Notícia
Saída de assessor de Trump desconcerta aliados do presidente
Schiller vai trocar o seu actual cargo por um emprego melhor pago e que requer menos horas de trabalho.
Os aliados do presidente dos EUA, Donald Trump, temem que a mais danosa das muitas saídas recentes da Casa Branca sob o seu governo possa ser a de Keith Schiller, o pouco conhecido ex-guarda-costas que é um dos mais próximos confidentes do presidente fora da sua família.
Schiller deixará a Casa Branca em breve para voltar ao negócio de segurança privada, segundo três pessoas próximas dos seus planos, para assumir um emprego que pagará muito mais do que o salário de 165.000 dólares por ano no governo. O seu cargo, de director de operações do Salão Oval, não descreve a sua importância para Trump, que está "abalado" pela partida planeada, segundo uma pessoa próxima do presidente.
Várias pessoas entrevistadas descreveram Schiller como uma âncora emocional do presidente numa Casa Branca muitas vezes marcada por turbulências. Schiller trabalha para Trump há quase duas décadas e dentro da Ala Oeste serve de protector, porteiro e braço direito do presidente, segundo pessoas próximas de Schiller e Trump. A maioria das pessoas pediu anonimato por discutir as relações entre o presidente e os seus assessores.
"Ele é um confidente e amigo", disse Stuart Jolly, ex-director nacional de campo da campanha presidencial do presidente americano. Trump "confia em Keith e Keith confia nele. Confiança é algo realmente importante neste nível."
Schiller também actuou executando tarefas difíceis para Trump. Foi Schiller que disse a James Comey que o presidente tinha decidido demiti-lo como director do FBI. Duas semanas antes, depois de Trump se ter irritado com os preparativos para um comício em Phoenix, Schiller entregou a outro antigo colaborador, George Gigicos, a mensagem de que Trump já não queria que ele organizasse este tipo de eventos, segundo três pessoas com conhecimento do assunto.
Schiller preferiu não comentar o assunto.
Schiller nunca planeou permanecer no cargo por muito tempo devido ao salário mais baixo e ao horário mais longo, segundo duas pessoas que o conhecem. Mas a sua saída pode ter sido acelerada pela nomeação, em Julho, do general da Marinha aposentado John Kelly como chefe de gabinete de Trump. Desde que assumiu o cargo, Kelly procurou restringir o acesso à Sala Oval, controlar o fluxo de informação para o presidente e instalar um regime mais formal dentro da Casa Branca.
Schiller disse a amigos que trabalhar sob o comando de Kelly é muito diferente e que não gosta muito do trabalho. Ele disse acreditar que Kelly não gosta de Trump pessoalmente e que actua como chefe de gabinete predominantemente por um sentimento de dever com o país, segundo três pessoas com conhecimento de suas opiniões. Isso foi profundamente desmoralizador para Schiller, que está acostumado a ver Trump cercado de funcionários devotos, disseram duas pessoas.
Duas pessoas próximas de Trump afirmaram temer que a saída de Schiller deixe o presidente e a Ala Oeste fora de equilíbrio dado o relacionamento profundo entre os dois homens. Essas pessoas consideram que a saída de Schiller poderá colocar Trump numa rota de colisão com Kelly, que não entende tão bem a forma de actuar de Trump.
(Texto original: Key Trump Aide’s Departure Rattles President’s Allies)