Notícia
Registo de confrontos violentos em Hong Kong
Esta segunda-feira registaram-se novos confrontos entre manifestantes e a polícia de Hong Kong, naquele que poderá ter sido o embate mais violento desde o início das manifestações pró-democráticas do Occupy Central em Setembro.
Os manifestantes do Occupy Central e a polícia de Hong Kong envolveram-se em acesos confrontos esta segunda-feira na sequência da tentativa do movimento pró-democrático de cercar um conjunto de edifícios governamentais no centro da cidade-Estado.
De acordo com o Guardian, resultaram cerca de 40 feridos e 40 detenções do embate entre os protestantes e a polícia, que voltou a recorrer a gás pimenta para dispersar a multidão. Houve ainda registo de ferimentos em vários elementos das foras de autoridade.
A polícia terá decidido intervir ao início da manhã quando elementos do Occupy Central já se encontravam, desde a noite de domingo, na rua Lung Wo Road, na Admiralty, tendo por objectivo cercar a sede do governo. A agência AFP avança que entre os gritos de protesto era perceptível a intenção de rodear a sede do governo local e paralisar a sua acção.
Depois de há cerca de 15 dias terem sido registados os primeiros confrontos entre as forças de autoridade e os manifestantes, colocando assim um ponto final nas até pacíficas manifestações denominadas de "revolução dos guarda-chuvas", têm-se somado confrontos detenções.
A polícia de Hong Kong já tinha alertado para que não permitiria novas ocupações das ruas do centro da região, garantindo ainda que não toleraria o desenvolvimento de novas acções que impedissem a normal deslocação e o acesso às principais artérias de Hong Kong.
Mas a intransigência de Pequim em aceitar prescindir do poder de escolha dos três candidatos entre os quais os cidadãos de Hong Kong terão de eleger, em 2017, o presidente do Executivo local, e o arrastar do impasse em paralelo às manifestações, tem levado a um extremar de posições.
Já depois dos mais recentes confrontos Leung Chun-ying, chefe do Executivo de Hong Kong, voltou a garantir que Pequim não prescindirá daquela prerrogativa e pediu aos manifestantes estudantis para não voltarem às ruas. "Não confundam a tolerância da polícia com fraqueza", avisou citado pela BBC.
Em contrapartida, uma das principais figuras do Occupy Central e líder estudantil Alex Chow admitiu que "a acção previa a paralisação das acções do governo", que acusou de "protelar" uma solução para o impasse na região.
"Nós acreditamos que temos de nos focar na pressão sobre a sede governamental, o símbolo do poder governamental", segundo citação do Guardian.