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Dívida chinesa deverá explodir até aos 283% do PIB

As contas dos economistas contactados pela Bloomberg antecipam que a dívida chinesa (Estado, empresas e famílias) deverá continuar a aumentar pelo menos até 2019, atingindo um pico de 283% do PIB.

Reuters
22 de Fevereiro de 2016 às 16:19
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Sete em doze economistas contactados pela agência noticiosa antecipam que a dívida crescerá até 2019, enquanto quatro esperam que só interrompa essa trajectória no ano seguinte. A média de previsões aponta para um valor máximo de 283% do produto interno bruto (PIB).

 

"Duvidamos que o rácio de dívida atinja o pico antes de 2020", refere Julian Evans-Pritchard, economista da Capital Economics, citado pela Bloomberg. "O nosso modelo coloca o pico do rácio da dívida em 2024, mas o rácio pode aumentar mais do que isso se os responsáveis políticos não conseguirem implementar as reformas estruturais fundamentais para melhorar a alocação de crédito."

 

Pequim está a ter dificuldades em lidar com as consequências da explosão de crédito nos últimos anos, num contexto de uma procura cada vez mais frágil pelas suas exportações e do início de um declínio demográfico, o que está a provocar uma desaceleração económica, com o PIB a crescer ao ritmo mais lento dos últimos 25 anos.

 

A economia chinesa está a atravessar um período de transformação, em que o consumo das famílias ainda não compensa a perda de ímpeto das exportações e do investimento e o crescimento do sector dos serviços não chega para tomar o lugar de uma indústria em arrefecimento.

 

A Bloomberg lembra que os maiores sinais de preocupação com o endividamento chinês chegaram na semana passada, quando foi noticiado que os bancos do país cederam 385 mil milhões de dólares em novos créditos em Janeiro deste ano. A Standard & Poor’s já avisou que um agravamento do endividamento pode levar a descidas de rating.

 

Com a economia a arrefecer, os responsáveis chineses tentam evitar que os fluxos de crédito se descontrolem, ao mesmo tempo que não fecham a torneira a um dos mais importantes combustíveis da economia. Um equilíbrio difícil de gerir. O banco central anunciou que vai aumentar as reservas mínimas que os bancos têm de deter.

 

Níveis de endividamento muito elevados deixam a China mais vulnerável à explosão de uma nova crise financeira. Porém, não existe um limiar a partir do qual a dívida se torna verdadeiramente perigosa. O que sabemos é que, segundo o Goldman Sachs, este é dos maiores aumentos de dívida na História.

 

"Todos os grandes países que tiveram grandes aumentos de dívida experienciaram uma crise financeira ou um período prolongado de crescimento lento do PIB", explicam os analistas do banco, referindo-se a Japão, Coreia do Sul, Tailândia, Estados Unidos e Reino Unido. "A História sugere que a China terá o mesmo destino."

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