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Argentina quer que FMI aumente apoio financeiro
Depois do encontro com a directora-geral do FMI, o Governo da Argentina espera conseguir fechar um acordo que permita obter mais financiamento. A expectativa é que Washington decida ainda na segunda quinzena de Setembro.
O Governo da Argentina espera que o Fundo Monetário Internacional (FMI) decida ainda em Setembro, na segunda quinzena deste mês, avançar com mais apoio financeiro ao país, subindo a linha de crédito de 50 mil milhões de dólares decididos em Junho.
O ministro das Finanças da Argentina, Nicolas Dujovne, e a directora-geral do FMI, encontraram-se na terça-feira em Washington (madrugada de quarta-feira em Lisboa) e no final do encontro disseram estar a trabalhar em conjunto para melhorar a linha de crédito de 50 mil milhões de dólares (cerca de 43 mil milhões de euros) a atribuir ao país e que foi definida em Junho.
"Estamos a tentar que o conselho de administração do FMI aprove [mais financiamento] na segunda metade de Setembro", disse o ministro argentino depois do encontro para rever os detalhes do programa de assistência, de forma a acelerar a concessão do empréstimo ao país.
Nicolas Dujovne disse que as duas partes ainda precisam definir os detalhes da nova linha de apoio e recusou avançar com pormenores.
Já a directora-geral do FMI considerou que foram feitos progressos para fortalecer o programa de assistência financeira à Argentina.
"As nossas discussões vão agora continuar a um nível técnico e, como dissemos anteriormente, o nosso objectivo comum é chegar a uma conclusão rápida para apresentar uma proposta ao conselho executivo do FMI", afirmou Lagarde.
Um porta-voz do FMI disse à agência Reuters que ainda não é certo quando é que o conselho executivo do FMI vai estar em condições para votar potenciais alterações ao programa da Argentina. O conselho de administração previa rever os progressos do acordo este mês, mas com as negociações do FMI com a equipa do ministério das Finanças argentino deixou de haver uma data oficial prevista.
No âmbito do resgate, o presidente argentino anunciou na segunda-feira, dia 3 de Setembro, um plano de austeridade incluindo a supressão de vários Ministérios e uma maior taxação das exportações, para reduzir o défice e estabilizar a economia.
A Argentina está a ter dificuldades em libertar-se das crises financeiras que afectam o país de forma cíclica, de 10 em 10 anos, nos últimos 60 anos. A crise mais recente, em 2002, atirou milhões de argentinos de classe média para a pobreza e diminuiu a confiança dos investidores na economia.
Na terça-feira, dia 04 de Setembro, a negociação do peso argentino encerrou a cair 2%, mesmo depois de o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ter mostrado apoio ao presidente da Argentina e aos planos para conseguir financiamento do FMI.
"Se não estiver para breve uma linha de crédito alargada pelo FMI, então, num ambiente de subida do dólar e das taxas de juro norte-americanas, é difícil ver de onde virá o alívio para o peso argentino – e, de facto, para outras moedas de mercados emergentes com défices e dívidas elevadas", segundo um analista do Rabobank citado pela Reuters.