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Estados Unidos impõem novas sanções ao Irão após lançamento de míssil

Os EUA decretaram novas sanções ao Irão. A lista publicada indica que 13 indivíduos e 12 entidades são afectados por novas restrições devido ao alegado apoio ao terrorismo e ao desenvolvimento de mísseis balísticos.

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Das palavras, aos actos. Os Estados Unidos já tinham avisado que poderiam responder ao ensaio iraniano, com um míssil balístico, realizado no último fim-de-semana. Esta sexta-feira, o Departamento do Tesouro publicou uma lista com 13 indivíduos e 12 entidades que enfrentam novas restrições, escreve a Bloomberg, cuja actividade está relacionada com o desenvolvimento de mísseis e com o apoio a actividades terroristas.

A CNN acrescenta que as sanções adicionais não estão relacionadas com as sanções aplicadas por Washington a Teerão devido ao programa nuclear iraniano e cujo levantamento já foi iniciado depois do acordo alcançado entre o Irão e a comunidade internacional. Além de uma resposta ao alegado ensaio com um míssil balístico, Washington estará também a responder ao ataque realizado pelas milícias xiitas houthis, com apoio do exército iraniano, contra uma embarcação naval saudita.

Esta decisão da nova administração americana é equiparável àquela tomada no início do ano passado pelo então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, no que foi também uma resposta a um teste militar realizado pelo exército iraniano. 

Esta sexta-feira, 3 de Fevereiro, o presidente americano, Donald Trump, tinha alertado, no Twitter, que "o Irão está a brincar com o fogo", acrescentando que Teerão não percebeu ainda o quão "gentil" foi o ex-presidente Barack Obama para o país. "Mas eu não", atirou.


O ministro dos Negócios Estrangeiros, Javad Zarif, respondeu também através rede social Twitter e garantiu que o "Irão é indiferente a ameaças".


No passado domingo, o Irão terá realizado um ensaio com um míssil balístico, embora as autoridades do país recusem confirmar a realização do referido teste militar. Apesar das preocupações demonstradas pela França e pelos Estados Unidos quanto a um eventual desrespeito do acordo sobre o programa nuclear iraniano assinado entre Teerão e o P5+1 (membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU e a Alemanha), Javad Zarif afiançou que os mísseis balísticos do país "não foram projectados para carregar uma ogiva nuclear", mas para garantir a sua "legítima defesa".


Já esta sexta-feira, o ministro iraniano reiterou que "nós nunca iniciaremos uma guerra, mas só podemos confiar nos nossos próprios meios de defesa".


Esta quinta-feira a agência Reuters citava fontes anónimas segundo as quais Washington poderia aplicar sanções a oito entidades do Irão por actividades alegadamente relacionadas com práticas terroristas. Referia ainda a possibilidade de outras 17 entidades iranianas serem sancionadas devido à suposta ligação à montagem de mísseis balísticos.


A aplicação destas sanções pode significar um recuo da política americana face ao Irão, isto numa altura em que o essencial das sanções impostas pela comunidade internacional na sequência do programa nuclear iraniano já tinha sido levantado.


Antes ainda desta polémica, Trump já assinara uma ordem executiva que restringe fortemente a entrada em território americano de cidadãos originários de sete países de maioria muçulmana, entre os quais o Irão. A esta decisão as autoridades ripostaram com o anúncio de que uma medida equivalente e recíproca - relativamente a cidadãos americanos - seria também adoptada pelo Irão.

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