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“Prendam-na”? Ivanka Trump e outros conselheiros usaram emails pessoais na Casa Branca

Nos últimos dias, várias notícias concluem que Ivanka Trump e Jared Kushner - entre outros funcionários de topo - usaram emails pessoais para tratar de assuntos relacionados com a governação dos Estados Unidos.

Reuters
26 de Setembro de 2017 às 12:12
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Depois de uma campanha inteira centrada em torno da utilização de um email pessoal por Hillary Clinton, os órgãos de comunicação social norte-americanos noticiam que pelo menos seis dos conselheiros mais próximos de Donald Trump utilizaram contas de email pessoais para discutir temas relacionados com a Casa Branca.

 

No domingo, o Politico avançou que Jared Kushner, genro e conselheiro de topo do presidente dos EUA, usou um email pessoal para enviar ou receber cerca de 100 emails. Ao longo do dia de ontem foram revelados mais nomes, com a Newsweek a escrever que esse comportamento também era praticado pela filha de Donald Trump (e mulher de Jared Kushner), Ivanka Trump.

 

A revista cita um relatório da American Oversight que nota que em Fevereiro deste ano, Ivanka enviou um email a Linda McMahon (líder da agência governamental responsável pelas pequenas empresas) sobre possibilidades de colaborarem sobre empreendedorismo feminino. A origem do email era uma conta pessoal. Ivanka era na altura uma conselheira não paga, mas fontes da Casa Branca dizem ao New York Times que isso voltou a acontecer já depois de o cargo se ter tornado oficial.

 

Os jornais americanos escrevem que pelo menos seis dos conselheiros mais próximos do presidente Trump têm usado emails pessoais para discutir assuntos relacionados com a governação do país. Além de Jared Kushner e Ivanka Trump, Stephen Bannon e Reince Priebus também o faziam, assim como Gary Cohn e Stephen Miller. Mesmo depois de pedidos para que deixassem de usar contas pessoais, estes conselheiros continuaram a fazê-lo.

 

Congressistas republicanos e democratas exigem saber mais sobre a utilização destas contas, uma vez que levanta questões de segurança informática e transparência. Pedem também para que não sejam apagados os emails enviados e recebidos.

 

Embora não seja ilegal usar emails pessoais para este tipo de comunicações, os membros da Casa Branca têm de os reencaminhar para os emails oficiais, para que o seu conteúdo possa ser escrutinado. Em resposta aos jornalistas, Sarah Huckabee Sanders, porta-voz da Casa Branca, disse ontem que "todo o pessoal da Casa Branca recebeu instruções para utilizar emails oficiais para qualquer tarefa relacionada com o governo" e que caso recebam informação nos seus emails pessoais "a devem reencaminhar para as contas de email oficiais".

 

O tema recebe mais atenção devido ao contraste entre este comportamento e a forma como Donald Trump e a sua campanha trataram Hillary Clinton e a sua utilização de uma conta de email pessoal enquanto exerceu o cargo de secretária de Estado durante a Administração Obama. O tema foi central durante toda a campanha – foi aliás o tema mais coberto pelos media norte-americanos -, com Trump a acusá-la de sucessivamente de ter cometido um crime, enquanto os seus apoiantes costumavam gritar "lock her up!" (prendam-na!).

 

Ainda assim, é justo notar que o caso de Clinton era potencialmente mais grave. Não só havia uma investigação do FBI a decorrer, como o seu cargo era mais relevante – responsável por conduzir a política externa dos Estados Unidos –, havia informação confidencial a ser guardada num servidor pessoal e o volume de emails era muito maior, uma vez que Clinton o usava em exclusivo, aponta o NYT. 

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