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China cresce ao ritmo mais lento dos últimos 26 anos

A economia da China, a segunda maior do mundo, cresceu 6,7% em 2016, ou seja, ao ritmo mais lento dos últimos 26 anos, anunciou hoje o Gabinete Nacional de Estatísticas da China.

Reuters
20 de Janeiro de 2017 às 08:01
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No quarto e último trimestre do ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do gigante asiático acelerou ligeiramente, ao expandir-se 6,8% em termos anuais homólogos, mais uma décima do que o registado nos três trimestres precedentes (6,7%).

 

Trata-se da primeira vez em dois anos que a economia chinesa acelera entre trimestres e o crescimento registado nos últimos três meses ficou acima do esperado, já que os economistas estimavam um crescimento de 6,7% no quarto trimestre e no conjunto do ano.

 

A ligeira aceleração da economia foi impulsionada pelo aumento dos gastos públicos e do crédito à economia.

 

Os gastos das famílias também deram uma ajuda, já que o investimento imobiliário aumentou 11,1% em Dezembro e as vendas a retalho subiram ao ritmo mais rápido do ano.

 

Apesar de ter crescido ao ritmo mais lento desde 1990 (3,9%), o desempenho da economia da China no cômputo de 2016 -- duas décimas abaixo do crescimento de 2015 (6,9%) - encontra-se em linha com as previsões do Governo, já que Pequim situou a meta de crescimento anual entre 6,5% e 7%.

"É um crescimento ligeiramente acima do previsto, mas que não altera a tendência" de desaceleração, afirmou Bill Adams, analista da consultora PNC Financial Services Group, num relatório.

 

Depois de três décadas a crescer em média quase dez por cento ano, a economia chinesa abrandou nos últimos anos, à medida que Pequim enceta uma transição no modelo económico, visando transformar o consumo interno no principal motor de crescimento.

 

Um aumento dos gastos públicos e subida dos preços da habitação ajudaram a compensar a queda de 7,7% nas exportações, mas os economistas prevêem que a economia continue a abrandar.

 

"A retoma não deverá prolongar-se em 2017", escreveu Tom Rafferty, economista da unidade de análise do Economist Intelligence Group.

 

As indústrias exportadoras sofrerão maior pressão caso Trump cumpra com a promessa de aumentar as taxas sobre os produtos chineses, levando a uma subida do desemprego que poderá afetar a estabilidade social no país asiático.

 

Numa advertência implícita a Donald Trump, o Presidente chinês, Xi Jinping, defendeu esta semana o comércio livre, no Fórum Económico Mundial, em Davos. "Uma guerra comercial prejudicaria todos os países", disse Xi, na Suíça.

 

Ainda assim, o director do Gabinete Nacional de Estatísticas chinês, Ning Jizhe, expressou hoje confiança.

 

"Espero que, depois de eleito, o Presidente Trump considere estes assuntos numa perspetiva de benefício mútuo e com vantagens para ambos os lados", afirmou Ning.

 

Questionado sobre o potencial impacto das políticas de Trump, o responsável pelas estatísticas chinesas afirmou apenas que a China deve manter um "crescimento económico médio alto".

 

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