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Tensão entre apoiantes e opositores de Morsi aumenta
Foi declarado o estado de emergência nas províncias do Suez e do Sul do Sinai após ataques contra postos militares e um aeroporto. Pelo menos já três pessoas morreram nos protestos islamitas que decorrem no Egipto, no seguimento da deposição de Morsi.
A tensão entre apoiantes e opositores de Morsi aumentou. As forças de segurança egípcias e a Irmandade Muçulmana têm estado envolvidas em confrontos e já há, pelo menos, três mortos, refere a BBC.
Os apoiantes de Morsi e da Irmandade Muçulmana saíram esta sexta-feira, que é já apelidada de “sexta-feira de rejeição”, à rua para protestar contra o golpe de Estado da passada quarta-feira que depôs Mohamed Morsi e instituiu Adly Mansour, presidente do Tribunal Constitucional, como presidente interino, encarregando-o de convocar as próximas eleições presidências.
A Coligação Nacional de Apoio à legitimidade, que é liderada pela Irmandade Muçulmana, pediu ao povo para tomar as ruas e mobilizar-se pacificamente depois das orações de hoje, as mais importantes da semana, em defesa da “legitimidade” e contra a “usurpação” do poder que Morsi conquistou através das primeiras eleições democráticas livres.
A Irmandade Muçulmana reclama que os civis foram mortos pelos militares. As Forças Armadas, através de um comunicado, dizem não ser responsáveis pelas mortes e negam ter disparado contra os islamitas, refere a Reuters.
Por sua vez, o exército apela à “unidade” e à “reconciliação nacional”, pedindo ao povo egípcio que rejeite a “vingança”. “Vamos continuar a controlar a segurança dos locais de protesto e, caso seja necessário, garantir que os defensores e opositores de Morsi não se confrontem”, afirmou um responsável militar à Reuters.
Mohamed Morsi e várias figuras de relevo da Irmandade estão detidos. As Forças Armadas emitiram 300 mandados de prisão para outras 300 pessoas.
Estado de emergência nas províncias do Suez e do Sul do Sinai
Após o ataque contra o aeroporto de El Arish, uma cidade no Sinai, o exército decretou o estado de emergência nas províncias do Suez e do Sul do Sinai. Suspeita-se que o ataque tenha sido organizado por islamitas radicais.
Pelo menos um soldado morreu e dois outros ficaram feridos, refere a agência noticiosa MENA, citada pela Bloomberg, num outro ataque que ocorreu horas antes a um posto de controlo do exército em Gura, na Península do Sinai.
Em Rafah, cidade que faz fronteira com a Faixa de Gaza, um posto da polícia e um edifício ocupado pelos serviços secretos foram também atingidos. O posto fronteiriço de Rafah foi encerrado devido à “situação de segurança instável”. Até ao momento não há relatos de que a circulação no Canal do Suez esteja a ser afectada.