O antigo Presidente brasileiro Lula da Silva foi denunciado esta quarta-feira, 14 de Setembro, pelo Ministério Público daquele país por corrupção e lavagem de dinheiro no âmbito da operação Lava Jato, avança a imprensa local.

Segundo o Folha de São Paulo, esta é a primeira denúncia do Ministério Público contra Lula a ser enviada pelo Ministério Público ao juiz Sergio Moro, responsável pelos processos da Lava-Jato. Se for aceite por Moro, Lula passa a réu na acção criminal no âmbito da Lava-Jato, explica o mesmo jornal.

Além de Lula, também a sua mulher Marisa Letícia e outras seis pessoas são abrangidas pelo processo, que está relacionado com um apartamento alegadamente oferecido ao ex-Presidente. O prédio Solaris, construído pela cooperativa Bancoop (do sindicato dos bancários) no Guarujá, foi mais tarde comprado pela OAS, tendo sido alegadamente atribuído a Lula um triplex no edifício.

De acordo com o Globo, os investigadores suspeitam que tanto o imóvel e as obras no valor de um milhão de reais (267 mil euros à cotação actual) constituam pagamentos indevidos por parte da construtora OAS, uma das que terá participado no cartel de fornecedores da Petrobras. 

O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e o antigo líder da construtora, Léo Pinheiro, também estão entre os referenciados no caso. Paulo Gordilho, Agenor Medeiros, Fábio Yonamine e Roberto Ferreira, funcionários da OAS, completam o rol de denunciados a Moro.

O antigo Presidente da República continua a afirmar-se inocente e atribui o seu envolvimento no processo a perseguição política. Para esta tarde está prevista uma conferência de imprensa das autoridades judiciais para explicar o caso.