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China aposta em retoma mesmo com economia global paralisada

O governo da China aposta numa rápida recuperação do impacto económico do novo coronavírus, mesmo numa altura em que a economia global enfrenta cada vez mais "lockdowns" para conter a propagação da doença.

Reuters
28 de Março de 2020 às 18:00
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Desde 20 de março que o primeiro-ministro da China, Li Keqiang, que coordena a elaboração de políticas económicas, e uma autoridade do banco central chinês têm destacado o controlo do surto e a retoma da atividade como motivo de otimismo em relação às perspectivas para o país.

 

Ao mesmo tempo, o país enfrenta um risco de mais demissões e queda da procura por parte do exterior, já que os EUA, Reino Unido e União Europeia intensificam restrições à atividade humana enquanto o vírus causa um número cada vez maior de mortes. A projeção é a de que a China registe o crescimento mais lento desde o fim da era Mao neste ano.

 

"Os indicadores económicos provavelmente mostrarão uma melhoria significativa no segundo trimestre, e a economia chinesa retornará rapidamente ao nível de produção potencial", disse o vice-presidente do Banco Popular da China, Chen Yulu, numa conversa com repórteres em Pequim no passado domingo, 22 de março.

 

Chen sinalizou que o governo dará continuidade às atuais políticas moderadas de estímulo. Até agora, o pacote incluiu ajustes na política tributária, cortes das taxas de juro, empréstimos mais baratos e liquidez extra. As medidas da China são um forte contraste com os biliões de dólares em apoio orçamental e cortes das taxas de juro em vigor nos EUA e na Europa.

 

A 20 de março, Li Keqiang disse que o governo "otimizaria" políticas para ajudar à recuperação e garantir emprego estável. Além disso, referiu que agora a maioria da China está em "baixo risco" de propagação do vírus e deve retornar ao trabalho e à vida normal.

 

De facto, há evidências de que fábricas e escritórios cada vez mais "voltam ao normal". A Bloomberg Economics estima que 85% da atividade já foi normalizada, com exceção do centro do surto da China, a província de Hubei.

 

Regresso ao trabalho

 

Quase 70% das principais empresas de exportação e importação retomaram as operações, com capacidade de produção acima de 70%, segundo o Ministério chinês do Comércio.

 

No entanto, o momento em que as linhas de produção voltam a operar na China coincide com o forte impacto na procura dos países desenvolvidos, onde os "lockdowns" estão a paralisar as economias.

 

Setor dos serviços

 

A taxa de retorno para serviços como restaurantes e hotéis estava em 60%, de acordo com informações do Ministério chinês do Comércio no dia 19 de março – abaixo, assim, do ritmo da indústria.

 

Além disso, quase metade das empresas de consumo chinesas que estão em bolsa não tem fluxo de caixa suficiente para sobreviver por mais seis meses. Os restaurantes estão em pior situação, já que o surto de coronavírus manteve os consumidores em casa, segundo dados compilados pela Bloomberg e relatórios sobre 50 empresas cotadas.

 

A atividade de consumo ficou cerca de 1,5 biliões de yuans (194,7 mil milhões de euros) abaixo do normal em janeiro e fevereiro, de acordo com Sheng Laiyun, um representante de topo do Departamento de Estatística da China. Turismo, hotelaria, transportes e entretenimento estavam entre os setores mais atingidos, referiu.

 

Resta saber se o governo de Pequim fez o suficiente para salvar o grande número de pequenas empresas na China que sustentam o emprego. O governo fará todo o possível para garantir a sobrevivência dessas empresas, disse o primeiro-ministro.

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