zahrani foi presa por ter apelado nas redes sociais à libertação de Nouf Abdulaziz.
Todas, refere a Amnistia Internacional, continuam detidas e algumas foram torturadas, maltratadas e mantidas em confinamento solitário.
Num comunicado, a AI refere que a cimeira, organizada pela Arábia Saudita, deve constituir uma oportunidade para se pressionar as autoridades de Riad a libertar presos políticos e ativistas dos direitos das mulheres "que estão a definhar na prisão ou a serem julgados" em tribunal.
"O empoderamento das mulheres tem destaque na agenda do G20 da Arábia Saudita, apesar do facto de que os ativistas que lideraram as campanhas pelos direitos das mulheres estão a definhar na prisão ou a serem julgados", acrescenta-se.
A pandemia de covid-19, a crise económica daí oriunda e as ajudas económicas aos 73 países mais pobres do mundo vão centrar, no fim de semana, os trabalhos da cimeira das 20 economias mais industrializadas do planeta (G20).
A cimeira vai abordar a questão das implicações da pandemia no contexto económico e sanitário mundial - a covid-19 já infetou 55 milhões de pessoas e matou cerca de 1,3 milhões - e eventuais medidas para relançar a economia no mundo.
Menos importante a nível global, o tema dos direitos humanos na Arábia Saudita não deixa de estar em foco, uma vez que as organizações não-governamentais (ONG) terão a oportunidade de interpelar a comunidade internacional sobre uma questão que gera grandes críticas à atuação das autoridades de Riad.
Parentes de ativistas presos chegaram mesmo a apelar aos líderes mundiais para boicotarem a cimeira ou para, pelo menos, pressionarem os líderes sauditas a libertar os presos políticos e a garantir o respeito pelos direitos humanos.
A repressão às vozes dissidentes manchou a imagem do príncipe herdeiro Mohamad bin Salmane, que está, simultaneamente, a operar reformas para aligeirar as leis muito conservadoras no reino muçulmano.
No comunicado, a Amnistia Internacional exige, por isso, a libertação imediata e incondicional de cinco ativistas dos direitos das mulheres - Loujain al-Hathloul, Nassima al-Sada, Samar Badawi, Nouf Abdulaziz e Maya'a al-Zahrani - que foram detidas em 2018 pelo trabalho desenvolvido em prol dos direitos humanos.
"Para as autoridades sauditas, a cimeira do G20 é crítica: é um momento para promoverem a sua agenda de reformas para o mundo e mostrarem que o país está aberto aos negócios. Enquanto isso, os verdadeiros reformadores da Arábia Saudita estão atrás das grades", criticou Lynn Maalouf, vice-diretora regional da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e Norte da África.
"Em vez de seguirem a narrativa criada pelo governo saudita, os líderes do G20 devem aproveitar a cimeira como uma oportunidade para defender os bravos ativistas cujo compromisso genuíno com o empoderamento das mulheres lhes custou a liberdade", acrescentou.
Para a AI, nos últimos anos, as autoridades sauditas "procuraram reformular a imagem por meio de campanhas caras de relações públicas", em "que apresentam o príncipe herdeiro, Mohammad bin Salman, como um reformador".
A organização lembra que, em 2018, as autoridades sauditas acabaram com a proibição de as mulheres conduzirem automóveis no país, "decisão amplamente divulgada e apresentada como uma prova de progresso".
"Ainda assim, nas semanas anteriores, muitos dos mais proeminentes defensores do direito das mulheres de dirigir na Arábia Saudita foram presos e detidos", acrescenta-se no comunicado, em que as cinco mulheres são consideradas como as "verdadeiras reformadoras" na Arábia Saudita.
Loujain al-Hathloul, uma das defensoras mais conhecidas do direito das mulheres à condução de automóveis, foi presa em maio de 2018 e detida durante 73 dias na sequência da repressão contra ativistas pelos direitos das mulheres.
Após ser libertada, a ativista continuou a fazer campanha contra a proibição de condução e contra o sistema de tutela masculina, antes de ser novamente presa, estando desde então na prisão.
Nassima al-Sada e Samar Badawi foram detidas em agosto de 2019 pelas mesmas razões, com a segunda envolvida também em protestos contra a detenção do marido, o advogado de direitos humanos Waleed Abu al-Khair, bem como o irmão, Raif Badawi.
Nouf Abdulaziz é uma jornalista e 'blogger' que está detida desde junho de 2018, depois de escrever uma série de artigos sobre os direitos humanos no país. Pouco depois da detenção, a colega e também ativista Maya'a al-Zahrani foi presa por ter apelado nas redes sociais à libertação de Nouf Abdulaziz.
Todas, refere a Amnistia Internacional, continuam detidas e algumas foram torturadas, maltratadas e mantidas em confinamento solitário.