O Japão vai avançar com um novo pacote de estímulos à economia do país, anunciou o primeiro-ministro, depois do seu partido ter garantido uma vitória convincente para a câmara alta do Parlamento.

Shinzo Abe (na foto) ordenou aos membros do seu Governo que trabalhem no desenho do novo pacote de estímulos orçamentais, embora se desconheça ainda a dimensão do mesmo, bem como a forma como será financiado.  

O ministro das Finanças Taro Aso disse esta terça-feira, 12 de Julho, que o pacote de estímulos será implementado assim que chegar a ordem oficial.

Depois da vitória nas eleições que decorreram no domingo, Abe anunciou a implementação do plano de estímulos, sem providenciar grandes detalhes. Afirmou que contém medidas económicas "fortes" e que parte do dinheiro será aplicado em infra-estruturas, como linhas ferroviárias de alta velocidade e portos.   

O Governo nipónico está agora a trabalhar no desenho deste plano. O montante ainda não é oficial, mas de acordo com as fontes do partido de Abe citadas pelas agências internacionais, deverá ser superior a 10 biliões de ienes (89 mil milhões de euros) e pode chegar aos 20 biliões de ienes (178 mil milhões de euros).

Abe anunciou em Junho que o Governo tinha decidido adiar o aumento da taxa do IVA e iria tomar medidas para impulsionar a economia. O Brexit e outros eventos que têm condicionado os mercados provocaram uma alta acentuada no iene, o que prejudica as empresas exportadoras do país, fragilizando a já débil economia, que teima em não conseguir atingir taxas de crescimento relevantes.

O novo pacote de estímulos deverá ser aprovado no Parlamento em Setembro e antes disso, de acordo com a imprensa do país, Abe deverá efectuar uma remodelação governamental, para dar um novo ímpeto ao seu executivo.

Além dos estímulos orçamentais, também o Banco do Japão deverá avançar com estímulos de política monetária já na reunião deste mês de Julho.

A perspectiva de um novo pacote de estímulos relevante está a ser bem recebida nos mercados, com os índices accionistas em Tóquio a valorizarem mais de 2% e o iene a perder terreno face ao dólar.