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Brasil paralisado por greves e manifestações
Uma greve convocada pelos sindicatos contra as medidas de austeridade do presidente Michel Temer está a paralisar o Brasil esta sexta-feira, um dia marcado por manifestações violentas em muitas cidades.
Greves e manifestações por todo o país estão a paralisar o Brasil, esta sexta-feira, 28 de Abril, num movimento convocado pelos sindicatos para protestar contras as medidas de austeridade do presidente Michel Temer.
Segundo reporta a agência Reuters, os transportes públicos estão parados em várias cidades, ao mesmo tempo que fábricas, empresas e escolas ficaram de portas fechadas.
Em vários locais, os manifestantes usaram pneus em chamas e outros materiais para bloquear as estradas e o acesso aos aeroportos, forçando a intervenção das forças policiais.
A greve de 24 horas começou pouco depois da meia-noite desta sexta-feira, em parte como resposta aos progressos feitos esta semana no sentido de enfraquecer as regulamentações ligadas ao trabalho e de alterar as regras da segurança social.
A Reuters sublinha que, se a greve tiver uma forte adesão, será a primeira greve geral do Brasil em mais de duas décadas. "Vai ser a maior greve da história do Brasil", afirmou Paulo Pereira da Silva, presidente do sindicato Força Sindical.
Protestos violentos têm ocorrido repetidamente nos últimos quatro anos, com o país mergulhado na pior recessão de que há registo, e com cada vez mais processos de corrupção envolvendo políticos brasileiros.
No início deste mês, o juiz brasileiro Edson Fachin, relator da operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito contra nove ministros do Governo de Temer e 74 outros políticos.
"Temer nem sequer quer negociar", acusou Vagner Freitas, presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a maior central sindical brasileira. "Ele só quer responder às exigências dos empresários que financiaram o golpe precisamente para acabar com a segurança social e legalizar a exploração dos trabalhadores".
Michel Temer tomou posse na sequência da destituição da presidente brasileira Dilma Rousseff, acusada de "pedaladas fiscais".