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Vaticano está a colocar ordem nas contas mas continua obrigado a vender ativos

A Santa Sé apresentou em 2021 um orçamento quase equilibrado, com um défice de três milhões de euros, quando se esperava um de 33 milhões, mas em todos os anos aliena património para se financiar.

LUSA_EPA
06 de Agosto de 2022 às 09:44
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A Vaticano continua a colocar ordem nas suas contas, com um orçamento quase equilibrado em 2021, mas em todos os anos aliena património para se financiar, indicou hoje o seu 'ministro' das Finanças.

 

A Santa Sé apresentou em 2021 um défice de três milhões de euros, quando se esperava um de 33 milhões.

 

Este resultado "positivo", segundo o prefeito do Secretariado para a Economia, o religioso espanhol Juan Antonio Guerrero, esconde, contudo, problemas estruturais.

 

"A Santa Sé reduz todos os anos o seu património para cobrir os serviços da Curia romana", o seu governo central, disse o prefeito à comunicação social do Vaticano. A Santa Sé aliena em média anualmente património com um valor situado entre 20 milhões a 25 milhões de euros, porque "a missão do Papa não é financiada suficientemente".

 

Em entrevista à agência Vatican News, avisou: "Não queremos um excedente, mas a perenidade do serviço da Santa Sé. Um défice de três milhões de euros para um orçamento de 1,1 mil milhões não é tanto assim (...). Mas, se fizermos uma análise mais detalhada, há domínios que devem ser melhorados". 

 

No quadro da reforma das finanças da Santa Sé, e para permitir um controlo mais estrito, depois de uma série de escândalos, o Secretariado da Economia recuperou a gestão de diversos ativos que estava delegada e que totalizam 3,9 mil milhões de euros.

Em 2021, o Vaticano teve receitas de 1,1 mil milhões de euros, estáveis em relação a 2020. A baixa dos donativos foi compensada pela descida das despesas e uma melhor gestão dos ativos imobiliários, segundo as contas apresentadas hoje.

 

Guerrero, no cargo desde 2019, defende a "transparência" das contas da Igreja, uma das prioridades do Papa Francisco.

 

"Superámos numerosas etapas durante este período no sentido da transparência, da proteção económica da Santa Sé e da sustentabilidade", declarou.

 

O mais pequeno Estado do mundo apresentou no final de julho uma nova política de investimentos "éticos" e "sustentáveis", que prevê o fecho das contas no estrangeiro e a interdição de investimentos na Defesa.

 

Esta política, que entra em vigor em 1 de setembro, proíbe investimentos em setores ligados ao armamento, à Defesa, à pornografia e aos jogos a dinheiro, mas também, na área da Saúde, relacionados com o aborto.

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