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Trump está a considerar novos cortes de impostos para estimular a economia
O presidente dos Estados Unidos admitiu reduzir os impostos sobre os salários e sobre as mais-valias para minimizar os receios dos mercados com uma possível recessão.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu na terça-feira estar a considerar novos cortes de impostos – desta vez sobre os salários e as mais-valias – para minimizar os receios dos mercados com a possibilidade de a maior economia do mundo estar a caminho de uma recessão.
"Estamos a olhar para vários cortes de impostos. E os impostos sobre os salários é algo que consideramos", afirmou Trump, em declarações aos jornalistas na Casa Branca, durante uma visita do presidente da Roménia, Klaus Iohannis.
Os Estados Unidos juntam-se, assim, a outras grandes economias como a Alemanha e a China que, nos últimos dias, admitiram avançar com medidas excecionais para contrariar a desaceleração do crescimento económico e evitar uma recessão. No caso de Pequim, o governo implementou uma reforma no sistema de taxas de juro para facilitar o financiamento das empresas, enquanto Berlim admitiu avançar com um plano de estímulos de 50 mil milhões de euros.
Também em Itália, o líder da Liga, Matteo Salvini prometeu ontem um orçamento de 50 mil milhões de euros em 2020 para que Itália possa finalmente baixar a carga fiscal e aumentar a despesa.
Isto depois de, na semana passada, terem aumentado os receios de recessão, quando os juros da dívida dos Estados Unidos a dois anos superaram a yield das obrigações a dez anos – inversão da curva de rendimentos – num potencial sinal de perda de confiança no crescimento económico de curto prazo.
Trump rejeitou esse cenário, destacando o baixo desemprego e a subida das ações durante o seu mandato.
"Acho que a palavra ‘recessão’ é uma palavra desadequada. Estamos muito longe de uma recessão", afirmou o líder da Casa Branca.
Trump explicou ainda que não precisaria da aprovação do Congresso para ligar o imposto sobre as mais-valias à inflação, o que, de acordo com especialistas consultados pela Bloomberg, resultaria numa descida efetiva da taxa.
"Não estou a dizer que vou fazer alguma coisa neste momento, mas fazer a indexação é uma coisa defendida por muitos, há muito tempo. E seria uma coisa muito fácil de fazer", afirmou, acrescentando: "É uma coisa na qual estou sem dúvida a pensar".
A confirmarem-se, as novas descidas de impostos seguir-se-iam à reforma fiscal aprovada pelo Congresso no final de 2017, e que incidiu principalmente nos impostos pagos pelas empresas e no IRS dos contribuintes com maiores rendimentos.