Notícia
Coreia do Sul retalia e tira Japão da lista de parceiros comerciais "preferenciais"
A guerra comercial não se cinge aos EUA e à China. Também a Coreia do Sul e o Japão andam às turras: os sul-coreanos decidiram retirar os japoneses da lista de parceiros comerciais com tratamento especial.
Dez dias após o Japão ter retirado a Coreia do Sul da lista de parceiros comerciais preferenciais, os sul-coreanos responderam na mesma moeda aos japoneses. Esta segunda-feira, 12 de agosto, a Coreia do Sul decidiu retirar o país vizinho da sua lista.
Este é mais um sinal de agravamento das relações entre os dois que são tradicionalmente aliados dos Estados Unidos. O presidente norte-americano Donald Trump tem apelado ao entendimento entre os líderes dos dois países - o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe -, mas sem sucesso até ao momento. Jae-in tinha exigido a Abe que reconsiderasse a decisão, avisando que "não há vencedores neste jogo", mas não teve sucesso.
A remoção do Japão da lista da Coreia do Sul dos 29 parceiros comerciais "preferenciais" (mais confiáveis) irá entrar em vigor em setembro, de acordo com o ministro do Comércio, Indústria e Energia, Sung Yun-mo. Mas até lá o Governo sul-coreano diz estar disponível para conversações que resolvam o conflito.
A Coreia do Sul decidiu dividir a classificação que faz dos parceiros comerciais em três, criando uma segunda categoria onde encaixou o Japão. Os sul-coreanos explicam que essa divisão serve para os países cujas práticas de controlo de exportações não cumprem os padrões de exigência internacionais.
De acordo com o The New York Times, a retirada dos dois países das respetivas listas não implica o fecho das fronteiras, mas sim uma dificuldade acrescida nas trocas comerciais. Ou seja, não há a proibição do comércio, mas os países ficam com uma ferramenta que lhes permite atrasar ou parar a saída/entrada de alguns bens estratégicos.
Na prática, as novas regras levam a que, por exemplo, para transacionar os materiais que servem para fazer armas seja necessário preencher mais documentos. O acréscimo de burocracia pode fazer com que o processo de aprovação demore três vezes mais.
Esta é a resposta sul-coreana à decisão do Governo japonês de retirar o país da sua lista de parceiros comerciais "preferenciais", mas também de aumentar os controlos nas exportações de três produtos químicos que são usados nas exportações com maior importância para a economia da Coreia do Sul: os semicondutores e os ecrãs para televisões e smartphones.
Segundo o jornal norte-americano, a própria população sul-coreana também está a boicotar nos bens de consumo "made in Japan" assim como no turismo para a ilha. Contudo, o presidente Moon Jae-in já veio avisar que a retaliação não deve ser "nacionalista" nem "emocional".
Esta disputa comercial já se faz sentir na economia sul-coreana que, para além de ser afetada pela tensão entre os EUA e a China, está também a sofrer as consequências das decisões japonesas. De acordo com a Associação Comercial Internacional da Coreia, citada pela Bloomberg, o défice comercial da Coreia do Sul com o Japão foi de 24 mil milhões de dólares em 2018, o maior défice que o país regista com os parceiros comerciais.
Este é mais um sinal de agravamento das relações entre os dois que são tradicionalmente aliados dos Estados Unidos. O presidente norte-americano Donald Trump tem apelado ao entendimento entre os líderes dos dois países - o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe -, mas sem sucesso até ao momento. Jae-in tinha exigido a Abe que reconsiderasse a decisão, avisando que "não há vencedores neste jogo", mas não teve sucesso.
A Coreia do Sul decidiu dividir a classificação que faz dos parceiros comerciais em três, criando uma segunda categoria onde encaixou o Japão. Os sul-coreanos explicam que essa divisão serve para os países cujas práticas de controlo de exportações não cumprem os padrões de exigência internacionais.
Opening Remarks by Pres. Moon (@moonriver365) at plenary meeting of National Economic Advisory Council. Pres. Moon asked the Council for valuable opinions on the Korean economy, in addition to countermeasures against Japan's action.
— The Office of President Moon Jae-in (@TheBlueHouseENG) August 8, 2019
?Full text: https://t.co/wmlFi9n174 pic.twitter.com/Uj9hoZlcJI
De acordo com o The New York Times, a retirada dos dois países das respetivas listas não implica o fecho das fronteiras, mas sim uma dificuldade acrescida nas trocas comerciais. Ou seja, não há a proibição do comércio, mas os países ficam com uma ferramenta que lhes permite atrasar ou parar a saída/entrada de alguns bens estratégicos.
Na prática, as novas regras levam a que, por exemplo, para transacionar os materiais que servem para fazer armas seja necessário preencher mais documentos. O acréscimo de burocracia pode fazer com que o processo de aprovação demore três vezes mais.
Esta é a resposta sul-coreana à decisão do Governo japonês de retirar o país da sua lista de parceiros comerciais "preferenciais", mas também de aumentar os controlos nas exportações de três produtos químicos que são usados nas exportações com maior importância para a economia da Coreia do Sul: os semicondutores e os ecrãs para televisões e smartphones.
Segundo o jornal norte-americano, a própria população sul-coreana também está a boicotar nos bens de consumo "made in Japan" assim como no turismo para a ilha. Contudo, o presidente Moon Jae-in já veio avisar que a retaliação não deve ser "nacionalista" nem "emocional".
Esta disputa comercial já se faz sentir na economia sul-coreana que, para além de ser afetada pela tensão entre os EUA e a China, está também a sofrer as consequências das decisões japonesas. De acordo com a Associação Comercial Internacional da Coreia, citada pela Bloomberg, o défice comercial da Coreia do Sul com o Japão foi de 24 mil milhões de dólares em 2018, o maior défice que o país regista com os parceiros comerciais.